Reencontro

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Eu não sabia responder a essa pergunta. O que diabos eu era? Não faço a mínima ideia, mas de uma coisa eu posso ter certeza. Não sou "normal".

Sou alguma coisa sem resposta ainda. Ainda.

Eu vou descobrir, custe o que custar. Preciso da minha vida de volta.

A enfermeira continua me encarando como de eu fosse algum tipo de aberração da natureza.

E eu era mesmo.

— Não sei o que eu sou. — ela parece um pouco decepcionada. — Mas eu vou descobrir.

A enfermeira recupera a postura severa e me fita ereta. As rugas se desfazem de sua testa.

— Acho bom que faça isso o mais rápido possível. — a senhora faz uma pausa — para o seu próprio bem.

Eu me deparo encarando a parede. Parece que minha vida se tornou uma novela mexicana.

— Quando o soro acabar vou te dar alta, como eu disse seu corpo se recuperou milagrosamente. Não há por que te manter aqui. Só estou te dando isso por precaução.

Saio do transe com essas palavras.

— Eu agradeço. Muito mesmo.

A mulher assente.

— Não há por que agradecer. Apenas fiz meu trabalho.

— Desculpe, eu nem perguntei seu nome.

— Tanaka Hana.

— Obrigada por cuidar de mim, senhora Tanaka.

Ela da um pequeno sorriso com uma pitada de tristeza em suas feições.

— Você é uma boa menina.

(Quebra de tempo)

Fiquei no quarto até o soro acabar, logo depois a senhora Tanaka me deu alta e orientou para que eu fosse para meu quarto.

Bom, parece que não é hoje que vou voltar pra casa.

Caminho pelos corredores na direção indicada e finalmente chego ao meu quarto.

Abro a porta e me jogo na cama. Que puta dia. Mais um desse e eu não aguento.

Eu me pergunto como está Satoru. Será que ele capturou o demônio? Será que ele sabe o que de fato aconteceu? O que eu sou?

Espero que ele esteja bem. Ele precisa estar bem.

Não sei explicar, mas nós temos algum tipo conexão maluca, ou isso só é unilateral e ele não sente nada, mas a forma como ele me olhou no apartamento. A forma como falou comigo.

O jeito que o mundo pareceu parar quando nos olhavamos. Não posso ser a única a imaginar isso.

Ou sim. Afinal eu não sou uma garota normal. Posso estar em um coma ou sonho e isso tudo ser fruto da minha imaginação.

Não sei o que está acontecendo. É tudo surreal demais.

Meu telefone começa a tocar. O pego do  bolso, milagrosamente ele não quebrou ou sumiu no meio da confusão. Pelo menos eu tenho sorte em alguma coisa.

— Alô?

— Liry. Você disse que ia me ligar mais tarde! A bonita nem se dignou.

— Aika, me desculpe. De verdade.

Nem tinha como eu ligar para minha amiga no e meio dessa confusão, acabei esquecendo da minha promessa.

— Ah tá, tudo bem, mas e aí você chegou em Nagoya? Está em um hotel?

maldições por toda a parte • (jjk fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora