💗CAPÍTULO IV💗

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Capítulo Quatro.



Luna, não sabia como sair do quarto, estava muito constrangida e envergonhada, ainda mais, depois do sonho erótico que teve com o Scott. Ele podia não saber dos seus sonhos, mas ela não conseguiria olhar para ele sem lembrar. Foi o sonho mais quente que ela teve em toda sua vida.

— Luna. Eu fiz café. — Ela ouviu a voz dele, tão suave do outro lado da porta.

Ela se levantou e abriu a porta. Não podia ignorá-lo. Ele estava parado em pé em frente a porta, com uma roupa casual e ela nunca reparou antes, mas estava tão lindo com aquela camiseta cinza escuro e calça jeans preta.

— Oi. — Disse ele, ainda constrangido. Queria pedir desculpas pela noite passada, mas não sabia como.

— Oi. — Disse ela, dividindo o mesmo constrangimento.

— Sobre ontem… Por favor, me desculpe. Eu bebi um pouco a mais e esqueci que estava aqui. Esqueça aquela cena, nunca mais vai se repetir. — Pediu ele, envergonhado pelo acontecido durante a madrugada.

— Está tudo bem. Eu que não devia ter saído do quarto. — Disse ela calmamente, tentando não pensar muito no acontecido. Só tinha uma lembrança da noite passada e era o Scott nú, e não seria tão fácil esquecer.

A verdade era que: ela nunca poderia esquecer aquela cena, não depois dos sonhos que teve com ele, tocando o corpo dela da mesma maneira que fazia com aquela mulher.

— Vem. Eu fiz café da manhã pra gente. É meu pedido de desculpas. — Disse ele, em um meio sorriso, se virou e foi indo em direção a cozinha e ela seguiu atrás dele.

Até o andar dele, agora parecia tão sexy. De costas para ela, Luna só conseguia pensar na cena da noite passada e mesmo que ele estivesse vestido agora, Luna ainda  conseguia vê-lo completamente nú.

— Você está ficando louca. — Disse ela, baixinho, chacoalhando a cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos insanos da sua mente.

— Hoje a tarde, tem o aniversário da minha sobrinha. Você quer ir comigo? — Perguntou ele, fazendo-a se afogar com o suco. Ela olhou para ele espantada com a pergunta.

— Se não quiser ir, tudo bem! Só achei que você ia querer sair um pouco. — Disse ele, dando de ombros, por ver a cara dela de surpresa.

— Eu quero ir. — Disse ela rapidamente, com medo dele retirar o convite. Ela nunca foi a um aniversário e queria saber como era.

— Tudo bem então. As quatro horas, venho pegar você. — Falou, se levantando. Precisava se arrumar, para ir até a boate.

Scott saiu, deixando a Luna perdida em pensamentos. Por que ele estava convidando-a para conhecer sua família?

Scott se sentiu mal pela noite passada. Não queria que a Luna tivesse presenciado ele prestes a foder com uma completa estranha na mesa da sala. Não era essa a imagem que ele queria que a Luna tivesse dele, então, tentou ser gentil e a convidou para o aniversário da Daiana, mas Luna ficou surpresa com o convite.

[...]

— O que tem para me contar, Oscar? — Scott perguntou, sentando-se em sua cadeira, no escritório da boate. Oscar já esperava por ele.

— Foi bem mais difícil do que pensei, chefe. — Oscar contou a ele.

— Mas conseguiu alguma coisa? — Scott perguntou, curioso.

— Mas é claro que sim! — Oscar falou, orgulhoso de si mesmo.

— Então, fala logo. — Scott pediu a ele, querendo saber tudo o que ele descobriu.

— Como desconfiamos, a garota realmente está fugindo. — Oscar contou a ele.

— Você descobriu quem é? — Scott perguntou mais do que curioso, querendo saber quem machucou a Luna.

— Do marido dela. — Oscar contou e Scott ficou paralisado no lugar. Ele não esperava por aquilo.

— Como é que é? — Scott perguntou, surpreso.

— Ela está fugindo do marido há uns quatro anos. — Oscar foi contando e não parava de surpreender o Scott.

Oscar conseguiu surpreender ainda mais o Scott, por aquilo ele não esperava.

— A Luna parece ter uns... vinte anos. Ela se casou com ele com dezesseis? — Perguntou, seguindo seu raciocínio.

— Ela tem vinte e três, na verdade. — Oscar contou a ele. Oscar não parava de surpreendê-lo.

— Ao menos, ela se casou com dezenove. — Disse ele, mais aliviado, fazendo as contas.

— Aí que você se engana, chefe! Ela se casou com quatorze anos. — Oscar contou e se fosse possível, Scott tinha derrubado seu queixo no chão, ficou de boca aberta pelas informações.

— Como assim? Ela era só uma criança. — Scott falou, mal conseguindo acreditar no que o Oscar estava lhe contando.

— Ela foi vendida por seu pai, a um bastardo filho da puta. — Oscar falou com raiva, por um pai ter coragem de vender a própria filha. — Por tudo que consegui investigar, a família da Luna não tinha condições financeiras e esse bastardo se aproveitou, comprou ela da família, por algumas esmolas. — Disse ele, com mais raiva ainda.

— Mas por que ela está fugindo? — Scott perguntou, querendo entender a história toda.

— Paguei um bom dinheiro a uma das empregadas da mansão do bastardo. Ele mora do outro lado da cidade em uma área nobre. A mulher me contou que o filho da puta era muito estúpido com ela. Batia nela… tomava-a força. — Oscar falou, sentindo um nó em sua garganta, ao pensar em como aquela garota devia ter sofrido, por ter que se deitar com alguém contra sua vontade.

— Filho da puta! — Scott falou, se alterando pela história que Oscar estava lhe contando, dando um murro na mesa.

Scott tremia de raiva, ao pensar em alguém machucando aquela meiga garota. Queria aquele homem em suas mãos, queria matá-lo a todo custo, por ter machucado aquela pobre garota.

— O que quer que eu faça, com esse tal de Klaus, chefe? Posso dar um fim na vida dele rapidinho. — Oscar falou animado, querendo dar um fim naquele verme.

— Por enquanto, nada! Vou ter que fazê-la confiar em mim, ou ela pode fugir e correr perigo novamente. Não sabemos bem quem é esse desgraçado. Descubra tudo sobre ele e depois agimos da melhor forma. — Scott falou, pensando com a razão, dando a ordem ao Oscar, que é seu segurança e também um grande companheiro de anos.

— Tudo bem, chefe. — Disse ele, concordando com o plano. — Mais uma coisa chefe. O nome dela é Alice. — Falou por fim, quase se esquecendo daquele detalhe.

— Alice. — Scott falou, gostando do som do nome dela, ao sair dos seus lábios. — Alice. — Disse ele novamente, pensando em como aquele nome combinava com ela.

Oscar saiu da sala, deixando o Scott perdido em pensamentos com o nome da Luna, que na verdade, era Alice.

[...]

Como combinado, às quatro horas, Scott estava no apartamento. Luna sem perceber, estava de boca aberta, olhando para o Scott muito elegante e sem mencionar, bonito e gostoso. Aquele homem, era uma perfeição em seu terno sob medida.

Luna ficou constrangida, já que sua melhor roupa era uma regata branca, uma calça jeans e um tênis all star.

— Vamos. — Disse ele e a Luna já não sabia se era uma boa ideia ir com aquela roupa, mas estava muito animada para sair daquele apartamento. Já faziam dias, que não colocava os pés na rua.

Scott não se importava com a roupa dela, na verdade, ele nem mesmo reparou. Só conseguia pensar em tudo que o Oscar contou e ele se sentia mal, por aquela garota tão sorridente a sua frente ter sofrido tanto. Cortava o coração, saber como ela devia ter sofrido, mas estava ali a sua frente, dando seu melhor sorriso para ele.

Scott não sabia explicar, mas se dependesse dele, nunca mais ninguém faria mal algum a ela. Daria sua vida, para protegê-la!

[...]

— Oi, eu sou a Celina. Mãe daquela espevitadinha que corre de um lado para outro. — Celina falou, olhando para a Daiana que estava com um lindo vestido de princesa, correndo no jardim.

— Eu sou a Luna. — Disse ela, um pouco constrangida, ao ver aquela mulher loira tão elegante à sua frente.

— O Scott falou sobre você, mas não disse que era tão linda. — Celina falou, com simpatia, elogiando-a.

Luna ficou ainda mais constrangida com seu elogio e, ao mesmo tempo, triste. Se o Scott não disse, é porque ele não a achava bonita.

— Obrigado pelo elogio, mas eu não sou nada disso. — Disse ela, em um meio sorriso, constrangida.

— O quê? Você está brincando né? Você é linda, Luna! — Celina falou, convicta. Aquela linda garota de olhos verdes, só ela não sabia o quanto era perfeita!

— Olha só pra mim. — Disse ela envergonhada, por sua roupa. A Celina estava tão elegante em um belo vestido dourado um pouco acima dos joelhos e ela com roupas tão simples.

— O que tem pra olhar? — Celina perguntou curiosa, por sua pergunta.

— Olha minha roupa. — Disse ela, olhando para si mesma. — Meu cabelo. — Falou tocando seu cabelo, amarrado em um coque. — Não tenho nada que se possa dizer, que é bonito. — Falou tristemente.

Celina olhava para Luna e se recordava de muitos anos atrás, quando era ela quem tinha tanta insegurança. Luna não conseguia ver a mulher linda que é, mas a Celina ia provar que ela estava muito enganada.

— Uma vez uma amiga me disse… — Celina falou, se recordando com carinho da tia do Kaleb. —  São nos menores frascos, que contém os melhores perfumes. E vou provar a você, Luna, que ela dizia a verdade! — Celina falou sorridente, pegando a mão da Luna, entrando com ela em sua casa.

Scott deixou a Luna com a Celina e foi conversar com Kaleb no jardim, antes que os convidados começassem a chegar.

— Você trouxe ela. — Kaleb falou divertido, por seu amigo ter levado uma garota. Scott nunca quis apresentar alguém.

— Ela estava muito sozinha, lá no apartamento. — Scott falou, sem querer dar muita importância.

— Você gosta dela, isso sim. — Kaleb falou, provocando o Scott.

— Deixa de ser idiota! — Scott falou, irritado. — A garota não faz muito meu estilo. Você sabe bem disso! E ela mais parece um 'minion'. — Scott falou e Kaleb não conseguiu conter o riso, pela comparação do amigo. — Pequena e delicada, com toda certeza, ela não faz meu tipo! — Disse ele, convencido de suas palavras.

— Se você quer acreditar nisso, tudo bem! — Kaleb falou, ainda rindo. — Descobriu mais alguma coisa sobre a Luna? — Perguntou, mudando de assunto. Estava na cara que Scott estava se apegando a ela. Só ele não conseguia ver!

— Ainda não! O Oscar não falou mais nada, só sei o que te contei mais cedo e que o nome dela é Alice, não Luna.

— Posso imaginar como ela deve ter sofrido. A Celina passou por algo parecido, você mais que ninguém sabe da história toda e eu só me senti bem, quando acabei com a vida do Jorge. — Kaleb falou, se recordando da tarde que acabou com aquele verme.

— Tenho medo de perguntar e ela não estar pronta ainda, para me contar. Quero saber de tudo deste filho da puta, antes. Ele é um homem rico, tenho medo de acabar com ele e ter mais alguém, que possa vir atrás da Alice. — Scott contou a ele, seu verdadeiro medo.

— Isso é verdade! O Jorge era um zero à esquerda, mas esse homem, pode fazer algum mal a ela, mesmo depois de morto. Mas você sabe que eu estarei sempre aqui para o que precisar, não é? — Kaleb falou, olhando para o Scott.

— Eu sei! Mas não quero te envolver nisso, você tem uma família agora, não quero que corra nenhum risco. — Scott falou, mas estava muito feliz em saber que o Kaleb estava ali para ajudá-lo, se fosse preciso.

— Você também é da minha família, Scott! Tudo o que fez por mim e pela Celina, nunca vou esquecer! Você escolheu a gente, em vez da Helena. — Kaleb falou, fazendo o Scott se recordar do passado. Nunca se arrependeu pela escolha que fez!

— Não me arrependo do que fiz. — Scott falou, olhando para o seu amigo, que esteve sempre ao seu lado. Kaleb sim, sempre foi sua família.

