Capítulo 16 - Alice Becker

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Vamos falar um pouco sobre quem é Alice.

Uma mulher forte e independente, que sabe assumir essa postura sem perder seu lado doce, educado e suave. Nós somos amigas desde o ensino médio, nos conhecemos por uma grande coincidência do destino. Na mesma sala de aula, com ambições em comum e ambas determinadas a nos tornar a mulher dos nossos sonhos.
Ela sempre foi calma e cuidadosa, assim como eu, veio de uma família que não era rica. Nós nos aproximamos e a amizade acabou perdurando por anos. Ambas fudidas no ensino médio e após o ensino médio. Apesar de tudo parecer que daria errado, a persistência de correr atrás do sonhos falou mais alto.
Tivemos que nos separar quando decidi vir para Montreal, mas a nossa amizade continuou forte. Quando contei para ela a primeira loucura que eu queria fazer para conseguir crescer a empresa e eu não tinha ninguém para me ajudar além dela, ela aceitou sem exitar. Juntas planejamos o golpe. Jamais julgue um livro pela capa.

Voltando um pouco no tempo...

Lembro dela descendo no aeroporto.

– Como você está? – pergunto.
– Ótima! Senti sua falta! – ela diz
– Eu também! – Respondo.

Pegamos um ônibus até o quarto em que eu morava dividindo o apartamento com mais alguns estranhos que acabaram se tornando amigos. Mas não amigos para esse tipo de situação.
Chegamos ao quarto, ela deixou as malas. Olhamos uma para a cara da outra. Eu disse:
– É a nossa chance.
– Vamos fazer o que for preciso. – ela respondeu.

Sempre fomos ambiciosas. Nunca nos consideramos pessoas ruins, mas era a nossa chance de crescer e ter tudo que sempre desejamos. Alice é uma INFJ, ou seja, uma mulher que sabe agir precisamente. Nem que tenha que mover mundos e fundos, se ela acredita na causa... Vai fazer acontecer, mobilizando e seduzindo os outros com facilidade, levando-os de acordo com o ponto de vista dela. Principalmente, se for para ajudar alguém que ela considere importante. Para minha sorte, faço parte desse grupo seleto de pessoas.

Era uma sexta-feira, revisamos o plano inúmeras vezes. Nos arrumamos dos pés a cabeça...
A parte principal do plano: levar os outros dois empresários envolvidos para um quarto, aproveitar o fetish com brasileiras que esses homens carregam, dar a entender que nos envolveríamos com eles. Mas na realidade, fazê-los assinar o acordo.
Seria muito fácil hoje em dia... Já que já somos experientes. Mas não naquela época, o primeiro acordo grande, o primeiro risco real e nós não éramos ninguém, ainda éramos pobres, não tínhamos acesso as drogas no hospital que Alice traz hoje em dia. Armas? Experiência de Netlfix.
Coragem. É o que pode definir a atitude tomada por nós aquela noite. Mas foi essa loucura que mudou tudo para nós duas.

Entramos no salão do hotel, caminhamos até o bar. Usei parte das minhas economias pagando o barman para colocar bastante álcool na bebida deles e não colocar um pingo de álcool nas nossas.
Nos sentamos ao lado deles e começamos a conversar. Esses dois homens... Eles eram casados e imagens públicas. Parte do plano era tirar fotos deles na cama conosco, sem mostrar nossos rostos, obviamente, e chantagea-los. Assim eles não poderiam voltar atrás no acordo já assinado.
Começamos o plano... Tínhamos que fazer eles beberem bastante. Mas, antes disso, eles já nos pressionaram para ir para o quarto com eles. Eu pensei em tentar enrolar mais, mas eles perceberiam.
Dei uma olhada para Alice, tipo, não temos escolha. Ela assentiu.

– Então vamos rapazes. – ela soltou.

Bom, se está tudo bem por ela... Pensei. Vamos.
Caminhamos até o elevador. Eles não estavam bêbados o suficiente... Seria difícil. Ambas estávamos nervosas e atentas. Tivemos que suportar aqueles nojentos passando as mãos pelos nossos corpos cheirando a álcool.
Na minha bolsa e na de Alice, alguns artigos profissionais para imobiliza-los. O que era engraçado, já que não éramos profissionais. Mas a nossa ambição, sempre vai falar mais alto. Erros? Não podemos cometer ou seremos estupradas e continuaremos duas pobres ninguém. Sem medicina, sem império na prata. Sem dinheiro.
Esses dois homens eram tão importantes, porque eu precisava de alguém para comprar minha prata. Um valor razoável mensalmente... Um deles era um sócio de uma joalheria e o outro Gerente de uma indústria tecnológica. Eu não tinha prata o suficiente para manter as necessidades das empresas deles sozinha, o que não os interessava. Já que era melhor um acordo para uma só empresa ser a responsável. Eles pensavam em só nos usar e dar para trás no acordo. Mas nós seríamos mais espertas, fornecer apenas uma porcentagem para eles, na época, mudaria nosso futuro.

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