Ela já estava bebendo, como de costume. Já conhecia todos naquele bar. Pediu a dona da taverna, Rita, mais uma garrafa de rum. Rita era uma velha baixinha de 75 anos e cabelos brancos como a neve, mas tinha a força e disposição de uma mulher adulta em forma. Eram 10 da manhã e mesmo assim aquele lugar já estava lotado. De repente, um homem de 1,70 de altura, com uma barba e bigodes grandes e marrons e cabelos curtos e castanhos. Ele aparentava ter por volta de 30 anos. Empunhava uma grande espada retangular, ela não tinha ponta, mas era bem afiada nas laterais. Usava uma capa de couro cobrindo o torso. O homem apontou para Ela, e disse com um tom de voz imponente para alguém jovem como ele :
-Você! Ellie não é? Venha comigo.
-Ellie olhou para o homem e retrucou com uma voz poderosa:
-Mas quem é você para me dizer aonde eu vou?
O homem respondeu que era Thomas Drake, o capitão do SS Cecília.
-Thomas! Eu não te vejo desde que o Brunno recrutou você e aqueles outros garotos, como você está? - Disse Rita, por trás do balcão. O capitão respondeu que anda muito bem, e comentou como ela não tinha mudado um fio de cabelo nos ultimos 11 anos. Ellie olhou para a dona do bar, que acenou com a cabeça. Ela foi com Thomas, confiava na velha. Ellie era uma mulher bonita, de cabelos castanho-escuro, com tatuagens no braço esquerdo que iam até a metade do antebraço, usava duas pulseiras largas e folgadas douradas, provavelmente eram roubadas. Ela era um pouco mais alta que Thomas, por volta de 1,75, tinha 32 anos. Carregava uma grande espada curvada com uma guarda muito bonita em formato de flor, a bainha tinha uma caveira e estava apoiada na cintura. Era capaz de fazer tudo por si só, não precisava de ajuda de outras pessoas. E era uma verdadeira fortaleza emocional, nada abalava aquela garota. Trouxe consigo a garrafa de rum que estava bebendo, ela bebia muito mas era inderrubável por alcoól. Porém isso não era um vício, pois ela conseguia passar o tempo que quisesse sem beber.
Foi uma caminhada de 20 minutos até chegarem ao cais, Thomas estava claramente recrutando-a para a tripulação. A mulher decidiu esperar e ver o que acontecia. Subiram na embarcação. O SS Cecília era um enorme barco de madeira. Possuia 50 metros de proa a popa e 20 de boreste a bombordo (um barco normal tem cerca de 30x10). Suas velas eram brancas com uma picareta e uma espada retangular em cima da outra em forma de X no meio. A primeira coisa que o capitão fez chegando ao barco foi cumprimentar todos os seus tripulantes. Thomas era na verdade uma alma bondosa, não era tão imponente quanto parecia. Seus subordinados o respeitavam.
Drake a levou para o quarto do seu imediato, Gridd. Gridd era um gigante de 1,89. Era perceptivel o quão forte ele era mesmo com um casaco de couro e pele muito grosso, apesar do calor extremo. Ele tinha cabelo preto com uma quantidade significativa de cabelos grisalhos apesar de ter apenas 36 anos. Carregava consigo uma picareta com cabo de madeira e ponta de ferro. O imediato disse entusiasmado assim que os dois entraram no quarto:
-Oi! Eu sou o Gridd, mas podem me chamar de Griddão! E essa é a Cecília, minha picareta.
-Prazer, eu sou a Ellie. Você ta bem feliz, aconteceu alguma coisa em especial? - A moça respondeu
-Ele é sempre assim. Gridd e eu nos conhecemos há 11 anos quando o capitão Brunno nos recrutou para a tripulação do Albatroz. Desde então nunca nos separamos, somos como irmãos de outra mãe.
