Babi abriu os olhos devagar, a claridade que entrava atravéz da janela iluminava boa parte do cômodo, os raios solares deixavam a luz ainda mais forte. O dia lá fora parecia estar lindo, Amélia podia ouvir os passarinhos cantando, a risada das crianças. Seu subconsciente procurou pela risada alta e contagiante de Skye, até mesmo pela voz da menina, qualquer coisa que a trouxesse paz, mas nada.Ela queria paz, queria um motivo para sorrir, nem que ele fosse mínimo, e Skye como principal motivo de sua felicidade costumava proporcionar isso, mas infelizmente Skye parecia não estar presente, o que Babi se encolher na cama. Era como se precisasse de Skye, e na verdade ela precisava muito daquela doce menina em sua vida, de todas as mulheres Marzin na verdade, até a que ainda não tinha nascido.
Mais uma vez Babi se acomodou na cama, afundou seu rosto no travesseiro sentindo seu próprio perfume. A todo custo ela tentava afastar os pensamentos negativos, as lembranças ruins da última noite, mas parecia cada vez mais difícil.
Tudo estava tão bem com James longe, fora de sua vida, ela estava tão feliz com Carol e Skye, por que ele teve que aparecer? Ela só queria um abraço, só queria poder sentir o cheiro de Carol e sentir a segurança de estar em seus braços, olhar em seus olhos, sentir que tinha o mundo em suas mãos, se sentir a pessoa mais sortuda do mundo, por simplesmente ter Carol ao seu lado.
Como se seu desejo se tornasse uma realidade, Babi sentiu os dedos macios de Carol tocando sua bochecha, alisando devagar. Ainda com seus olhos fechados Babi sorriu, um sorriso pequeno e um tanto tristonho, apenas aproveitando a suavidade e o carinho do toque. Carol chegou mais perto, as respirações estavam misturadas e Babi podia sentir os perfumes juntos, misturados.
- Como você está? - Carol perguntou baixo.
- Precisando de você. - respondeu sussurrando.
- E eu estou aqui pra sempre por você. - Carol se aproximou mais, tocou seu rosto por completo com a mão e selou os lábios.
Babi abriu os olhos.
- Você me faz tão bem. - disse, agora sua voz há estava normal, mais alta e sólida.
- Mamães, cheguei! - Skye deu um grito alto, Babi e Carol olharam em direção a porta. - A luz da vida de vocês. - sorridente, a criança fechou a porta com o pé, segurando com as duas mãos uma bandeja com o café da manhã. - Eu mesma fiz. - disse orgulhosa.
Babi e Carol trocaram olhares desesperados e curiosos, sem saber o que pensar sobre aquilo. Skye na cozinha? Céus, isso era preocupante e desastroso, e o fato estranho, era que elas ainda não tinham sentido cheiro de fogo e nem gritos. As duas se sentaram na cama e se encostaram na cabeceira, Carol apoiou as duas mãos na barriga e Babi levou os olhos curiosos até a bandeja que Skye segurava.
Um pouco trêmula a menina andou até a cama, e Bab8 teve que ajudar para que os copos com suco não caíssem. Quando Skye já estava sentada sobre a cama com a bandeja, as suas poderiam observar com mais atenção. Suco e torradas com geleia, era tudo que tinha na bandeja, Skye sorriu orgulhosa olhou para a bandeja e depois para ela.
- Fiz para vocês, vovó me ajudou. - Skye tirou os fios bagunçados do rosto. - Queria deixar a Poopey feliz.
- Fazendo o café? - Carol perguntou, pegou uma das torradas e deu uma mordida.
- Sim, quando eu estou triste Babi faz comida e eu fico bem. - Skye respondeu olhando para Babi, seus olhinhos brilharam. - Então eu fiz pra você, eu mesma Poopey, com essas mãozinhas aqui. - balançou as duas mãos.
Babi não pode deixar de dar uma risada enquanto olhava para Skye. Como era possível sentir tanto amor assim? Como duas pessoas poderiam trazer a ela tanta paz, calma, fazer parecer com que sua vida estivesse completa e não faltasse nada nela? Carol e Skye tinham aparecido no momento perfeito, no instante em que Babi precisava de motivos além para ser feliz, elas eram o motivo de toda sua felicidade.
- Agora me conte como você dormiu. - pediu Skye passando para o lado de Babi, mexendo em seu cabelo carinhosamente olhando com atenção.
