Pulsão.

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Por muito tempo escrevi sobre minhas dores, e sobre quanto elas me cegavam e tiravam do mundo real

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Por muito tempo escrevi sobre minhas dores, e sobre quanto elas me cegavam e tiravam do mundo real.

Por muito tempo, sequei as lágrimas daqueles que me rodeavam, e quando era eu o acometido pela dor, simplesmente largava a mim, absorto em um mundo irreal.

Traumas passados, e especulações sobre medos futuros, me deixavam imerso numa rede de dor infinita, enquanto o mundo pulsava ao meu redor.

Assim, por anos, eu perdi o melhor de mim.
Enquanto todos vibravam o momento, eu estava afogado em lamentações irreais ao meu presente.

Você me tirou de lá, foi o primeiro a esmagar a tranca que me prendia em um mundo de eterna e triste fantasia.

Tu foi o primeiro que amargou as minhas lágrimas comigo, e se lançou do fundo do próprio poço, para o labirinto das minhas intangíveis tensões.

Enquanto estou contigo, tudo vai a trezentos quilômetros por hora, sem freios, e eu vou junto.

Quando percebe que congelei o mundo a minha volta, para adentrar no meu labirinto, não exita em me acompanhar, para me fazer consciente novamente.

Tudo bem, eu ainda estou aprendendo a transbordar, as travas existem, mas estão cada vez mais fracas.

Um dia irei ascender do fundo desse mar, e poderei agradecer por sempre me acompanhar.

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