— Obrigado, meu irmão. — Kaleb falou, colocando a mão no ombro do Scott, como um gesto de carinho.

A atenção dos dois, que conversavam tranquilamente, foi roubada por um barulho de saltos de sapato e ao olhar para trás, Scott simplesmente ficou pasmo, foi de cair o queixo.

— Que merda! — Scott falou, sem conseguir acreditar no que estava vendo.

— Afinal de contas, o "minion" acabou se transformando em um mulherão. — Kaleb falou se divertindo, ao ver seu amigo de boca aberta.

Luna estava usando um lindo vestido vermelho, que ia um pouco acima dos joelhos. Com os cabelos soltos e uma suave maquiagem e salto alto. Uma sandália delicada, preta, que dava a impressão dela ser bem mais alta, já não parecia tão pequena. Aquela garota de jeans e coque no cabelo, simplesmente deu lugar a uma linda mulher que pegou o Scott de jeito.

— Aquela não pode ser a Luna. — Scott falou, sem acreditar.

— É ela sim, meu amigo! E agora, vê se fecha a boca que está quase babando. — Kaleb falou, batendo no ombro do amigo.

Scott fechou a boca, percebendo que seu amigo falava a verdade. Ele estava mesmo de boca aberta, olhando para a Luna.

— Gostaram? — Celina perguntou empolgada, em saber que fez um bom trabalho, já que o Scott não conseguia tirar os olhos da Luna.

— Está muito bonita. Não é Scott? — Kaleb perguntou, batendo seu braço no dele.

— É! Está sim! Muito bonita. — Falou ele, ainda meio perdido, piscando os olhos, tentando ver se era mesmo verdade, que era a Luna ali a sua frente.

Luna olhou para o Scott, que continuava encarando-a. Seu olhar era diferente de antes, mas ela não se sentia envergonhada pelo olhar tão intenso, ela se sentia bem. Ela deu um meio sorriso a ele, o que o deixou ainda mais fascinado.

Celina piscou para o Kaleb e sorriu para ele, feliz em conseguir seu objetivo. Scott viu a preciosidade que estava bem a sua frente.

— Agora que já mostrei a vocês a nova e maravilhosa Luna… se nos derem licença, ela vai me ajudar com a Daiana. — Celina falou e as duas saíram, voltando para a casa.

— Eu não falei que você é maravilhosa?! — Celina falou sorrindo, tirando um belo sorriso da Luna, ao lembrar da cara do Scott olhando para ela. Ele realmente ficou impressionado.

Scott mais uma vez, ficou de queixo caído ao ver o decote do vestido na parte de trás, dando uma bela valorizada no corpo da Luna, deixando uma cintura violão.

— Meu Deus! Precisava ser tão decotado assim, aquele vestido?! — Disse ele, sem conseguir desgrudar os olhos das costas dela.

Kaleb, mais uma vez riu do seu amigo, conhecendo bem aqueles sinais. Ele estava completamente apaixonado e enciumado.

— Bem vindo, ao mundo dos homens enciumados, meu amigo. — Kaleb falou, sorrindo.

— Não estou com ciúmes. — Scott falou, incrédulo. Ele não podia estar com ciúmes, ou podia?

— Se não é ciúmes, o que foi esse ataque aqui então? — Kaleb perguntou. — Quando chegou não tinha esse olhar, e agora a pouco, estava quase babando. — Falou rindo, se recordando da cara do Scott, de babão, ao ver a Luna.

— Vai se ferrar! — Disse ele, revoltado. Seu amigo não podia ter razão. Ele não estava com ciúmes.

— Posso até me ferrar, mas não vem dizer que não gostou do que viu e que ainda não está com ciúmes! — Kaleb falou, ainda provocando-o.

Scott estava com raiva do seu amigo, por ele dizer aquelas coisas. Não podia ser verdade, ciúmes é algo que ele nunca sentiu e não seria pela Luna que ele iria sentir isso, ou seria? Ele estava muito confuso, mas uma coisa era certa, ela fez o coração daquele homem palpitar dentro do peito de uma maneira que nunca palpitou antes.








MINHA PEQUENA REDENÇÃO. Parte II.Onde histórias criam vida. Descubra agora