💗CAPÍTULO X💗

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Capítulo Dez.

Alice percebeu que, a Hellen podia mesmo ser sua amiga, Ela estava sendo muito simpática e até mesmo a convidou para sair. Alice sempre foi sozinha e nunca teve ninguém para conversar ou dividir histórias, mas agora, parecia que realmente tinha encontrado alguém e era bom poder sair do apartamento e respirar um pouco.

— Agradeço muito, por ter me tirado daquele apartamento um pouco. — Alice agradeceu, suspirando fundo, enquanto esperava, recostada na cadeira do salão de beleza, onde estavam fazendo hidratação, limpeza de pele e pintando as unhas.

— Eu que tenho que te agradecer, por ter vindo comigo. Não gosto muito de fazer tudo isso sozinha. Uma amiga é muito bom. — Hellen falou, sorrindo com dificuldade pela máscara que estava secando em seu rosto. — Depois do que passei… — Hellen falou, se lembrando do Sebastian. — Nada melhor que um momento como esse. — Disse ela, respirando fundo.

— Pode me chamar quando precisar. — Alice falou, com simpatia. Estava gostando muito de ter a Hellen como sua melhor e única amiga.

— Pode contar com isso! — Hellen garantiu a ela. — Podemos fazer muitas coisas juntas. Gosto da sua companhia.

— Também gostei muito, de estar aqui com você. Obrigado! — Alice agradeceu novamente.

O dia foi perfeito, compras, almoço, salão de beleza. Alice estava se sentindo uma verdadeira princesa. A Hellen fez ela se sentir muito à vontade, e era uma pessoa muito extrovertida. Alice percebeu que a Hellen poderia ser alguém para conversar enquanto o Scott tinha suas coisas para resolver. Sua vida finalmente estava seguindo muito bem.

— Até mais Luna, depois te ligo para a gente marcar um café. — A Hellen se despediu com um abraço, deixando a Alice na porta do prédio onde o Scott morava.

— Obrigado por hoje. — Disse ela agradecendo o dia maravilhoso que teve. — Amanhã espero você aqui, pra gente terminar nossa conversa. — Alice falou, com um largo sorriso no rosto. Tinha adorado o dia na presença da Hellen.

— Te ligo mais tarde. — Hellen falou, deixando-a na calçada e entrou no carro. Deu uma aceno de mão e saiu com o carro. Precisava ir para a boate se arrumar.

Alice suspirou fundo, sorrindo, olhando a Hellen indo embora. Ela estava muito feliz, em finalmente estar fazendo algo que gostava, sem ser obrigada por ninguém.

Alice entrou no prédio e pela primeira vez não viu o segurança que sempre ficava na portaria, mesmo achando estranho não era algo incomum, pensou ela. Só que na verdade, era! Um prédio residencial como aquele de segurança, não era comum não ver alguém cuidando da chegada e saída de todos. Ela seguiu até o elevador, quando dois homens apareceram ao lado dela e Alice os reconheceu, já tinha visto aqueles homens.

Ela se virou assustada e tentou correr, mas acabou batendo em um terceiro homem, que estava atrás dela, sem dar chance a ela de fugir.

O homem a segurou com força, colocando um pano na boca dela, impedindo-a de gritar. O cheiro forte do líquido, que ela inalou foi deixando-a zonza. Ela se debatia tentando escapar, mas o homem segurava seu corpo fortemente e por causa dela se debater tanto, acabou inalando mais o produto, perdendo a consciência.

[...]

Scott estava em seu escritório, resolvendo algumas coisas com o Erick  quando a Hellen entrou sem bater.

— A porta estava fechada. Podia ao menos bater. — Scott falou irritado, por ela entrar sem permissão.

— A Luna não atende o telefone do seu apartamento. E já tem mais de uma hora que eu a deixei lá. — Disse ela, sem se importar com o olhar fulminante do Scott, direcionado a ela. — Será que ela não gostou de hoje? Ela parecia tão feliz. — A Hellen falou preocupada, pensativa.

— Talvez ela só não queira te atender. — Scott falou, sem paciência. Não estava se importando com a história. Precisava resolver um assunto com o Erick .

— Mas ela não sabe, que sou eu ligando. É o telefone do seu apartamento. — Disse ela e agora conseguiu a atenção dele.

— Quantas vezes você ligou? — Scott perguntou, para ver se a Hellen não estava exagerando.

— Umas dez vezes. — Hellen contou a ele. — Marcamos um café amanhã no seu apartamento. Só queria conversar um pouco mais. Gostei muito da companhia dela. — Contou com alegria.

Scott pegou seu celular da mesa para ligar, mas ele tocou no mesmo instante. Olhou no visor o nome do Oscar e teve um péssimo pressentimento, seu coração se apertou dentro do peito.

— Oscar. — Scott falou apreensivo.

— Scott, você está aonde? — Perguntou ele nervoso. Scott pode sentir o nervosismo em suas palavras.

— Estou na boate. — Scott contou.

— A Alice está com você? — Oscar perguntou visivelmente alterado.

— Ela está no apartamento…

— Vai pra lá agora. — Disse ele, gritando pelo celular, nem deixando o Scott terminar de falar. — Algum filho da puta descobriu que você está com a Alice. O Klaus mandou homens atrás dela. — Oscar contou a ele e Scott sentiu todo seu corpo estremecer.

Scott sentiu seu corpo todo gelar, era como se todo seu sangue parasse de correr por suas veias, parecia que o medo que estava sentindo, tivesse drenado todo seu sangue.

— Como assim descobriu? Só nós dois sabíamos! — Gritou ele, furioso por pensar que o Oscar contou a mais alguém.

— Eu não sei, porra! Algum filho da puta descobriu e só agora consegui descobrir com a minha informante que trabalha na casa, eles foram atrás da Alice. — Oscar falou nervoso, sua voz estava trêmula e parecia apavorado.

— Droga! — Scott falou, desligando o celular.

Erick  e Hellen olharam para ele que estava furioso, mas era visível seu medo, transparecendo em seus olhos. Eles queriam saber o que estava acontecendo, mas nem mortos iriam perguntar. A regra era clara, nunca se meter na vida do chefe!

Scott pegou o celular e ligou pro apartamento, o telefone tocou e tocou, mas ninguém atendeu, nem mesmo o segurança da portaria atendeu e ele sabia que tinha algo errado.

— Scott o que está… — Hellen tentou perguntar, mas nem teve tempo. Scott saiu feito um furacão da sala.

Ele saiu feito um foguete, desesperado, com medo que tivessem pego a Alice. Um nó se apertava em seu peito, tentando sufocá-lo pelo nervosismo e ele sabia que algo de errado estava acontecendo.

— Por favor, atenda, minha menina. — Disse ele, desesperado, ligando mais uma vez para o seu apartamento.

Scott passou até mesmo os sinais vermelhos, sem se importar, querendo chegar o mais rápido possível no seu prédio.

Ele entrou em desespero ao chegar e ver a polícia falando com o segurança, que estava machucado, com o rosto cheio de sangue. Naquele momento percebeu que tinha acontecido algo e era com a sua menina. Seus olhos se enchem de lágrimas, que caiam pelo seu rosto sem parar. Seu coração batia apertado dentro do peito, parecendo faltar a outra metade, pela dor, em saber que não protegeu a Alice e agora ela podia estar nas mãos daquele desgraçado que tanto machucou a sua menina.

[...]

Alice acordou meio grogue. Olhou o quarto onde estava e o reconheceu, entrando em pânico.

— Não! Não pode ser. — Falou se levantando, tentando correr, mas suas pernas estavam fracas e ainda estava zonza e ela acabou caindo no chão.

