Virei a Princesa dos Elfos

Sonhos e Esperança

Escutei um poderoso estrondo. Quando abri os olhos me deparei com meu irmão nos defendendo do machado com uma estaca de terra. Alguns elfos o acompanhavam.

– Alan? O que você está fazendo aqui? Deveria ter fugido com os outros.

– Ha, um bom rei não abandona seu povo! Vamos mostrar para esses demônios do que somos capazes.

Baal, que tinha o dobro do tamanho de Alan, tirou duas facas das suas costas.

– Hahaha! Que ótimo, pensei que vocês orelhas pontudas morreriam sem nos dar trabalho.

– Se prepare demônio. Você sentirá a ira do rei elfo!

Alan abaixou as mãos e uma nuvem de terra se espalhou cegando os inimigos. Senti alguém me segurando. Quase resisti até que ouvi a voz do meu irmão me acalmando. Seu verdadeiro plano era fugir. Afinal, somos elfos jovens e sem experiência de batalha.

Nossos aliados carregaram Mika e a garotinha. Logo os inimigos perceberam que foram enganados e nos seguiram. Os elfos controlaram as árvores para bloquear os inimigos. Infelizmente, com tão pouco tempo para se preparar só os atrasaram alguns segundos.

Esquivamos todo ataque que vinha por nós. Às vezes os demônios usavam suas armas, às vezes socos e chutes.

Finalmente, não conseguimos mais correr. Baal deu um poderoso soco nas costas de Alan, que bateu contra o tronco de uma árvore. Só agora, notei que ele ficou para trás.

Meu irmão foi rodeado.

– Chega de brincadeiras seus elfos imundos!

Furioso, o demônio avançou contra o meu irmão. Trêmulo, Alan se levantou usando suas últimas forças e olhou para Baal com convicção.

– Você pode ser maior e mais forte do que nós, mas temos uma coisa que você não tem!

– Ah, é mesmo? E o que seria isso?

– União.

A terra tremeu com suas palavras. Ondas de poder se espalharam de onde ele se encontrava. Os demônios ficaram sérios. Nunca viram um elfo usar uma magia tão poderosa.

A vibração foi tanta que o chão ao redor dele se tornou líquido. Os monstros começaram a afundar. Desesperados, levantaram as pernas numa tentativa de se livrar da terra.

Alguns demônios fugiram abandonando seus amigos, mas foram surpreendidos por raízes que os chicotearam de volta. No topo das árvores, nossos amigos elfos estenderam suas mãos ajudando com sua magia.

Ah, então Alan não era o verdadeiro responsável por essa magia poderosa. Foi uma combinação do poder de todos. Finalmente ele aprendeu.

Os demônios afundaram cada vez mais no círculo. Toda vez que um tentava fugir, era surpreendido cum uma chicotada que os mandava de volta ao centro.

As raízes e galhos os rodearam formando uma gaiola, mas Baal se negou a perder assim. Ele pisou em um dos seus companheiros caídos e pulou para fora do círculo vindo na minha direção.

– Acham que essa armadilha vai me deter? Pelo menos vou te levar comigo!

Para minha surpresa, Alan veio de um lado e socou a cara de Baal. O ataque não o machucou tanto e logo ele revidou. Os dois trocaram diversos socos, mas a vitória do inimigo era uma questão de tempo.

– Alan, o que você está fazendo?

– Um rei se sacrifica pelo seu povo!

Não sei o que deu em mim ao ouvir suas palavras, mas avancei para dar um soco também. Tinha que aproveitar que o inimigo perdeu suas armas na terra.

Mesmo machucado, Mika também apareceu. Depois veio a pequena elfa, que deu um chute na canela do demônio malvado. Mais elfos vieram. Cada um o acertou, pelo menos, uma vez.

Prestes a desmaiar, Baal caiu de volta no círculo. Combinando nossos poderes, afundamos ele e seus seguidores na terra para nunca mais reemergir.

A montanha era muito maior do que imaginamos. Subimos e subimos sem parar, até que finalmente chegamos ao topo depois de três dias.

Como se estivesse nos dando às boas vindas, as nuvens se dispersaram e o céu azul apareceu. Os cabelos do nosso querido rei Alan brilharam com os raios de sol. Ele abriu um sorriso e abraçou seus súditos mais próximos.

Mika e a garotinha também me abraçaram. Não precisávamos dizer mais nada. Chegamos.

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Caro leitor,

Muito obrigado por acompanhar a história até aqui. Espero que tenha gostado.

Att. Lydson.

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