Ellie perguntou qual era a da picareta, e porque ele a deu um nome e conversava com ela. O grandão começou a puxar ar como se fosse se preparar para dar uma palestra. E então disse muito rápido:
-Há uns 15 anos atrás, eu era escravo de terranos, umas pessoas meio más. Eu tinha que minerar coisas e tal, mas ai uma família muito bondosa me ajudou a fugir, e eu fiquei com a picareta. Aquele lugar era solitário e escuro, mesmo com tantos escravos lá. E eu conversava com ela para me ajudar a passar o tempo. Nunca me separei dela, e é extremamente importante para mim.
-E o Griddão é muito importante para mim também, por isso eu deixei ele escolher o nome do barco. E a bandeira tem a minha espada e a Cecília. - Thomas explicou.
-E a sua espada? - A garota perguntou.
-Isso... é história para outro dia, se você ficar com a gente quem sabe um dia você descobre. - Retrucou o capitão
-Então você queria mesmo me recrutar? Não tenho nada para fazer mesmo. Não pode ser tão ruim - Disse levemente desinteressada, mas ela sabia que estava animada.
-Ótimo! Sempre bom ter sangue novo no barco, vou te apresentar a uma pessoa agora. - Com essa conclusão, Ellie acompanhou o seu novo capitão através do convés até chegar a proa do barco. Lá estava uma jovem da mesma altura de Tom, com uma coruja cinza no seu ombro. Ela estava olhando para o mar, admirada com a imensidão do gigante azul. O capitão disse, chamando a garota:
Raika, quero que você conheça a Ellie. Ela é a nova novata, assim como você. Se conheçam um pouco que já vamos zarpar, a gente vai buscar o terceiro novato. - Raika era uma moça jovem, 27 anos. Cabelos castanhos na altura do ombro, olhos verdes claros. Usava uma fita preta no pescoço com um circulo dourado e um emblema no centro, e uma pulseira com uma caveira que parecia ter sido feito sob medida de quão certinha estava no seu pulso. Usava uma grande bolsa de couro, também com uma caveira dourada no meio. Tinha um livro de anotações e uma caneta a tinteiro, além de uma adaga afiadissima presa na mesma sacola onde tinham dezenas de pergaminhos enrolados. Empoleirada no seu ombro, estava Sofia, uma coruja cinza de 40 centímetros com uma espécie de colar, idêntico a fita de Raika
-Prazer, eu sou a Ellie. Cheguei tem pouco tempo. - Abriu a conversa
-O prazer é todo meu! Eu to meio perdida aqui ainda, mas pelo menos eu tenho a Sofia para conversar. Mas e aí, me conta um pouco sobre você. - Disse com uma voz jovem e doce.
-Sou tranquila, gosto de fazer as coisas sozinhas. Mas não me importo se me ajudarem. Não recuso uma bebida. - Disse enquanto acendia um fósforo para depois acender um cigarro na sola da bota.
-Você bebe e fuma? A coisa que eu mais gosto de fazer é escrever, eu anoto tudo o que eu vejo.
-Fumo pouco, bebo muito. Posso olhar esses pergaminhos? - Respondeu.
-Claro, mas toma cuidado, alguns são mais velhos e já estão caindo aos pedaços. - Em um dos pergaminhos, tinha um mapa do continente, e ilhas ao redor. Ellie observava com curiosidade aquele mapa. Enquanto elas conversavam e iam se conhecendo, o SS Cecília içou suas velas em direção à saída do canal. As novatas se deram bem logo de começo, e jogavam papo fora até o imediato, Gridd, chegar.
-A gente vai para uma ilha, à oeste, no meio do canal. Tipo a capital só que muito menor, a gente procura por Sulley Dodo. Um homem bem experiente e solitário. Explicou.
-Valeu por avisar Griddão! - Disse a jovem estudiosa, com a coruja se aninhando no seu colo para dormir.
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SS Cecília
PertualanganEsta história de piratas se passa no mundo do Maré Alta, um RPG criado por Patrux08. A história e os personagens são originais, mas alguns deles já são conhecidos pelo público do RPG. Quero com que a história seja legível tanto para quem assistiu, t...