Capítulo 10

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Oii, falem com a tia aqui, como cês tão?

Boa leitura
ฅ^•ﻌ•^ฅ

Corro meus olhos pelas paredes da casa. Havia muitas fotos de Anthony, Elizabeth e até mesmo eu estava incluída em várias dessas fotos. Eu evitava as olhar, eu estava evitando o sentimento de perda.

Suspiro me levantando do sofá e vou para o banheiro que ficava no andar se bairro. A porta aberta do escritório chama a minha atenção e paro na frente da mesma.

Eu ainda não tinha vindo para essa parte da casa e não notado a porta aberta.

Paro em baixo do portal e acendo a luz vendo o escritório da casa, havia um computador, uma mesa no centro, um sofá e poltronas, algumas estantes com livros que eu deduzia ser de direito e um armário cheio de bebidas como Whisky, vinho e champanhe.

Respiro fundo tomando coragem para entrar no escritório e caminho até a mesa, pouso minha mão sobre a mesa de madeira e um papel perto do teclado do computador me chama a atenção. Dou a volta na mesa e pego a folha em mãos, no mesmo instante consigo ver a letra de Anthony.

"Mari, essa é minha segunda carta a você.
Provavelmente você tenha a recebido um pouco depois da minha morte - que provavelmente tenha acontecido caso esteja lendo isso - e você tenha ficado com a guarda de David, que eu sei que você ficou.

Há algumas coisas que eu não disse na outra carta; eu quero muito que você realmente crie David como se fosse um filho, quando você se sentir preparada, poderá o chamar de seu filho e ele poderá a chamar de mãe. Mesmo que eu sinta que isso irá demorar bastante por você odiar a ideia de ser mãe.

É só isso. Para você saber o dia que escrevi está carta. Hoje é o dia no qual eu irei levar Elizabeth para comemorar os nossos 10 anos de casados.

Eu te amo, cuide bem de David

Com amor, Anthony. Sua alma gêmea"

Dessa vez, diferente da outra eu não derramo uma única lágrima. Minha cota de choro havia acabado indefinidamente.

Os destinatários da carta estava para o advogado dele. Provavelmente ele iria entregar em breve para ele mas isso não foi possível.

Solto a carta sobre a mesa e vou em direção a estante de bebidas, coloco a senha para poder abrir a porta, pego a garrafa de whisky, um copo e encho metade do copo com o liquidificador amarelado. Abro o refrigerador e coloco duas pedras de gelo no copo.
Fecho ambos e me encosto na estante, fico encarando a carta e dou um gole na bebida sentindo seu gosto amargo e solitário. Engulo seco sentindo o álcool descer queimando minha garganta até chegar em meu interior, o esquentando.

Caminho até a mesa e pego a carta novamente, dou mais um longo gole na bebida e engulo com calma.

Eu estava sentindo necessidade de beber, algo que pudesse me deixar um pouco mais animada mas eu sabia que não poderia passar desse copo já que mesmo David estar dormindo, ele poderia acordar a qualquer momento e precisar de mim.

Aperto a folha entre meus dedos e aperto meu maxilar. Continuo bebendo a bebida até que termine por completo, deixo o copo vazio sobre a estante de bebidas e saio do escritório, aquele ambiente estava me sufocando.

Abro a porta da frente, desço os degraus da varanda e me sento, afundo meus dedos em meu cabelo e fico encarando meus pés. Respiro fundo e subo meu olhar para o céu estrelado.

Pressão.

Era isso que eu sentia.

Estava me sentindo pressionada por tudo e todos, mesmo que não houvesse muitas pessoas a minha volta.
Fico em silêncio sentindo o álcool do whisky começar a fazer efeito, solto uma risada sem humor e mudo minha atenção para a rua e vejo uma mulher familiar andando pela rua, ela vira sua cabeça em minha direção, coloca as mãos no bolso da calça e se aproxima até a calçada.

Querido DavidOnde histórias criam vida. Descubra agora