Desconfiança - Capítulo 10

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Pov's Lili

Eu não consegui prestar atenção em nenhuma aula naquela manhã. Ouço o sinal tocar e saio correndo da sala de inglês indo em Direção ao meu armário para guardar o material que carregava. Chegando lá vi Madeline parada na frente dele batendo o pé inquieta.

—Bu! —falo para chamar sua atenção e ela se vira um pouco assustada para mim— O que você tá fazendo aqui?

Ela me olha com um sorriso de quem está louca para aprontar algo e logo balança uma garrafinha de água vazia que estava dentro de um saco plástico transparente e eu a olho sem entender o que ela tem em mente

—O que é isso Mad? Agora você cata lixo? —pergunto e ela revira os olhos e bufa

—Você é idiota? Sweetheart essa garrafinha é do Sr. Hudson. —ela fala e tenta fazer com que aquilo fosse óbvio, mas eu não estava entendendo onde ela queria chegar

—God! Você realmente não pega as nuances. —Ela joga a o saco plástico nas minhas mãos — Nós vamos fazer um teste de DNA baby

Ela fala animada e agora é minha vez de revirar os olhos. Ela estava completamente louca e fora de si. Uma coisa era desconfiar de algo errado, outra é desconfiar que a minha mãe mentiu a vida toda pra mim. E isso eu não faço.

—Você realmente perdeu o pouco de juízo que tinha nessa sua cabeça —Eu devolvo a sacola para ela e comecei pegar alguns materiais dentro do meu armário e vejo ela se virar para frente no corredor

—Ai vem nossa latina favorita —Madeline diz e eu viro a cabeça para olhar quem estava chegando

Melina Lopez Pierce, filha da minha madrinha Santana Lopez e minha tia Brittany S. Pierce, a menina tinha genes incríveis, ela era uma verdadeira latina, pele bronzeada, balanço perfeito dos quadris, tanto enquanto andava tanto quando dançava, a garota era uma cheerlider assim como Madeline. Lina esperta e muito corajosa, assim como sua mãe Santana. Ela andava em nossa direção com um balançar de quadris perfeito e com um sorriso muito bem esculpido em seu rosto

— ¡Hola chicas! O que estavam fazendo e porque a Madeline está com uma garrafa dentro de um saco plástico? Exame de DNA? Vai brincar de CSI? —Ela brinca, mas a essa altura do campeonato esse tipo de brincandeira me deixa desconfortável. Fecho meu armário sem nenhum tipo de delicadeza o que assusta minhas amigas

—Opa! Calma aí Hobbit, eu só queria brincar um pouco, mas o que aconteceu pra você estar assim? —Ela pergunta e me acompanha assim como Mad quando começo a andar pelos corredores

—Estamos achando que o tio Jesse na verdade não é o pai dela e sim o Sr. Hudson, mas ela se recusa em fazer um teste de DNA —Mad fala antes que eu tenha a chance de pensar em uma resposta menos escandalosa para dar a Lina.

—Dios mio, então quer dizer que a Tia Rachel é muito mais legal do que eu imaginei? —A olho com uma expressão nem um pouco amigável. —Amiga, mil perdões mas isso certamente é muito mais animador do que qualquer novela que minha abuela já assistiu. —ela diz empolgada

—Eu não tenho mais paciência para essa conversa, não aqui na escola. Se quiserem eu estou indo pra casa. Eu não tenho como ficar aqui. —Digo andando em direção a saída do colégio. Mad dá uma rápida corridinha e para ao meu lado

—Eu não posso matar aula, minha mãe arrancaria fio a fio do meu lindo cabelo loiro, e você sabe disso. Mas se descobrir qualquer coisa mande mensagem —Ela me dá um abraço e volta para dentro da escola andando pelos corredores com Lina.

Eu ando até fora do colégio e peço um carro de aplicativo. Logo ele chega me levando diretamente para casa, por sorte minha mãe não estava lá. Minha única vontade agora era um banho quente e um livro para ler, para tentar esvaziar a mente.

Pov's Rachel

Saio de casa e pego o carro dirigindo até o McKinley para encontrar com Finn. Eu preciso resolver as coisas, preciso que ele volte, eu sinto falta dele em minha casa, e sei que ele também sente. A forma como contei não foi a mais certa, mas eu precisava saber se teria o apoio dele no momentos em que fosse contar para Elizabeth. Ando pelos corredores da escola, corredores que eu não andava a anos, nada mudou, tudo continua intacto assim como eu me lembrava.

Ando até a sala do coral e o vejo sentado em uma das cadeiras organizando uma pilha de partituras, provavelmente escolhendo alguma para a aula mais tarde. Dou dois toques leves na porta para anunciar a minha entrada e ele vira sua atenção para mim. Forço um sorriso de cumprimento, e ele corresponde com um sorriso semelhante.

—Oi —digo tão baixo que parece mais um sussurro

—Oi— ele responde quase na mesma altura e se levanta de onde estava indo em Direção a mim

—O que deseja? —ele me pergunta de forma profissional e eu o olho curiosa

—Queria saber como estão as coisas entre nós —Falo e me apoio no piano, que ainda permanecia no mesmo lugar de sempre

—Rachel, você sabe o que me contou e sabe que isso é muito importante e complicado. Esse assunto não é só meu e seu mais, isso envolve outra vida. A vida da nossa filha!

Assim que ele fala "nossa filha" meu coração acelera. Certamente não era daquela forma que ela queria ouvir, mas o simples fato de que pelo menos isso ela tinha conseguido resolver já era um enorme avanço

—Nossa filha, aquela que eu escondi Durante 16 anos e me arrependo amargamente todos os dias. —Abaixo a cabeça e ele se aproxima, repousando suas mãos sobre meus ombros. Ele toca levemente meu queixo e levanta meu olhar

—Nossa filha, aquela que está em alguma dessas salas nesse momento, sem saber a verdade sobre a vida dela. Você não acha que está na hora de contar a verdade para ela Rach? —ele me pergunta com um olhar atencioso, mas cheio de medo e eu compreendo o porque.

—Foi por isso que vim até aqui. Quero contar para ela, e quero que você esteja comigo. —Falo e ele segura minha mão, deixando nela um beijo carinhoso

—Eu vou estar lá com você. —Ele me olha profundamente, ele não precisa dizer mais nada depois desse olhar, eu sei que ele estará comigo sempre. Me aproximo de seu rosto e deixo um leve beijo em seus lábios

—Obrigada —sussurro e ele balança a cabeça

—Não agradeça ainda, porque estamos na parte fácil. Quero ver quando ela descobrir a verdade —ele fala um pouco mais sério e eu aceno com a cabeça

Isso vai ser muito pior do que qualquer coisa que eu já tenha enfrentado, e disso eu não tenho dúvidas.

The Secret Of The Lily-finchelOnde histórias criam vida. Descubra agora