Ataque

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Estou cansada, acabada, morta. Chame do que você preferir. Eu estou me arrastando pelas ruas no caminho para casa.

O turno da madrugada na lanchonete foi pesado, no mínimo. Somando isso a minha noite mal dormida, temos um cançaso digno dos infernos.

Só queria estar na minha cama, sonhando em ser cheia da grana e não precisar me submeter a andar pelas ruas de Tóquio às três horas da manhã, como estou fazendo neste instante.

Graças a tudo o que é mais sagrado, finalmente cheguei ao meu prédio. Ando até a entrada e remexo na minha bolsa até encontrar a chave perdida em algum bolso interno.

Sim, é uma maravilha morar em um prédio literalmente caindo aos pedaços — meus amigos dizem que parece saído de um filme de terror e por isso nunca veem aqui para nossa noite de jogos. Idiotas. - sem porteiro, ou qualquer segurança além de um cadeado enferrujado. Mas quando não se tem dinheiro de sobra é com isso que tem que se contentar.

Destranco a porta, entro no corredor mal iluminado e logo alcanço as escadas.

Não estou aguentando subir esses dois lances, parece que vou cair e ter um traumatismo craniano a qualquer momento.

Meu apartamento aparece no meu campo de visão, e isso me trás um alívio indescritível. Só consigo pensar em banho e cama. Cama e banho. Essas palavras resoam na minha mente como música.

Fico tão perdida em meus pensamentos que deixo a porcaria da chave cair da minha mão.

Droga, Liry, você praticamente está dormindo em pé. — digo a mim mesma.

Bem no momento que me abaixo para pegar a chave escuto um barulho do apartamento ao lado.

Que merda é essa? O apartamento é vago desde que me mudei, há dois meses.

E a última vez que chequei ontem quando sai para o trabalho, ele ainda permanecia vazio. E não há outras residências neste andar além da minha e a da frente. Estranho. No mínimo.

Devem ser novos moradores que chegaram quando eu estava fora.

Sim, deve ser isso.

Quando estou destrancando a porta o barulho fica mais alto. Rangidos ecoam. Parecem... correntes?

Parecem correntes sendo arrastadas no chão de madeira. Rangindo mais e mais alto.

Puta merda. Puta merda.

Eu tô morrendo de medo. Não quero morrer.

Calma, Liry, calma. Droga, você é patética.

Você deve estar apenas ouvindo coisas isso é o sono falando. Você vai entrar tomar um banho e dormir. É isso.

Apesar de todos os meus esforços pra que isso fosse fruto da minha imaginação, o barulho fica mais e mais alto, como se estivesse atravessando o apartamento e vindo em direção a porta.

Em direção a mim.

Eu não consigo me mexer, não consigo fazer nada desde que o ouvi pela primeira vez.

Droga, me encontro paralisada.

Pensa, pensa, você precisa fazer alguma coisa antes que essa coisa, seja lá o que for, chegue a porta.

No exato momento que esse pensamento passou pela minha cabeça o barulho cessou.

- Que porra é...

Antes que eu termine a porta voa pelos ares e com um estrondo colide com a parede do fim do corredor.

Um monstro surge no lugar de onde a porta deveria estar. Ele tem forma humanoide, mas não é nem de longe humano.

Sua boca é enorme revestida de dentes pontiagudos. Seu corpo é preto e muito alto, tem longas correntes passando por ele. Como se estivesse preso. Seus olhos são brancos e sem órbitas.

As correntes presas em sua mão são mais longas e se arrastam no chão.

Eu não consigo me mexer, apenas sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Estou em absoluto pânico. Esse monstro é horrendo.

Ele finalmente para de me encarar e avança em minha direção. Eu caio no chão.

— Eu estive observando você, Coisinha Linda.

Me observando? O que ele quer dizer com isso?

O monstro para na minha frente e baixa sua cabeça a centímetros da minha e olha no fundo dos meus olhos. Eles me lembram o vazio. O nada.

— Finalmente o Chefe permitiu que a eu a levasse. Não se preocupe, querida, vai ser bem rápido.

Ele me puxa pela mão e me coloca nos ombros como se eu fosse com saco de batatas, insignificante para ele.

— Por... por favor... — eu consigo dizer a medida que ele se aproxima das escadas.

— Não vai adiantar nada implorar agora, Coisinha Linda. Não há nada que você possa fazer. A morte vai ser rápida, como já disse.

Eu não quero morrer, não assim. Ele não pode me levar. Eu tenho que fazer alguma coisa. Preciso reagir. Agora.

Mesmo sabendo que não vai adiantar nada, eu começo a me debater e gritar nos ombros do mostro.

— SOCORRO! POR FAVOR EU PRECISO DE AJUDA!!! POR FAVOR! ALGUÉM ME AJUDA! — eu berro na esperança desenfreada de alguém me ouvir.

-—CALE A BOCA, HUMANA! Você não vai pra lugar algum! — O monstro diz irritado e me chacoalha.

— Eu acho que quem não vai a lugar nenhum aqui, é você, amigão.— Escuto uma voz vinda de trás de nós.

Quando levanto o rosto vejo parado no fim do corredor um homem alto, com cabelos brancos e uma faixa preta cobrindo os olhos.


Oiii galera, como estão?

Bom, essa é minha primeira fanfic, então relevem os erros e talsKKKK.

Eu sou novata nesse lance de escrever, mas saibam que podem me mandar mensagens sobre qualquer coisa que acharem da fic! Eu vou amar!

Qualquer mínima interação é indescritível pra quem escreve

Sobre a história:

eu vou dar uma leve mudada nos poderes dos personagens, mas tudo é meramente fictício como sabem, pra encaixar na estória

Espero do fundo do coração que vocês gostem <3

Aproveitem a leitura,

Até o próximo capítulo 💗

maldições por toda a parte • (jjk fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora