AFTERGLOW [wwx+lwj]

Capítulo 1: Preconceito

[apenas uma observação, alguns personagens estão com nome de cortesia no edital da universidade. eu deixei assim pra facilitar o entendimento de vocês]

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"É verdade, Senhora. CangSe Sanren e Wei ChangZe faleceram em um acidente'' a empregada repetiu pelo que seria a terceira vez.

Yu ZiYuan, a "senhora", permanecia parada, com olhos fixos na criança escondida atrás de sua funcionária. Wei Ying, o nome do insolente que se atrevia a compartilhar do mesmo sangue que seu precioso primogênito. Jiang Cheng, seu filho, mal havia completado oito anos, e a relação com o pai já não era das melhores. Inserir uma outra criança assim... Poderia colocar em risco o futuro que planejava com seu herdeiro.

Ao mesmo tempo, tinha prometido para CangSe Sanren que cuidaria de seu tesouro Wei Ying caso algo acontecesse com ela e seu marido serviçal. Seus olhos de serpente focaram novamente na criança Wei.

O menino ostentava um olhar desconfiado, sem o típico sorriso que ameaçava rasgar o rosto para qualquer um que lhe chamasse. O cabelo de ébano estava preso em um formidável coque, com roupas de segunda mão e sapatos que uma vez foram de seu próprio filho.

Ceder objetos usados de Jiang Cheng para o filho ilegítimo de seu marido eram uma coisa, até então ela só conhecia a criança de passagem e pelo que seu marido falava quando fazia as visitas quinzenais como "Tio Feng". Senhora Yu nunca havia preocupado sua mente sobre o assunto, e agora o assunto queria morar em sua casa, comer da sua comida e roubar aquilo que pertencia ao verdadeiro herdeiro.

O pequeno sinal abaixo dos lábios, uma pinta, igual a de FengMian, a fez ranger os dentes.

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Wei Ying cambaleou com uma grande trouxa de lençóis em suas mãos, o barulho dos carros fazia a criança sentir-se confusa e com frio. Quando olhou para trás, em busca da perna da moça que o estava cuidando desde o hospital com sua mamãe, ela não estava mais lá. Apenas pernas apressadas e palavras de pouca educação eram direcionadas para o menino que se via deslocado em meio a cidade.

Apesar de ser uma criança normalmente alegre, que falava demais para enorme tamanho de quatro anos de idade, desde que seus pais não abriram mais os olhos e ele foi arrastado pela moça de branco, escassas palavras escavam entre seus lábios.

Desde o hospital, muitas questões rondavam sua cabeça infantil:

Onde estavam papai e mamãe?

Por que ele não voltou para casa?

Maçãzinha, seu burro, estava bem?

Acontece que a trouxa era muito grande para a sua altura, e seus braços curtos demais para carregá-la. Assim sendo, logo que um dos transeuntes apressado bateu em Wei Wuxian por acidente, tudo foi arruinado. A criança cambaleou assustada antes de largar a trouxa e cair na calçada com as mãozinhas esparramadas sobre o piso quente, ralando-as. Os olhos escuros embargaram no mesmo instante, e o lábio temeu.

Wei Ying estava tão perdido, e frustrado, porque sentia saudades de sua mamãe. Queria estar em sua casa, andando no burro maçãzinha enquanto seu pai plantava no quintal espaçoso que tinham. Ali, no chão, começou a pegar suas coisas como conseguiu, as mãos esfoladas manchando o tecido do lençol de sua trouxa enquanto tentava embolar tudo.

Nos lábios, um bico formado ameaçava desembocar em choro.

Os portões do abrigo causavam arrepios na criança. Wei Ying tinha que entrar lá, a moça disse, antes de ir embora. A senhora Yu não queria que ele ficasse na casa dela.