𝐌 𝐎 𝐑 𝐄 𝐓 𝐇 𝐀 𝐍 𝐋 𝐄 𝐆 𝐄 𝐍 𝐆 𝐒 Cidade invisível [SLOW]

𝕥 𝕣 𝕖 𝕤

Resolvi fazer aquele cantor minha próxima vítima.
Como eu fazia a séculos atrás,apenas traumatiza-lo deixando na calçada do cemitério dizendo "- É aqui que eu moro -' ou "- Aqui é minha casa-". A noite pedia muito mais que isso,e não era o que eu ia fazer,iria fazer apenas depois da 0:00
Fui sambando perto do palco,mostrando minhas curvas e erguendo o vestido para " me entregar" a dança.
Homens e mulheres em casais estavam ali,de todas as idades.,casais jovens,de meia idade,mais velhos.
Eu já suava e no momento fazia duas coisas que sabia muito bem saber e gostava de fazer: Sambar e atrair atenção.
Podia sentir não só o olhar do cantor de meia tigela no meu corpo, mais também de homens acompanhados de mulheres,sozinhos ou até mesmo apreciando a companhia de outros homens.
Quando o show chegou ao fim,a maioria da plateia foi embora ou se dispersou na praia. Me aproximei da banda,do vocalista que aparentava ter um pouco mais dos 25.
— Boa noite, moça — disse enquanto guardava um cavaquinho em sua capa.
— Boa noite, moço. — respondi me abanando, devido a dança eu estava morrendo de calor.
— Ao que devo a honra da sua presença? — perguntou.
— Gostei da sua voz — disse — gostei do som que você produz — dei um sorriso de lado parando de me abanar. Agora uma brisa bagunçava meus cabelos. —
— Fico lisonjeado com elogios vindo de uma mulher tão bonita — sorriu. Ele era negro,de um porte invejável,boca carnuda e altura de uma girafa —
— Lisonjeada seria eu se pudesse ter sua companhia por algumas horas,topa? — perguntei sentindo o vento bagunçar meu cabelo com mais força —
— Claro,não vejo por que não. — respondeu fazendo um sinal prós companheiros — podemos ir agora se a senhorita quiser... — propôs. Sorri em resposta e começamos a andar na praia. Ele falou mais dele.
— Até agora não sei nem o seu nome... — sorriu mostrando seus dentes levemente separados —
— Me chame de Ana — sorri de volta —
— Tudo bem Ana,sou Gael. —
— Não quer beber alguma coisa,Gael...? —  perguntei inocentemente —
— Não costumo beber,ainda mais acompanhado de dama bonitas como você — deu um sorriso de lado —
— Mais e se essa dama bonita te pedisse com jeito?,você poderia atender ao pedido dela? — passei a mãos nos meus fios de cabelo o seduzindo —
—  Sem dúvida alguma...— respondeu —
— Certo então vamos em um barzinho aqui perto — o puxei pela mão,as vezes o vento batia no meu vestido fazendo ele levantar um pouco.
O bar eu conheci atravéz do Manaus. Inclusive quando chegamos ele estava lá.
Bebi a noite inteira com minha vítima,ele era fraquíssimo pra bebida e mais ria do que falava.
Pedi pra ele me levar pra minha casa. Andamos pela rua do Rio de janeiro. Até chegar na porta do cemitério.
— "É aqui que eu moro"  — digo olhando nos olhos dele,ele cambaleia pra trás piscando e então eu desapareço,como se eu nunca tivesse na companhia dele. A igreja local tem um sino que toca a 0:00
,Como todo dia ele toca e eu saio andando a caminho da minha próxima vítima.