Dois passos para frente e dois para trás - Capítulo 17

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Pov's Rachel

Recebi boas notícias de Finn pela manhã. Ele disse que Lili voltará para casa e que vai jantar conosco. Arrumo tudo para que o jantar seja perfeito para todos. Faço a macarronada com molho branco que Elizabeth adora e preparo também uma salada de frios. Comprei o vinho favorito de Finn que ocasionalmente também é o meu vinho favorito. Depois de arrumar toda a cozinha coloco um belo arranjo de flores no meio da mesa de jantar e dou uma última conferida de longe antes de subir para o meu quarto para me arrumar.

Assim que chego no quarto tiro meu avental e minha roupa, indo direto para o banheiro tomar um banho e me arrumar para esperar por Lili e Finn. Depois de um longo e relaxante banho de água quente, saio do banheiro e volto para o meu quarto pegando em minhas mãos um vestido azul claro e solto para usar está noite. Coloco um salto creme e passo uma maquiagem leve apenas para realçar o corado das bochechas e o brilho dos lábios. Assim que termino ouço o barulho da campainha e desço animada.

Abro a porta e vejo Finn com um sorriso largo nos lábios e um buquê nas mãos, sorrio para ele antes de dar um abraço apertado. Me solto do aperto e dou espaço para que ele possa entrar.

—Então, animada? —ele me pergunta entrando em casa e indo em direção a cozinha e eu o sigo.

—Acho que ansiosa é um sentimento que descreve melhor —Digo e esfrego minhas mãos uma na outra, me sentando em uma cadeira ao lado dele.

—Vai dar tudo certo meu amor, ela vai chegar, nós vamos jantar, conversar um pouco e vamos tentar recomeçar. —Ele segura minhas mãos e as beija. Aceno com a cabeça e ouço a campainha. Me levanto e sou acompanhada, ando até a porta, abro e consigo ver Lili para com meio sorriso. Ela estava linda, uma saia preta, uma camisa branca de gola alta e um blazer, botas cano curto pretas e uma maquiagem leve.

—Oi mãe —ela fala baixinho e eu sorrio para ela. —Senti sua falta —ela solta um suspiro antes de me abraçar. Aperto ela o mais forte possível, nunca pensei na possibilidade de perde- lá e isso quase aconteceu, ter ela aqui comigo é tão reconfortante.

—Também senti a sua. —solto ela do abraço, a levando em direção a cozinha. Eu entro antes na cozinha a observando de canto, assim que ela vê Finn dá um sorriso para ele.

—Oi pai —quando ela fala isso meu coração da um salto em meu peito, e tenho certeza de que há milhões de borboletas dançando em meu estômago

—Oi filha, sente-se— eu só posso estar em um sonho ou algum universo alternativo. Isso vai ser melhor do que eu imaginei.



O jantar foi calmo e com pouca conversa, nada parecia forçado e nem mesmo desconfortável. Se Lili não estava gostando daquilo ela estava disfarçando muito bem. Ela se levanta para pegar mais um pedaço de torta de morango e assim que ameaço me levantar sinto a macarronada que havia comido dando um novo sinal de vida. Me levanto e corro até o banheiro do andar de baixo.

Pov's Lili

Minha mãe sai apressada em direção ao banheiro. Paro com a torta no ar e a observo correr em direção a saída da cozinha, deixo a torta para depois e encaro finn com uma das sobrancelhas arqueada.

—Vocês não fizeram esse jantar para me dar nenhum notícia, não é mesmo? —pergunto desconfiada e ele nega com a cabeça, tão surpreso quanto eu.

Me sento na cadeira torcendo para que isso não passe de um ataque de ansiedade de minha mãe. Eu estou tentando a me adaptar a toda essa história ainda, um novo membro nessa coisa louca que eles querem chamar de família, certamente não seria a melhor coisa agora. Assim que volto dos meus pensamentos minha mãe aponta na entrada da cozinha novamente com um sorriso meio sem graça.

