Capítulo 25

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O celular de Ivi começa a tocar, despertando-os. Quando ela abriu os olhos, seu falso noivo já estava acordado, encanrando-a intensamente. Ela coça os olhos e sorri.

— Bom dia. — Sua voz estava rouca e um pouco manhosa. Ele sorriu erguendo apenas um lado dos lábios e deitou o rosto por debaixo da mão.

— Você parece uma pintura... — Sussurrou. Ivi franze a testa e sente as bochechas esquentarem. Quando percebeu o que disse, ele piscou os olhos algumas vezes e pigarreou. — Bom dia.

— Já podemos voltar? — Senta na cama. — Prometi a sua mãe que a levaria para passear hoje.

— Por que?

— Porque estou indo embora e pretendo ajudá-la a sair de casa antes de ir. — Buscou pelo celular tateando por toda extensão do colchão. Ela ouviu o som de notificação de mensagem e levantou o olhar, em direção à mesa. — Por favor, não quero desapontá-la.

— Você não vai conseguir tirá-la de casa. — Esfrega o rosto com as mãos, impaciente. Ele estava cansado de ver a mãe mergulhando na depressão depois de tentativas vãs de ultrapassar os portões da mansão. — Apenas deixe-a em paz. Não quero vê-la chorar pela milésima vez. — Ivi o encarava com mágoa no olhar. Ele costumava subestimá-la, mas nunca tinha doído tanto. Ela assentiu e desbloqueou a tela do celular.

Talvez, as palavras do e-mail fossem apenas ilusão. Ela fechou os olhos e os abriu em seguida, com medo de estar sonhado. Depois, beliscou o próprio braço, massageando o local ao sentir dor.

— O que está fazendo? — Jonh franziu a testa sem compreendê-la. Ele levantou e cruzou os braços enquanto se aproximava.

— Eu... E-Eu fui aceita. — Ele esbugalhou os olhos, completamente surpreso. Jonh estava convicto que sua noiva não seria aceita, por isso não se preocupou tanto. — Eu fui aceita! — Abre um sorriso tão sincero que por pouco não o derreteu.

Jonh balança a cabeça, em confirmação, e desvia o olhar. Ele coloca as mãos nos bolsos da calça e continua calado, sem olhá-la. O sentimento era o mesmo de traição ou abandono. Ele não conseguia encontrar uma definição. Mas em que parte ela estava errada? Nenhuma, ele pensou. Apenas estava correndo atrás dos seus sonhos.

— Não vai me parabenizar?

— Parabéns. — Da de ombros. — Presumo que queira espelhar a notícia para se livrar de mim de uma vez. Vamos arrumar as coisas para voltar pra casa. — Ele gira os calcanhares, ficando de costas para ela, colocando a mochila na cama, juntando os pertences.

Ivi ri desacreditada, e o puxa pelo braço, forçando-o a virar e olhar para ela.

— Parabéns? É só isso?

— Quer que eu dê uma festa na empresa? — Pergunta, com indiferença. Nem parecia ser o homem que a tinha elogiado minutos antes.

— Você é muito egoísta. — Balança a cabeça para os lados. — No seu peito o que bate é uma pedra e não um coração.

— Percebeu isso agora? — Desdenha. Ele volta a arrumar as coisas, deixando-a boquiaberta. O quanto ele conseguia ser egoísta? Sua capacidade de ser frio a deixava impressionada.

— Ainda se pergunta por qual motivo Darla te deixou? — Fala próximo ao ouvido dele. — Você é um egoísta. Só está feliz quando a situação te beneficia. — Se afasta e junta de uma vez todas as suas coisas, sem nenhuma organização, diferente dele. — Ainda bem que vou me distanciar de você. Só sua presença consegue ser o suficiente para deixar qualquer pessoa triste. — Jonh sente o coração se partir.

Ele queria estar feliz por ela, de verdade. Mas como poderia? Provavelmente, ela partiria no dia seguinte, deixando-o completamente quebrado. Como se pode sorrir quando tudo dentro de si parece desmoronar? Ele achou por bem mostrar que não estava ligando, para facilitar as coisas para ela e para si mesmo.
Ambos desceram as escadas ao mesmo tempo, e quando chegaram a sala, encontraram Darla tomando café. Ela levantou para recebê-los.

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