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Olá queridxs leitores! Se ainda tiver algum por aí!
Bateu a inspiração depois de anos luz e cá estou eu tentando dar um rumo para esta história que sempre tive para mim que escreveria despretenciosamente!
Peço desculpas mais uma vez pela demora e agradeço quem ainda não desistiu e continua acompanhando.
Perdoe a betagem, pq ela é feita por.mim mesma!

Bjos e boa leitura

Bjos e boa leitura

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Southwest Trenton, New Jersey.
09 de Julho de 2004.
08h35 min A.M

Donnatela mexia os pés, inquieta, enquanto observava em sua totalidade, o consultório da médica amiga de sua madrinha.
Encarou a recepcionista que se mantinha alheia folheando uma revista de celebridades qualquer. Donna constatou isso ao se deparar com a figura de Justin Timberlake, ex-vocal de sua boyband favorita, o N’Sync, estampada na capa.
Suspirou olhando de soslaio para sua madrinha que também folheava alguma revista qualquer.
Donnatela sentia-se estranha com todo aquele silêncio, exceto pelo barulho do televisor de 29’ polegadas ligado em algum canal aleatório de culinária.
Donna não  se sentia à vontade num ambiente como aquele: impessoal e monocromático.Causava - lhe certa aflição como um prelúdio de algo ruim.
Quando sua madrinha lhe disse que uma amiga médica assim como ela poderia lhe ajudar, Donnatela não  compreendia que tipo de ajuda, afinal ela não estava doente ou estava?
Mas a voz de seu pai lhe chamando de doente inútil  soando repetitiva no seu subconsciente indicava que algo realmente não  estava certo.
Seu pai desde a confusão não  lhe dirigia sequer uma palavra, apenas insultos gratuitos a sua mãe, culpando - a pelo fato de Donnatela ter se tornado doente.
Exasperada com as lembranças  do café da manhã, Donna sentiu-se nauseada. Inspirou fundo tentando aplacar aquele rebuliço no estômago.Sem sucesso virou-se para sua madrinha disposta a buscar um banheiro, mas seu nome anunciado pela recepcionista a fez travar no mesmo lugar.
Carolyn encarou Donna notando seus olhos verdes arregalaram em sua direção.
⎯ Não  tenha medo querida. ⎯  a médica sorriu tenra. ⎯  Kate apenas quer te conhecer.⎯  proferiu encorajando a pequena Fiore.
Donnatela observou a madrinha levantar e lhe estender a mão. Incerta, segurou o mais forte que pôde os dedos de Carolyn e acompanhou a mulher até um corredor extenso.
As batidas de seu coração  infantil se assemelhavam a um grande martelo ecoando pelo seu peito e estagnado na boca. Donna comparou  a sensação como a de um desenho animado quando comicamente detalhavam o coração pulsando na garganta do personagem em situação  de perigo.Ela podia jurar que seu coração  estava tão preso à garganta que a impedia de respirar.
Tomou fôlego  quando sua madrinha parou em frente  à porta branca com a plaquinha dourada indicando Dra. Parker, psicopedagoga/psiquiatra.
Notou quando Carolyn parou com a mão  sobre a maçaneta antes de abri-la em sua totalidade.
A explosão de cores quase feriu seus olhos verdes. Era um ambiente completamente diferente da recepção  da clínica.
As paredes pintadas com desenhos de nuvens, unicórnios  e arco íris, era acolhedor e divertido à primeira vista, tanto que Donna acabou perdendo a timidez e foi a primeira a adentrar o cômodo.
Notou no canto uma mesa com 4 cadeirinhas coloridas com alguns blocos de madeira espalhados, tudo muito lúdico.
Receosa aproximou-se da mesa tocando um dos blocos na sua típica curiosidade infantil.
⎯ Você deve ser  Donna, eu suponho.⎯ a voz feminina fez com que Donnatela soltasse o bloco sobre a mesa com rapidez.
A pequena Fiore desviou o olhar em direção  a voz constatando ser de uma mulher de meia idade, assim como sua madrinha, mas as semelhanças acabam aí. 
