Doo - Para : Anormal

Capítulo 12 - O Anormal.

   O brilho majestoso da maior joia rara de todo o universo estava bem ali, na frente deles. Todas as partes se juntaram em um só, como um quebra-cabeça. 

   -MEU DEUS! -Cassidy larga sua arma de choque e ela cai no chão.- O DISCO...

   -O DISCO É FINALMENTE MEU! -Doutor Péricles bate suas asas e voa rapidamente para pegar o disco.-

   -NÃO!!! -Todos dizem em coro.-

   Ao contato do bico de Péricles com o Disco Planisférico, uma clarão enorme surge e cega todos que estavam ali, e sem perceber, todos são teleportados para um lugar desconhecido. O lugar era semelhante a uma caverna, com rochas por todas as partes e sons de gotas de água pingando.

   Fred, Daphne, Velma, Shaggy, Doo, Springs, Ricky, Doutor Péricles e Cassidy estavam um do lado do outro, como se todos realmente estivessem que estar ali, naquele momento, naquela hora.

   -Espera, eu 'tô' reconhecendo esse lugar... -Shaggy olha ao redor, e Doo começa a latir.-

   -É claro que reconhecem, crianças tolas. Estamos na mesma caverna que vocês se conheceram. -Doutor Péricles sobrevoa o local.-

   -Por que estamos aqui? -Daphne segura a mão de Velma.- 

   -Simples. É agora que iremos pegar o nosso tesouro! -Ricky coloca Péricles em seu ombro e corre mancando para a mesma cabana velha de onde a Nova Mistério S/A saiu pela primeira vez.-

   -Não os deixem fugir! -Cassidy exclama e corre, com a turma atrás.-

   Todos correm e atravessam a cabana, entrando no lindo jardim com flores com cores vivas e o gramado verde como alface.

   -Eu sabia que vocês iriam voltar. -Jude, a criatura com aparência infantil estava lá.- Esperei pela volta de vocês.

   -Jude! Jude nos ajude! -Velma exclamou- Como podemos acabar com essa maldita maldição de Baía Cristal? EU SÓ QUERO SER NORMAL! 

   -Me desculpe, humana. Mas... Não posso te ajudar. -Jude dá um passo para o lado e um portal se abre.- Agora vão em frente e enfrentem o destino que os aguarda.

   -É Cassidy, parece que não adianta fugir para o Canadá, o destino sempre acontece. -Ricky debochava da antiga parceira.-

   -Eu vou acabar com isso logo. -Cassidy atravessa o portal, junto com Ricky e Péricles. A turma fica para trás.-

   -E então? Vamos acabar com tudo isso de uma vez? -Fred dizia para os amigos.-

   -Vamos. -Diz Daphne.-

   -O mais cedo possível. -Diz Velma.-

   -É pra já. -Diz Shaggy.-

   -Claro! -Diz Doo.-

   -OI?!!! O SCOOBY DOO FALOU? -Shaggy tropeça no chão e cai de bunda no chão, incrédulo no que ouviu.-

   -Ih rapaz, eu falei! -Doo se questiona.- IH, EU TÔ FALANDO!

   -Confesso que me assustou... Mas convenhamos, estamos tendo um pássaro inteligente que fala e cria planos malignos como inimigo. -Daphne ri, fazendo carinho em Doo.-

   -MEU MELHOR AMIGO TÁ FALANDO! -Shaggy corre abraçar o cão-

   -EU FINALMENTE POSSO DIZER QUE EU TE AMO! -Doo lambe o rosto de Shaggy.-

   A turma toda abraça Doo e se levantam, um segurando a mão do outro. Chegou a hora de encarar o destino. Juntos, eles atravessam o portal. Ao atravessar, era como se estivessem no céu; nuvens por todos os lados, um lindo chão (paredes e tetos também) da cor azul que trazia um pouco de esperança para os jovens.

   Logo à frente, um gigante portão com grades de ouro estava fechado, impossibilitando a passagem de quaisquer ser vivo. Após ele, um grande caixão também da cor dourada.

   -Eu mal posso esperar para chegada de vocês... -Dizia uma voz desconhecida que parecia estar saindo do caixão.-

   -O tesouro está no caixão? Vamos lá pegar! -Os olhos de Ricky brilhavam.-

   -E aí, como se abre essa bagaça? -Doo chacoalhava o portão com suas patas.-

   -O cachorro tá falando agora é? -Cassidy ri.-

   -Você me respeite que agora eu posso falar todos os palavrões que aprendi com o Shaggy, quer ver? Olha----

   Doutor Péricles o interrompe.

   -Não temos tempo a perder, Little Mistério S/A. -Ele voava em direção ao portão.- Para abrir é simples, temos que fazer um sacrifício para servir de receptáculo para o Anormal.

   -Espera, que Anormal? -Ricky engole em seco.- Péricles..... Não me diga que....

   -Aaahhh, percebeu agora? Claro que eu menti sobre o tesouro esse tempo todo. -Péricles gargalhava.- Não existe tesouro algum em baixo de Baía Cristal, e sim um demônio selado.

   -MAS QUE DESGRAÇADO! -Ricky avança para cima do papagaio.- VOCÊ MENTIU PARA TODOS NÓS ESSES 20 ANOS! -O pássaro desvia dos ataques inúteis de Ricky.-

   -É oque dizem, nunca se pode confiar em aves falantes. -Péricles debochava.- E para esse demônio renascer, ele precisa de um corpo... -Doutor Péricles abre a ferida que Daphne fez com a agulha aos poucos, aumentando o sangramento.-... E EU SEREI O RECEPTÁCULO DO ANORMAL!

   Doutor Péricles se mata na frente de todos, ali mesmo. Seu corpo cai no chão e  começa a sumir aos poucos. Quando some por completo, o portão se abre e um brilho vem do caixão.

   -Um demônio? COMO VAMOS PARAR UM DEMÔNIO?! -Daphne estava apavorada.-

   -É tão bom poder ver minhas criações aqui, comigo. -A voz do caixão fica mais alta.-

   -C-Criações? -Velma instiga.- Não somos criações!

   -Claro que são! Ora bolas, onde já se viu jovens resolvendo mistérios por tantos anos seguidos? Vocês acham que se encontraram por acaso? Pelo além? Balela. EU criei vocês. EU fiz vocês se encontrarem, EU fiz essa amizade acontecer. EU fiz os sinais de rádio interferir os de Velma para que ela se encontrasse com vocês nesta mesma caverna no dia em que vocês ficaram presos. EU deslizei a pedra, e EU coloquei ela de novo quando vocês voltaram. EU FIZ TUDO, EU CRIEI VOCÊS! SE NÃO FOSSE POR MIM, VOCÊS NUNCA TERIAM SE CONHECIDO! -O caixão começa a tremer.-

   -Isso é mentira! Não somos brinquedos! -Fred grita.-

   -Claro que são! E são os meus preferidos! -O caixão se abre e uma criatura maligna com formato de polvo e com a cabeça de Doutor Péricles sai de lá, rugindo toda sua ira.- FINALMENTE ESTOU LIBERTO! FORAM MAIS DE MILÊNIOS EM QUE FIQUEI ACORRENTADO AQUI!

   As nuvens começam a sumir, o azul calmo começa a virar vermelho e toda a calmaria vira um inferno. Fogo começa a cair e lava escorrer, gritos de socorro e gritos de desespero. Anormal renasceu.