—Me desculpem por isso, eu realmente não sei o que aconteceu. —ela se senta em sua cadeira e logo finn cobre os ombros dela com o braço, sussurrando um "tudo bem?" Para ela, que apenas acena com a cabeça.

Reviro os olhos e encosto meus cotovelos na mesa apoiando minha cabeça em minha mãos. Vejo como eles se comunicam com o olhar, é uma cena muito linda de se assistir, eles parecem muito apaixonados

— Você sabe que um filho agora é uma irresponsabilidade tremenda de vocês dois não é mesmo? — eu pergunto ganhando a atenção dos dois. —Uma Criança em um momento tão inoportuno e complicado, pode correr o risco de acontecer o mesmo que aconteceu comigo. — Eu não quero ser dura, mas eu quero me resolver com eles, não preciso de mais uma distração, e outra se ela estiver grávida isso quer dizer que essa criança vai ter tudo o que eu não tive e isso eu não quero

—Vai dizer que não seria legal se nós te déssemos um irmão? — Finn pergunta e minha mãe o olha meio questionadora.

—Não, eu não acho legal. —Falo ríspida e completamente sem emoção na voz. — Eu não vou deixar que façam isso. — me ajeito em minha cadeira e minha mãe conserta a postura.

—Você não tem que permitir nada Elizabeth, a filha aqui não sou eu, é você. —Ela diz séria e meu pai apoia a mão por cima da mão dela.

—Então agora você quer ser a mãe do ano Rachel? —Altero o tom da voz e ameaço levantar da cadeira. — Me poupe desse Papinho por favor. —afasto a cadeira para ter espaço o suficiente para sair mas ela se levanta mais rápido que eu, bate com as mãos na mesa e eu me Assusto

—Eu exijo respeito dentro da minha casa. Posso ter errado muito mocinha, mas eu ainda sou a sua mãe. E você ainda depende de mim para viver. —Ela fala e me olha como aquele olhar de superioridade, eu não tenho medo de enfrentar.

—E o que vai fazer? Me proibir de sair de casa ou cortar a minha mesada? —Falo em um tom de desafio e quem responde não é ela

—Sem a mesada você já está, agora se continuar agindo como uma boba, infantil e mimada eu tirarei seus privilégios com o maior prazer. Aprenda a regra número um da casa, Elizabeth Berry Hudson, seus pais são autoridades aqui e queremos respeito. Não somos seus colegas de escola, somos SEUS pais. — ele fala enquanto tem o maior apoio da minha mãe. Eu me ajeito na cadeira e fico calada por alguns segundos, quando tomo coragem para falar algo ele me interrompe.  —Eu peço desculpas por estar fazendo isso tão cedo, mas eu preciso ser o seu pai acima de tudo. Então Rachel...

—Mocinha já para o seu quarto e não quero ouvir nem mesmo um murmurinho a mais nessa casa. — Ela completa a fala dele e eu me levanto furiosa indo em Direção ao meu quarto. Fecho a porta com a maior força e me sento em frente a penteadeira, penso por um tempo sobre o que acabou de acontecer e solto uma breve risada.

—Finalmente eu tenho pais de verdade. — me jogo na cama e fico mexendo no celular até ouvir uma batida na porta. Jogo o aparelho de lado e me sento na cama, depois de murmurar um "entre". Assim que a porta se abre metade de Meu pai se torna visível em meio a fresta da porta

—Desculpa ter gritado hoje. Eu ainda.... Ainda te amo, ok? Não esquece que você é a minha favorita. Mas eu tinha que mostrar pra sua mãe que também sei fazer as coisas —eu solto uma risada pelo nariz.

—Isso quer dizer que não estou de castigo?—pergunto com uma pontinha de esperança

—Ah não, isso ainda tá valendo. —Ele ri e eu reviro os olhos. —Dorme bem minha filha, eu te amo. — ele fecha a porta e eu sorrio.

—Também te amo —sussurro tendo certeza de que ele não ouviu. Me arrumo para dormir e me deito na cama, logo sendo invadida pelo sono.

The Secret Of The Lily-finchelOnde histórias criam vida. Descubra agora