Tons Agudos e Suspiros

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Sem Revisão

Victor já tinha subido pro quarto, enquanto os garotos exalavam frustração na sala principal. Mas o único com motivos frustrados diferente era Mob, que nem tocou na comida. Os sentimentos dele pelo amigo mais velho relamente tinham lhe causados efeitos graves e quando este os recusou, o estrago foi ainda maior. O problema de ter uma mesa rodeada de amigos é que eles logicamente vão notar seu estado emocional e seu comportamento recluso.

— Quê que foi, Mob? Cê tá mais deprê que eu - Bak comentou. Bradock olhou de relance para os amigos, não querendo ter envolvimento dessa vez.

— Pois é, nem comer ele tá comendo - Jordan disse.

— Isso tudo é falta da cidade? - Bak mais uma vez.

— Nosso amigo tá apaixonado, é óbvio - Gs disse, atraindo a atenção de Mob pela primeira vez pra conversa.

— Saudade dos contatinhos né? - Bak finalizou rindo, assim como os outros. Mob esboçou um sorriso falho, mas não se ligou muito. Não era algo que eme queria explanar sobre, mas ter alguém pra conversar seria muito bom.

No quarto, junto com Coringa, que embora estivesse acordado preferia ignorá-lo. Mob somente encarava as costas dele, já que este estava na posição de conchinha. O vento frio do ventilador se misturava a brisa que entrava pela janela desfalcada e o único sim aparente era de suas respirações.

— Coringa? - Se castigou mentalmente após chamá-lo, o que ele estava fazendo?.

— Mano, não fica assim comigo, vai. Desculpa pelo que eu fiz, se eu soubesse que cê ia ficar assim eu nem... - Não conseguiu terminar a fala, desacreditado de que realmente não faria aquilo se tivesse uma segunda chance. — Eu sei que tu não tá dormindo, quando dorme tu me abraça involuntariamente.

Victor se revirou, estabelecendo uma conexão visual e não disse nada.

— Foi mal te tratar desse jeito... eu só, acho que eu precisava de um tempo - Coringa dizia baixinho. Mob arrastou-se lentamente, apenas alguns centímetros, com a desculpa de que queria ouvir melhor.

— Não, beleza, eu também precisei de um tempo pra me acostumar com isso tudo.

— Não, eu não queria ter te tratado daquele jeito... Eu meio que joguei a culpa inteira pra cima de ti, sendo que eu também queria - Ou Mob se achava bobo ou somente muito fácil pra sentir como se Victor não tivesse feito nada nas últimas 48h, porque era assim que estava agora, ignorando tudo e com o coração aquecido pelo pedido de desculpas dele.

— Tá beleza. Eu só... queria saber se você curtiu? - Perguntou despretensioso.

— Curti... - Victor coçou a nuca e Mob encarou os pés. Um silêncio agradável se instaurou. Coringa sentiu as bochechas corarem violentamente e Mob notava a coloração vermelha que deixava Coringa fofo.

— E aí, tamo' de boa? - Mob perguntou.

— Sim, eu acho.

Concluíram pra mais uma vez se encararem. Enquanto um sorriso brotava no rosto de Mob cada vez mais crescente, as bochechas de Victor mais se tornavam vermelhas e ele sentia tudo esquentar. E então, como que hipnotizados um pelo outro, Coringa se aproximou sorrateiramente, até que os rostos estivessem na mesma altura e mesmo ângulo, assim, quando Mob ainda estava paralisado o encarando, ele o beijou, desta vez mais quente, mais apaixonado e coberto por sentimentos gritantes. Era uma declaração que Victor fazia com sua língua, que não tinha coragem de fazer com palavras. As mãos de Mob criaram vontade própria percorrendo as costas e parando em cima da bunda de Coringa, apertando-a, enquanto o beijo seguia quente.

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