A mulher em questão  possuía olhos e cabelos negros como azeviche. Sua pele pálida se tornava um contraste harmônico, se é que isso poderia ser possível. Ela lhe dirigia um sorriso caloroso, embora este mesmo sorriso não chegasse a seus olhos. Era baixa e de corpo esguio.
Donna nada respondeu, apenas continuou sua análise com desconfiança, quando sua madrinha rompeu aquele silêncio aterrador.
⎯ Donna, esta é a doutora Kate Parker, uma amiga querida dos tempos de faculdade.⎯ Donnatela observou sua madrinha desviando novamente o olhar em direção a tal médica  apenas assentando minimamente.
⎯ Vejo que o gato comeu sua língua.⎯ A médica se pronunciou se aproximando, tentando amenizar o clima, mas Donna mantinha o semblante austero não gostando daquela tentativa de aproximação.
Mais alguns minutos de um silêncio  constrangedor, e Carolyn pigarreou desconfortável.
⎯ Bem, deixarei vocês  duas se conhecerem melhor.⎯ A doutora Scott se pronunciou observando as ações de  sua afilhada.⎯ Desculpe Kate, geralmente, Donnatela é bem falante. Não imagino o que deu nela.
Carolyn sorriu alternando o olhar entre Donna e a outra mulher.
⎯ Não se preocupe. Tudo ao tempo de Donna.⎯ A doutora Parker garantiu sorrindo minimamente para a amiga de longa data.
A Scott  tocou o ombro da menina afagando no processo.
⎯ Vai dar tudo certo, querida! Você está em boas mãos.⎯ Carolyn sorriu para a afilhada antes de se afastar até a porta passando por ela em seguida.
O baque seco ressoou fazendo Donnatela encarar a porta com afinco. Seu pequeno coraçãozinho batia desenfreado e seu estômago parecia congelado. A Fiore definitivamente não gostava de estar sozinha com estranhos. Inspirou profundamente desviando  o foco da  porta para a pequena mesa e os blocos coloridos. Sentiu -se analisada e automaticamente encarou os olhos escuros que a observavam minuciosamente.
⎯ Gosta de blocos, Donnatela? ⎯ A voz da mulher era tranquila, embora parecesse repleta de indiferença.
Donna a encarou apenas meneando a cabeça numa concordância tímida.
  ⎯ Eu também adorava quando criança.⎯ A doutora Parker sorriu puxando a cadeirinha para sentar. ⎯ Quer me ajudar a montar alguns blocos?⎯ Perguntou lançando um sorriso a pequena garotinha.
Donnatela concordou sentando -se na cadeira ao lado direito da médica. Pegou o primeiro bloco vermelho sobrepondo o verde no intuito de montar um prédio nas cores da pizzaria da família.
⎯ O que pretende montar?⎯ A médica pegou um bloco azul estendendo para a garota que negou veemente.⎯ Não quer quer que eu te ajude?
⎯ Não é isso… eu preciso só dos blocos vermelhos e verdes.⎯Donna afirmou.
⎯Ah claro...⎯ Kate Parker sorriu em entendimento.⎯ Suas cores favoritas?
⎯ Não. Estou construindo uma pizzaria e tem que ser nessas cores.⎯ Donna foi incisiva.
Kate automaticamente lembrou -se da conversa que tivera com Carolyn e as anotações que fizera sobre a garotinha. 
Filha de imigrantes italianos donos de uma pizzaria  em Jersey.
⎯ Qual sua cor favorita, Donnatela?⎯ a médica insistiu ganhando a atenção da garotinha.
⎯ Azul.  Mas não o azul como o céu, aquele azul blueberry quase roxo.⎯ Donna afirmou sorrindo abertamente para a médica, pela primeira vez aquele dia.⎯ Mas também adoro rosa. Talvez pinte meus cabelos de uma dessas duas cores quando for mais velha.
⎯ Diferente. ⎯  Kate ponderou.⎯ Mas não gosta dos seus cabelos naturais? São lindos…
A médica observou a pequena garotinha negar com veemência.
⎯  Não gosta então… ⎯  a médica prosseguiu.⎯  Mas por que você não gosta?⎯ insistiu a psicopedagoga.
Donna desviou os olhos dos blocos encarando profundamente a médica.
⎯  Porque são iguais aos do meu pai.⎯ E sem mais nada a dizer continuou montando os blocos se fechando completamente em seu mundo de faz de conta.


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⏰ Última atualização: Apr 13, 2021 ⏰

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