31 de dezembro de 1995 ; Domingo.
Orchard Beach ; Manhattan ; Nova York ; 08:43AM.- Ainda não acredito que está escrevendo nossos nomes num tronco. - Hendery estava sentado sobre o galho mais baixo e espesso da árvore, os pezinhos balançavam contra ao vento enquanto, pouco abaixo de si, em solo firme, o melhor amigo tinha em mãos uma espécie de canivete e sobre a madeira da planta ele desenhava cuidadosamente as letras de seus designados nomes.
Há pouco menos de duas horas que tinham sido entregues à Nova York, a carona recebida de TaeYong e Tem fora muito bem vinda e ter que se despedir do casal mais uma vez também não fora de total agradável para o chinês, mas "quando menos esperar nos encontraremos de novo" fora o que o tailandês deixou como conforto para o Wong e este confiava nas palavras deste, afinal era Chittaphon, eram raras as ocasiões em que o tal não tinha razão.
- Não achou que eu machucaria essa pobre coitada sem um motivo nítido, achou? - Perfeccionista, o americano finalizou os retoques de sua mais recentes obra, girou o canivete entre os dedos, fechou-o e pôs-o de volta no bolso do shorts onde sempre fora seu lugar de origem. - Estou marcando-a como nossa por um propósito. - Johnny levou os dedos até os louros e compridos fios, cuidadosamente juntou a parte superior destes num pequeno rabinho, - dois teimosos fios escapavam pelas laterais partidos ao meio, dava um charme ao penteado - e amarrou-o com o lacinho que até então se prendia ao seu pulso. Após terminado ele se esticou os braços para o menino convidando-o a vir para si. - Venha, desça. - Chamou. Normalmente KunHang se negaria até morte a obedecer, o que estava prestes a fazer era perigosíssimo, mas era John ali abaixo de si pronto para pegá-lo, então não exitou em pular caindo diretamente no colo do mais velho, este abraçou-o como se nada fosse evitando que se espatiface no chão e logo após pôs-o de pé sobre a areia da ilha pouco isolada da praia. - Quero propor uma coisa. - Não muito longe dali estava estacionada Sky, o pezinho de metal afundava no solo fofinho e aquecido pelo sol, o mesmo solo que os pés descalços dos dois jovens saboreavam ao andar até a mesma.
- O que está tramando, mocinho? - Recebendo um sorriso como resposta o Wong viu o mestiço abrir a mochila recostada sobre uma das rodas da motocicleta e tirar de dentro dela uma pequena caixinha de madeira. Era rústica, antiga, reforçada pelo verniz, podia-se notar também pequenos desenhos esculpidos na própria madeira. - Oh, não. Você levou a sério o que eu te disse?
- Não combino muito com o clichê, mas estamos de acordo que por você eu iria até o fim do mundo. - O menino corou. - Então, sim, nós vamos fazer uma caixinha com nossas cartas, escrevendo nelas nossas metas pro futuro, sonhos e até uma mensagem que não pode se esquecida mas se for que merecerá ser lembrada e se quisermos colocar junto algum pertence o faremos e em seguida a enterraramos para daqui alguns anos voltarmos e lê-las para relembrarmos que prometemos sermos eternos. - Em mãos ele também tinha dois pedaços de pergaminhos novos e um par de canetas, um de cada ele estendeu ao mais novo e o que restou ele ficou para si. Sentaram-se lado a lado na areia e enquanto aproveitavam o som das ondas e a brisa do mar, trataram logo de eternizar aquele momento.
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90's Love | JohnDery
LobisomemDISPONÍVEL: Livro Físico. - Clube de Autores (site - link na bio). Johnny é um adolescente americano rebelde vivendo em plenos anos 90. Apaixonado pelo próprio melhor amigo e cansado de ver este sofrer nas mãos dos próprios pais, o jovem decide lhe...