Capítulo Sete;

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PRESENTE

No dia seguinte, Jungkook permitiu que Yoongi fosse ao quarto do pai o ver antes de irem embora. Seu coração batia tão forte enquanto ele empurrava a cadeira até a cama. Caramba, seu pai estava ali, consciente. Poderia contar toda a história novamente. Poderia gritar: "pai, sou eu, seu filho. Você me conhece, sabe que não sou isso que os papéis dizem! Por favor, acredite em mim!", mas ele não podia. Sabia o que ia acontecer se falasse. 

— Oi, Yoonie — disse o homem, feliz. Fazia tempos que não via o único filho. Segurou sua mão com força. — Como você está? 

— Estou bem, pai, e o senhor? — respondeu, sentindo um arrepio percorrer sua espinha só de sentir a respiração de Jungkook na sua nuca. 

— Bem, bem. Quero dizer, ainda preciso me acostumar com a situação — deu risada. — Está bem mesmo? Você parece tristinho, está indo no médico certinho? 

Ele teve vontade de chorar. O Sr.Min sabia que o filho estava infeliz, mas acreditava que era pelos motivos que Jungkook apresentou e não pelo que o filho disse. 

— Estou sim, pai. Fica tranquilo. 

— Por que você está triste, amor? — Pergunta Jungkook, se abaixando ao lado da cadeira. — Não está sendo feliz comigo? 

Yoongi sentiu vontade de dar um tapa nele. Não estava mais aguentando aquele joguinho. Se conteve para não fazer nada, porque era isso que Jungkook queria, que ele quebrasse uma regra, fosse castigado e ficasse mais tempo na sua casa. 

— Claro que não —  Yoongi segurou o rosto. — Eu sou feliz com você. Para ser sincero, me sinto a pessoa mais sortuda do mundo por ter você. 

Se não estivesse zangado com Yoongi, o loiro teria sorriso bobo e o beijo com intensidade, mostrando naquele ato como o amava. Mas, infelizmente, Yoongi não estava merecendo. 

— Eu só fico um pouco triste as vezes por está na cadeira de rodas — continuou o pálido, libertando o rosto de Jeon. — Fica em paz, pai, eu estou bem, estou indo ao médico e tomando meus remédios. Não é, querido? — Sorrindo, ele olhou para seu namorado obsessivo. — Jungkook se encarrega de sempre me lembrar, todo santo dia. 

— Que bom. Eu fico muito agradecido por está cuidando dele, Jungkook. 

— Está sendo um prazer, senhor — levantou-se. — Se nos der licença, vamos indo agora. 

— Divirtam-se! — Deseja o homem enquanto observa o genro levar seu filho para fora do quarto. 

Jungkook não falou nada até estarem no estacionamento. Prendendo os braços do pálido no cinto de segurança, de modo que ele fique imovel, falou: 

— Você está voltando a ser agressivo — ele levou os dedos até a nuca do menor, puxando os cabelos dali e o forçando a olhar para cima. — Continue assim, por favor. Adoro quando você volta para nossa casa, mesmo que seja por três dias. — Então ele se levantou e fechou a porta, dando a volta no carro. 

A neve começou a invadir a garagem quando o loiro apertou o botão e os portões começaram a subir. 

— Pode abaixar um pouco o vidro, por favor? — Pediu quando saíram da garagem. Yoongi queria respirar fundo aquele ar puro e engoli-lo. 

Fazia tempo que não respirava um ar puro de verdade. Era sempre de casa, carro e casa do Jungkook. Às vezes ele ia para  lugares diferentes, mas eram tão raras e inesperadas que se esquecia de aproveitar porque Jungkook ficava o atentando a quebrar uma regra. 
Sem falar nada, Jeon apertou o botão do painel que abaixava o vidro na porta do passageiro. 

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