Hangover | MewGulf

ᴇʟᴇᴠᴇɴ

Gulf preparava uma xícara de chá para o seu convidado inesperado, este que estava sentado na mesa de jantar com uma cara nada boa, suas olheiras escuras destacavam seus olhos cansados. O silêncio no cômodo deixou o mais novo inquieto, mas ele não conseguia dizer nada. Depois da última visita caótica do seu colega ele não tinha mais nada à dizer.

Ao contrário de Suppasit, que tinha todas as letras do alfabeto entaladas em sua garganta esperando para serem transformadas em palavras sinceras.

Duas xícaras de chá foram colocadas na mesa. Chá de camomila ‒ para Gulf permanecer calmo enquanto encara o homem que dispensou seus sentimentos de uma forma cruel.

‒ Me desculpe ‒ Mew disse cabisbaixo após tomar um gole do chá. ‒ eu não queria ser rude com você.

‒ Hum ‒ Gulf murmurou.

‒ Não quero que você fique bravo comigo.

‒ Hum ‒ Gulf não estava bravo, sua raiva desapareceu depois que Mew Suppasit saiu do seu apartamento naquele dia. Desde então, sentia-se apenas deprimido pela rejeição, mas talvez esteja bravo pelas entrevistas dadas pelo maior.

‒ Eu disse tudo errado. Gulf, eu juro que não queria falar aquilo. Eu estava tão nervoso que não sabia o que fazer!

O olhar de Suppasit parecia diferente do que ele mostrava em entrevistas. Claro, assim como Gulf ele também era um bom ator, sabia disfarçar o desgosto que sentia de suas próprias mentiras. Porém, estando de frente com Kanawut ele precisava ser sincero. Ele não pode cometer o mesmo erro novamente!

‒ Pare de enrolar, P'Mew. Estou começando a ficar irritado. ‒ Gulf disse de forma seca.

Mew ficou em silêncio por alguns segundos e encarava o rapaz à sua frente, respirou fundo e tomou coragem para seguir seus impulsos. O mesmo impulso da noite em que foram expostos.

Mew se levantou bruscamente derrubando a cadeira em que sentava e abaixou seu corpo para ficar na altura de Kanawut, suas duas mãos seguraram o rosto do mais novo e o puxou para frente para lhe dar um selar demorado. Foi tudo tão rápido que Gulf sequer conseguiu raciocinar antes de ser surpreendido, mas retribuiu a ação, abriu sua boca e permitiu que Mew o beijasse.

Céus, isso era tudo que aqueles dois precisavam depois de passarem por tanto estresse nesses últimos tempos.

O calor das mãos de Suppasit aqueciam o rosto de Gulf, suas línguas dançavam de um jelto selvagem e descoordenado. Era um beijo cheio de desejo acumulado e euforia. Ambos estavam desesperados por aquilo e não queriam parar por nada, mas a falta de fôlego os obrigaram a se afastarem.

As mãos de Gulf estavam imóveis e pousadas sobre a mesa, mas elas agiram rápido em pegar a xícara de chá e levantar até os lábios de Gulf para disfarçar sua timidez, a bebida quente esquentou ainda mais o rosto corado. E o sorriso de Mew era de orelha a orelha, tão grande que até fez seus olhos virarem dois risquinhos brilhantes.

‒ Eu amo você, Gulf Kanawut. Eu prometo que vou te fazer o homem mais feliz do mundo!