Tudo o que ela viveu naquela casa, veio como uma avalanche. As tantas surras que levou naquele mesmo quarto, nas tantas vezes que foi abusada por um homem que dizia amá-la, mas que sempre precisava maltratá-la, machucá-la para se sentir mais homem. Naquele lugar, Alice também deixou seu único sonho, ser mãe. Foi naquela mesma casa que apanhou até perder a consciência e parar no hospital onde descobriu que tinha uma grande chance dela nunca mais poder ser mãe, depois de tudo o que sofreu ao sofrer um aborto.
Não podia estar vivendo novamente aquele pesadelo, não suportaria mais uma vez, viver aquela vida.

Ela estava prestes a ter uma crise de pânico relembrando de todo seu passado, mas ela se concentrava apenas em um rosto, Scott. Era o que ela precisava para se manter firme e tentar sair dali. Chegando até a porta ela tentou abrir, mas estava trancada.

— Preciso sair daqui. — Disse ela, concentrando todos seus pensamentos no Scott.

Alguém mexeu no trinco da porta e ela se afastou assustada e com medo de quem estava do outro lado.

Klaus abriu a porta e entrou no quarto. Alice sentiu seu corpo começar a tremer sem parar, seu coração batia tão forte, parecia que ia sair do peito. Tudo o que ela viveu naquela casa voltou com tudo em sua mente a deixando em pânico, nem mesmo lembrar do Scott lhe ajudou a esquecer tanta dor e sofrimento.

Klaus era um homem bonito, bem aperfeiçoado. Loiro de olhos castanhos, se não fosse o monstro que é, poderia facilmente encontrar alguém capaz de se apaixonar por ele. Mas como dizem, não adianta a beleza por fora se a alma está contaminada, apodrecida por dentro!

— Olha só. De volta a sua casa, meu amor. — Disse ele, todo feliz em ver a Alice. Nem dava para dizer que era um psicopata maluco. — Quatro anos e ainda assim a mais linda. — Falou, caminhando para dentro do quarto.

Alice estava em pânico, seu corpo nem mesmo se mexeu, só conseguia tremer e lembrar do que aquele monstro fez a ela.

— Finalmente você voltou, minha vida. — Disse ele, tentando tocar o rosto dela, mas finalmente seu corpo reagiu e Alice se afastou, falando.

— Não encoste em mim. — Disse ela afastando a mão dele, com um tapa.

Ele olha para ela, com um olhar furioso. Alice conhecia bem aquele olhar, todas as vezes que ele bateu nela, tinha o mesmo olhar. Ele nunca gostava de ser contrariado e a reação era a pior possível. Só que desta vez ele se afastou, respirando fundo, parecia querer se controlar.

— Em duas horas vamos embora e na nossa nova casa você vai me obedecer. — Disse ele, sem olhar para ela.

— Eu não vou a lugar nenhum com você. — Disse ela em tom firme. — Me deixe sair, eu quero ir embora. — Falou, tentando dar um passo em direção a saída, mas ele olhou para ela, repreendendo-a.

— Não perguntei se você quer ir, apenas disse que vamos! — Falou olhando profundamente nos olhos dela. — Você é minha mulher e vai aonde eu for. — Disse ele com autoridade.

— Eu não quero! — Disse ela, se negando, ainda que tivesse medo daquele homem. Não iria a lugar algum com ele, preferia morrer a ter aquela vida.

— Você não tem querer! Somos casados e aqueles papéis que assinou do nosso casamento…

— Papéis esses, que você me obrigou a assinar. — Falou, sem deixá-lo terminar.

— Não importa, você é minha! — Falou em tom rude. — Desde o dia que vi você, eu sabia que seria minha. — Klaus falou, sorrindo feliz, parecia mesmo um psicopata.

— Eu era só uma criança! — Alice falou, querendo que ele se desse conta do que fez com a vida dela.

— Uma criança linda, que se tornou a mais bela e perfeita mulher. — Falou, se aproximando, sem se importar pelas palavras dela e Alice se afastou, se mantendo o mais longe possível.

— Fica longe de mim! — Disse ela, mantendo distância daquele homem horrível.

Ele parou, olhando ela, todo sorridente. Parecia que as palavras dela, não significam nada.

— Por agora pode dar seus pitis, mas vai voltar a obedecer, meu amor. — Disse ele, com um sorriso maquiavélico, fazendo a Alice estremecer.

— Prefiro morrer a ceder a você. — Falou convicta, aquele homem nunca mais tocaria nela.

O sorriso dele desapareceu, dando lugar a um olhar diabólico e ele deu um passo à frente.

— Morrer não é uma opção para você, meu amor. Você é minha e eu faço as regras por aqui. — Falou, indo em direção a ela, que foi se afastando cada vez mais dele até bater na parede. — Você é minha! — Disse ele, olhando profundamente nos olhos dela, fazendo seu corpo estremecer mais uma vez por conta do medo que estava sentindo olhando naqueles olhos tão cruéis.

Ele ergue a mão para tocá-la, mas antes de encostar no rosto dela, barulhos lá fora lhe chamam a atenção.

Se afastou indo até a janela. Homens estavam invadindo sua casa e matando todos aqueles que tentavam impedi-los.

— Vamos logo. Precisamos sair daqui. — Disse ele, pegando a Alice pelo braço, arrastando ela para fora do quarto.

Ele desceu as escadas e Alice tentava se segurar no corrimão, tentando escapar dele. Segurava com toda sua força. Não iria sair dali.

— Vamos logo. — Klaus falou irritado, tentando puxá-la, mas ela se mantinha agarrada ao corrimão.

—  Eu não vou a lugar nenhum! — Disse ela se agarrando mais forte ainda.

Alice viu uma mulher de cabelos vermelhos, sondando em um canto do escritório, perto da porta. Nunca a viu na casa antes, mas devia ser uma das empregadas. Alice pensou em pedir ajuda, mas como nunca recebeu nenhuma, porque elas tinham medo do Klaus e nunca iriam interagir em algo que não era conta delas, Alice acabou desistindo.

— Você não tem escolha! — Disse ele puxando-a com força, segurando os braços dela para tirá-la dali. Sua força era muito maior que a dela e conseguiu puxá-la.

— Eu não quero ir. Me solta, seu desgraçado. — Gritou ela, batendo em seu peito, esmurrando-o com toda força.

Ele continuou puxando ela para fora da casa, sem se importar com os murros que ela estava dando nele.

Alice ouviu os barulhos de tiros e a gritaria toda do lado de fora da casa. Ela sabia que era o Scott que tinha vindo por ela.

— Ele não vai deixar você me tirar daqui. — Alice falou, sorrindo por saber que o Scott veio buscá-la.

Klaus parou rapidamente, encarando ela. Parecia ainda mais furioso com as palavras dela.

— Aquele seu amante de merda, nunca vai ter você de volta. — Falou cuspindo as palavras com raiva. — Ninguém vai tirar você de mim!

Continuou puxando a Alice, que se debatia e esmurra ele, tentando escapar, mas seu aperto era forte no braço dela e ela não conseguia escapar. Klaus era muito maior que ela.

Mais barulhos de tiros e, estava cada vez mais próximo de onde eles estavam.

— Scott… eu estou aqui. — Alice gritou, desesperada por sua ajuda, olhando em direção onde ouvia os tiros.

— Cala essa sua boca. — Klaus falou, dando um forte tapa no rosto dela.

— Scott. — Alice gritou novamente sem se importar dele bater nela, sentiu seu rosto arder, mas ela precisa que o Scott a encontrasse. Dessa vez ela não se importava que o Klaus batesse nela. Alice sabia que tinha alguém do lado de fora procurando por ela.

Klaus continuou puxando ela até o carro e Alice continuou gritando pelo Scott, mesmo que o Klaus tentasse silenciá-la, colocando a mão na boca dela. Ela virava o rosto e o mordia.

[...]

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MINHA PEQUENA REDENÇÃO. Parte II.Onde histórias criam vida. Descubra agora