CAPÍTULO 9

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🌻

"Eu não quero nem ver se você for pega", Grace reclamou do outro lado da chamada.

"Não vou ser pega, não é a primeira vez", dei de ombros, olhando para o celular apoiado em minha escrivaninha enquanto arrumava uma mochila para poder sair.

"E se for?", insistiu.

"Se for...", olhei para tela, "ah, não tem problema, eu só estou indo para uma festa, nada demais, eu me viro depois"

"Você me promete que vai tomar cuidado? Não vai aprontar nada nem aceitar bebidas de estranhos Luna", disse preocupada.

"Prometo amiga, você me conhece", sorri tentando tranquiliza-la, "só preciso sair um pouco, esquecer os últimos dias", suspirei.

"Pretende esquecer o Rafael também?"

"Eu...", parei para refletir, procurando as palavras, "eu não sei, eu gosto dele Grace, e quando finalmente aceito isso e compreendo meus sentimentos, ele simplesmente diz que também gosta de mim mas que é impossível ter qualquer coisa porque em sua concepção somos de mundos completamente diferentes", puxei o fôlego.

"E...?"

"E...eu não sei o que fazer, nem sei como agirei daqui para frente, mas eu não posso ficar insistindo, ainda mais se ele não tirar essas ideias da cabeça", coloquei a mochila pesada sobre o ombro.

"Eu te apoiarei no que decidir, e estarei aqui para o que precisar, mas se ele demonstrou sentir algo, e você nota que essa é uma chance de felicidade, não deixe que escape amiga"

"Eu não quero pressiona-lo"

"Não precisa pressiona-lo, apenas demonstre, diga, que a ideia que ele plantou na mente é sem fundamento. E se ainda assim ele continuar com a mesma atitude, será ele a perder uma pessoa maravilhosa", eu sorri e peguei meu celular.

"Eu sei que sou maravilhosa", respondi insolente, "mas no momento, eu pretendo curtir a noite e esquecer o sexo oposto...com muito cuidado e responsabilidade", completei assim que ela me encarou com seu olhar mortífero.

"Tudo bem, aproveite a noite por no...", ela parou de falar e olhou para algo em seu quarto, de longe ouvi a voz de Josh, "já terminou seus afazeres amor?", eu fiz uma cara de incredulidade.

"Já que fui abandonada vou desligar, tenho que ir"

"Desculpa amiga", riu, "amanhã te ligo, te amo"

"Te amo, tchau", mandei um beijo, e antes que ela desligasse falei, "vai providenciar meus afilhados", encerrei a ligação sem deixa-la responder.

Ri e verifiquei se já tinha tudo necessário, saindo de meu quarto. Mamãe já sabia que eu passaria a noite na casa da Lu, que ela já conhecia, então apenas lhe dei um beijo de boa noite e avisei que voltaria no dia seguinte, entrando no carro que me levaria até a casa de minha amiga.

[...]

"Meninas, estou indo me deitar, tudo bem?", a mãe de Luara surgiu na porta do quarto da filha, onde nós nos maquiavamos vestidas com nossos pijamas, "estão se arrumando para tirar foto outra vez?", gargalhou.

"Do que adianta dormir na casa da amiga se não fizermos uma noite de beleza, dona Rafaela?", ri.

Não era a primeira vez que ela nos via fazendo isso, então nem se importou. Disse que se precisássemos de algo era só chama-la, que estaria no último quarto do corredor. Ela tinha o sono muito pesado, e como o quarto era distante não dava para ouvir nada. O pai da Lu, assim como o meu, tinha falecido a alguns anos, então era só nós três em casa.

Luna - Spin OffOnde histórias criam vida. Descubra agora