Capítulo Vinte e Um

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A lâmina fria da adaga contra minha pele por baixo da manga do uniforme fazia meus pelos do braço se arrepiarem.

Eu iria matar Aleksander hoje, agora ou nunca.

Era de tarde, um horário que eu sabia que ele estaria sozinho e o castelo com menos movimento, enviei um bilhete dizendo para ele me encontrar nessa sala.

Ela era afastada da visão dos guardas e empregados, primeiro andar do castelo, eu poderia quebrar a janela depois e fugir, um cavalo com minhas bolsas já me esperava escondido. Iria escapar pelo caminho longo que era por trás do castelo, pela floresta.

Apenas dois dias tinham se passado des da rosa em chamas, da magia das trevas, ou eu matava Aleksander hoje ou eu morria.

Meu coração batia rápido, estava ansiosa, eufórica, rezava para aquele plano dar certo, se não perderia minha cabeça e recompensa.

A sala era simples, não tinha muitos móveis, havia uma mesa retangular e algumas cadeiras, nas paredes tinha detalhes em dourado.

Escutei passos se aproximando, olhei para porta com Aleksander a abrindo. Ele olhou a sala, percebendo que não tinha nada estranho na mesma.

Ele usava roupas de sempre, botas, calça escura, uma blusa branca e um casaco aberto cinza escuro, os cabelos jogados para trás.

- O que foi?- ele fechou a porta, fiquei ao seu lado e girei a chave trancando a porta. Aleksander olhou para minha mão na chave e depois me olhou confuso.

- Bom...eu...hm...- me afastei indo para perto da mesa, Aleksander me seguiu com passos lentos, atentos.

- Aconteceu algo?

- Não...bom, nada de ruim...- continuava fingindo o nevorssismo.

- Milena.- o olhei, ele estava próximo.

- Nesses últimos dois meses que eu fiquei aqui...- molhei meus lábios.- Eu...comecei a sentir algo pelo senhor, claro que é idiotice, porque nunca que um príncipe e uma empregada poderiam ficar juntos. E com certeza você não sente o mesmo.

- Você está se declarando?- suspirei.

- Sim, vossa alteza.- por favor caia, por favor caia. Mas Aleksander apenas ficou calado, eu tinha que distraí-lo.

Então puxei Aleksander pelo casaco e o beijei.

A princípio ele não reagiu, quase pensei em enfiar a adaga no seu coração naquele momento. Separei o beijo ainda com o rosto próximo e segurando seu casaco.

Então Aleksander me beijou.

Pelos céus, está funcionando meu plano.

Me permiti a fechar os olhos, Aleksander passou o braço na minha cintura me puxando para perto do seu corpo. Com o primeiro toque da sua língua, meu coração acelerou, mas dessa vez não por causa do plano.

Eu estava gostando e eu odiava esse sentimento.

Deslizei minhas mãos até seus ombros, a mão esquerda de Aleksander foi para o meu pescoço, subindo até a lateral do meu rosto. Céus, ele beijava bem.

Não que eu já tivesse muita experiência, na Lacher os clientes a maioria não beijava, beijei um ou dois assassinos durante meus anos do prédio de Matthew.

Não, eu não iria pensar na Lacher nesse momento, isso era um fantasma que sempre me assombrava.

Virei o corpo de Aleksander sem separar o beijo, ele deu dois passos para trás e encostou na mesa, fazendo a mesma ranger um pouco. Meus braços foram para cima dos seus ombros, a adaga continuava na minha manga.

O beijo era lento mas parecia que tinha algo a mais, uma segunda intenção, Aleksander apertou de leve minha cintura.

Aproximei minhas mãos na sua nuca, puxei a adaga sem fazer barulho. Era agora, ganharia meus trinta milhões, apenas com um golpe na nuca.

Fechei minha mão segurando com força o cabo da adaga, a lâmina apontada para o pescoço do príncipe, quase que roçando na sua pele.

Por um instante eu hesitei, eu realmente queria matá-lo? Realmente tinha desenvolvido sentimentos por ele ou eu estava enganando a minha mesma?

Trinta milhões, Elizabeth.

Levantei a adaga pronta para dar o golpe.

Mas Aleksander separou o beijo, pegou meu braço direito e segurou meu pulso, ainda segurava a adaga entre nós.

O príncipe olhou meu rosto, me estudando, depois sorriu. Eu o olhava surpresa.

- Achou que eu não ia descobrir, Dama da noite?

A Dama Da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora