CAPÍTULO 4

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🌻

O Palácio de Vermont era imenso. E se nem a própria rainha era capaz de andar por ele sem se perder, quem dirá eu.

A arquitetura dos corredores era impressionante. Os detalhes em dourado e a pintura clara davam um toque elegante e clássico. As janelas com adornos e as sacadas iluminavam todos os corredores, além de dar a impressão de amplitude.

O meu lado de estudante de arquitetura as vezes tinha um leve surto.

Saindo da sala pessoal da Grace eu tentava lembrar o caminho até o meu quarto, o qual eu sempre esquecia.

E infelizmente eu não encontrava ninguém pelos corredores, exceto os guardas, mas eu duvidava que eles soubessem algo.

Felizmente, no caminho eu encontrei Celeste, irmã do Josh e cunhada da Grace. Para minha sorte o quarto da adolescente ficava no mesmo corredor que o meu.

"Lunaaaa", ela correu para me abraçar.

Eu achava a garota o máximo, fora que nossas personalidades eram idênticas.

"Menina, você cresceu", reclamei.

"Você me viu no mês passado", riu.

"Não interessa, tá uma gata", elogiei, e era verdade.

Celeste tinha herdado os cabelos castanhos claros e os olhos azuis como os do irmão. Estava no auge de seus desesseis anos e eu tenho certeza que era crush de muitos garotos.

"E os namoradinhos?", ri com minha própria pergunta de tia.

"Nenhum, como sempre", gargalhou, "e você? Arrasando muitos corações na faculdade?"

"Se estou não fiquei sabendo", respondi divertida, era fácil conversar com ela.

"Mas a Grace já me contou que o príncipe Nicholas tem um leve interesse por você", estreitou os olhos e sorriu de lado.

"Ah, eu e o Nick somos amigos, já tivemos um pequeno envolvimento mas não foi nada sério", dei de ombros.

"Sei...e você não está interessada em ninguém?", colocou as mãos na cintura e me olhou de maneira suspeita.

"Eu queria o Damon Salvatore para mim, mas infelizmente isso não será possível", lamentei.

"Você está me enrolando", alfinetou.

"Não estou não, é verdade", gargalhei, "mas enfim, eu preciso que você me ajude a localizar meu amado aposento, por favor"

"Quer dizer o seu quarto?", riu.

"Exatamente"

Educadamente ela me explicou em quais corredores eu precisaria entrar até chegar ao correto. Eu acho que vou dar ao Josh a ideia de instalar um mapa em alguns deles. Claramente seria útil.

Agradeci a Celeste e me despedi para seguir o meu caminho. Precisava urgentemente tomar um banho e descansar depois da viagem. Mas antes que eu me afastasse totalmente da garota não pude perder a oportunidade de atormenta-la.

"Hey, aliás, o Lucas te mandou um oi", ela escondeu o rosto com as mãos e eu ri de seu constrangimento voltando ao meu caminho.

Lucas era o irmão mais novo da Grace, e ele e Celeste tinham se tornado bons amigos. Eu nunca perdíamos a chance de brincar com a cara deles.

Com a ajuda que recebi consegui reconhecer melhor os corredores e seguir até o meu quarto. Eu só não esperava que ao chegar no corredor todo meu corpo fosse estremecer com uma cena.

Na porta do meu quarto estava o Rafe, fazendo a guarda, e junto dele estava alguma das criadas, reconheci isso pelo uniforme. Parecia ser jovem.

Eu não fazia ideia do que tinha acontecido, mas alguma coisa fez com que ele precisasse segura-la. A sensação chata que crescia dentro de mim era muito incômoda.

Eles riam enquanto se organizavam, ela parecia abaixar a cabeça envergonhada enquanto ajeitava algo em seus braços. Pareciam estar se entendendo tão bem que não me notaram ao chegar.

"A-alteza", a menina gaguejou ao me ver e fez uma reverência. Rafe que me encarava fez o mesmo, mas eu preferi evitar seu olhar, "s-sinto muito estar na porta do s-seu quarto, eu vim pegar alguns l-lençóis e o Rafael me ajudou quando tropecei"

Nossa, já se chamam até pelo primeiro nome?

"Está tudo bem, não tem problemas", sorri.

Preciso admitir que apesar de estar incomodada com a presença da garota, não tenho o direito de trata-la mal. Ela só está fazendo seu trabalho.

"Precisa de algo alteza?", ela perguntou.

"Não, obrigada, eu vou descansar um pouco", dei um passo para me afastar e Rafael abriu minha porta para eu entrar.

Quando ele fechou esperei por um tempo antes de me afastar completamente.

Escutei sussuros e risadinhas.

"Tchau Rafael", a garota se despediu e pareceu ir embora.

"Tchau Rafael", imitei em um tom baixo e fino, revirando os olhos, "Rafael...ouvindo assim até parece que conhece ele a vida toda", resmunguei e cruzei os braços, ficando parada no meio do meu quarto, "e porque eu estou assim? Não vejo motivos", bati o pé freneticamente, "pelo amor de Deus, eu estou louca, comecei até a falar sozinha", me joguei na cama, coloquei o travesseiro no rosto e gritei. O barulho foi abafado pelo objeto acolchoado.

Meu momento de surto foi atrapalhado com batidas na porta.

"Pode entrar", falei em um resmumgo, me sentando.

"Desculpe, pensei ter ouvido algo", Rafe surgiu na porta.

"Ahn, era...eu estava...fazendo umas coisas", engoli em seco.

"Está tudo bem? A senhortia está vermelha", no impulso eu toquei meu próprio rosto.

"Não, quer dizer, sim, está tudo bem", respondi rápido.

"Ahn...certeza? Não quer que eu chame ninguém?", me olhou pouco convencido.

"Não, estou ótima, preciso apenas descansar um pouco, estou com a Grace desde que cheguei"

"Tudo bem, se precisar de algo é só me chamar", fechou a porta.

Segurei meu impulso de chama-lo de volta e perguntar se já conhecia a garota e de onde. Mas me contive.

Afinal, isso não é problema meu.

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REVISADO

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