SKYE

56 - accepts?

— Você consegue subir com tantas coisas? — Thaiga perguntou assim que parou seu carro na frente do prédio de Carol.

— Sim. — Carol balançou a cabeça assentindo, tirando o cinto de segurança.

— Certeza? — ergueu uma sobrancelha olhando para a amiga, com suas mãos no volante.

— Sim. — Carol repetiu sem muita animação, se colocando entre os bancos para pegar as sacolas que estavam no banco de trás.

O dia de compras com Thaifa tinha sido longo, e muito provavelmente Star iria precisar de um closet inteiro para ela, de tantas coisas que Carol tinha comprado. Berço, carrinho, cadeirinha, berço portátil, roupas, sapatos, laços, roupa de banho, eram tantas coisas que ela não sabia nem se daria tempo de Star usar tudo.

As coisas maiores seriam entregues na manhã seguinte, e a reforma do quarto de hóspedes que seria transformado no quarto da bebê, também iria começar logo cedo. Carol estava animada para começar a  preparar todos os detalhes para o nascimento da filha mais nova.

Ela queria ter feito isso ao lado de Babi, mas a raiva ainda a consumia por inteiro, assim como a tristeza de saber que a mulher que ela amava não queria subir ao altar com ela. Carol queria um tempo sozinha, para pensar na própria vida, pensar se sua relação tinha algum futuro.

Thaiga estranhou o comportamento da amiga, ainda mais depois de negar ajuda. Carol estava com a barriga grande e pesada, seus pés estavam inchados e doloridos, e ela sentia um pouco de falta de ar, mas, devido ao desânimo evidente que sentia, ela não estava a fim de falar muito e nem ter muita ajuda, de ninguém que fosse.

— Pode me ajudar a colocar essas coisas no saguão? — pediu, voz caixa e olhos nas sacolas enquanto pegava o máximo que conseguia.

— Claro, posso sim. — Thaiga se apressou a sair do carro, bateu a porta do motorista e foi para a do passageiro que já estava aberta, pegou o máximo de bolsas que conseguiu e foi para dentro do prédio, Carol veio logo atrás. — Não quer que eu suba mesmo?

— Não. — Carol balançou a cabeça negando o forçou um sorriso desanimado. — Eu posso ligar para a Babi. — seus olhos se encheram de lágrimas.

Não importava o quanto Carol tentasse controlar os sentimos, estava realmente difícil pensar em Babi sem sentir vontade de chorar. Ter os hormônios a flor da pele era definitivamente uma droga.

Ela respirou fundo, recuperando a calma, e então sorriu para Thiga, na tentativa falta de enganar a amiga com sua saída felicidade. Mal sabia ela que com Thaiga, aquele teatro não estava rolando. Carol tirou o celular do bolso de sua calça e ligou para Babi, antes do segundo toque ela atendeu.

Sem vontade alguma de falar ao telefone Carol pediu para que a namorada descesse para ajudar com as compras, e ao invés de confirmar e acatar o pedido Babi disse que Skye quem o faria ao lado de Clara, e isso só serviu para deixar Carol ainda mais irritada.

Falando alto e de forma grosseira, Carol se despediu e guardou o telefone, Thaiga estava assustada, olhando para a amiga com curiosidade e um pouca de pena. Ela queria realmente saber o que estava acontecendo entre as duas naquele momento.

— Está tudo bem mesmo? — Thaiga perguntou erguendo uma sombrancelha, olhando para as sacolas e para Carol.

— Sim. — sua voz estremeceu um pouco, ela coçou a garganta. — Estou esperando minha mãe e a Skye descerem. — Obrigado pelo dia maravilhoso, até mais. — se aproximou beijando suas bochechas.

Thaiga saiu pela porta, com a curiosidade a seguindo até o carro. Ela queria ser uma mosquinha para saber o que estava se passando entre, mas, infelizmente, isso seria impossível. Minutos depois as portas do elevador de abriram mostrando Skye e Clara mais sorridentes que o comum, mas os sorrisos sumiram quando viram a expressão de Carol.