- Quem foi que te contou que eu não estava bem? - Babi perguntou, se encostou no travesseiro e deixou que Carol cuidasse sozinha do café. Ela não estava com tanta fome assim.
Carol comia torradas como se seu mundo dependesse daquilo, Babi estava deitada com a cabeça sobre o travesseiro abraçada ao corpo pequeno, quente e cheiroso de Skye, olhando para seus olhos azuis curiosos com doçura, amor e atenção. Ela não precisava de mais nada no mundo, por que já tinha tudo.
- Um passarinho contou. - disse divertida, tocando a ponta do nariz de Babi. - Sabe eu não entendo as pessoas.
- Não entende o que? - Babi indagou curiosa.
- As pessoas, Poopey. Me explique o que há de errado em duas pessoas iguais se amarem? - sua pergunta exalava inocência, seus olhos pediam por uma resposta.
Babi respirou fundo.
- Iguais como eu e sua mãe?
- Claro bobinha, quem mais seria? - disse distraida, tentando fazer cachos no cabelo de Babi com seu dedo.
- Não há nada de errado com o amor Skye, não tem nada de errado em amar, seja como for. Toda forma de amor é linda e valida, entendeu? - Babi disse, Skye balançou a cabeça afirmando. - E nós sempre vamos te amar, você sendo como for, sempre vamos amar você.
- Então eu posso amar quem eu quiser, vocês nunca vão ficar bravas por isso? - perguntou tão inocente que Babi sentiu vontade de apertar suas bochechas.
- Nunca, por nada nesse mundo nós vamos deixar de amar você. - Babi beijou seu nariz.
- Love, eu acho que vamos precisar de mais torradas. - Carol se levantou da cama tirando os farelos de sua blusa, com parte de sua barriga pálida e redonda a mostra.
- Ah não mamãe. - Skye se sentou e olhou para Carol. - Você comeu todas?
Carol piscou os olhos sem graça e junto as mãos na frente do corpo, balançando a cabeça rapidamente. Babi deu uma risadinha.
...
O final de semana da família tinha chego ao fim, e apesar de um tanto traumático e ruim, tinha tudo suas partes boas, e Carol não iria se esquecer nunca do quão boa e agradável sua nova família era, e de como ela os queria por perto, em sua vida, na vida de Skye e de Star. Ela os queria para sempre.
Babi estava levando as malas para o carro enquanto Carol estava sentada na cadeira de balanço como a grávida folgada que era, alisando sua barriga, sentindo os chutes de Star, sua doce estrela, dona de todo o seu amor. Ela ainda refletia sobre sua vida com Babi, sentindo como se tivesse o mundo em suas mãos, a pessoa mais sortuda do mundo por ter Babi ao seu lado.
- Vovó Ana, posso levar torta pra casa?! - Skye gritou da sala, bochechas sujas e mãos meladas de torta de maçã.
No momento exato Carol perdeu toda a sua concentração, a beleza daquele momento, sua cara foi no chão e todos os sentimentos anteriores deram lugar a vergonha. Como Skye conseguia ser tão cara de pau assim? Céus! Carol olhou para a filha imediatamente, boca e olhos piscando, mas Skye não deu a mínima.
Ela continuou olhando para Ana esperando pelo sim generoso da matriarca da família, que não demorou muito para acontecer. Com um enorme sorriso Ana se levantou da cadeira de balanço ao lado de Carol, foi até Skye e beijou a bochecha melada da criança, ajeitando seu cabelo bagunçado. De certo ela precisava de um banho.
- Você pode levar o que quiser docinho da vovó. - disse sorrindo.
Babi subiu os pequenos degraus até a varanda da casa e parou lado de sua noiva. Babi se virou para ela e encostou a cabeça em sua barriga, Babi passou o braço por seus ombros e acariciou a pele descoberta pelo vestido de alças finas.
- Essa menina me mata de vergonha Bárbara. - Carol sussurrou, Babi deu risada.
- Sim, ela nos mata. Mas pense... - elas se olharam. - O que seria de nós sem a nossa Skye?
VOCÊ ESTÁ LENDO
SKYE
FanfictionCarolina Voltan é uma cantora famosa que não tem tempo para sua filha, deixando Skye com milhares de babás que costumam desistindo no primeiro dia, mais quando ela contrata Bárbara Passo tudo muda, não só para Skye mas para ela também. adaptação...