Eu sou seu pai

307 31 22
                                    


— Alô — Leo sacudia a mão na frente do rosto de Percy — Terra para Percy Jackson, câmbio.

— Acho que perdemos ele — Grover encarava o garoto com cara de abobalhado — O cérebro fritou.

— Eu nem sabia que tinha algo pra fritar lá dentro — Leo riu batendo os punhos com Grover.

Ao fundo das provocações, Percy mantinha uma feição desconcentrada e voadora. Seus olhos se prendiam a um ponto qualquer na sala bem decorada da casa de Hazel.

Então suspirou.

— Ela gosta de mim — Falou para ninguém em específico.

— Ela é sua prima, tem que gostar né — Leo falou.

Percy arregalou os olhos.

— Prima?

Grover abafou a risada com o braço.

— É, você fica olhando pra foto da Hazel bebê falando essas coisas estranhas — Leo falou sorrindo provocativo.

Percy desfez a cara de surpresa para dar espaço a uma careta irritada que passava uma mensagem quase subliminar de ameaças de morte dirigidas ao Valdez. Então o tilintar de algo chamou a atenção dos três garotos.

— O bolo está servido — Hazel apareceu sorridente, segurando dois pedaços de bolo. Enquanto que Frank, ao seu lado, equilibrava três pratos nos braços que mais pareciam toras de madeira.

— HORA DO BOLO — Os garotos gritaram antes de atacar os pequenos pratos de porcelana.



— Então deixa eu vê se entendi... — Hazel lambeu a gelatina de morango do garfo e continuou — O Percy tá namorando?

O Jackson tossiu, se engasgando com o morango. Frank bateu nas costas do amigo quase fazendo o garoto cuspir os próprios rins.

— Eu não estou namorando — Percy falou, ainda recuperando o ar depois da tapa.

— Mas queria... — Leo falou baixo e descontraído.

— Calado Calypso.

Leo olhou fingindo indignação, mordendo mais um pedaço do morango que enfeitava o que uma vez havia sido um pedaço de bolo.

— Cara — Dessa vez Grover falou — Se você gosta dela, por que não, sabe, fala com ela?

— Mas eu falo.

— Você entendeu o que eu disse Jackson — Grover apontou o garfo sujo de brigadeiro branco para o amigo.

Percy abriu a boca para falar algo, mas logo a fechou, enchendo a boca de bolo de novo. Aquela conversa já estava começando a ficar desconfortável, e a dor na barriga só estava deixando isso mais evidente. Até que Hazel falou.

— Percy, priminho — Ela falava tranquila, da forma que Hazel sempre falava — A gente não quer te pressionar, mas sabe, o pior que pode acontecer é ela dizer não.

Percy sempre se sentia mais calmo quando olhava dentro dos olhos caramelo de Hazel, e ela sorria. Amava aquela garota, já havia tentado convencer a mãe a adotar ela, mas a mãe de Hazel não deixou por algum motivo.

— É... — O moreno falou, meio relutante — Você meio que ta certa.

Hazel sorriu vitoriosa, deitando no sofá e pondo os pés em cima do colo do primo.

— Eu estou totalmente certa.

Percy riu. E então seu celular vibrou, sendo seguido pelo toque familiar da abertura de Digimon Adventure, e o nome na tela fez o sorriso de Percy sumir.

Contando estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora