Sentimentos

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P.O.V ADRIEN

Quando vi Marinette sair pela janela, meus olhos se encheram de lágrimas. E ao invés de segura-las, como fiz a madrugada toda, deixei-as fluir pelo meu rosto.

Eu estava machucado, tanto fisicamente quanto mentalmente.

Eu não queria sentir aquilo nunca novamente.

Quando fui para escola e conheci Marinette, no mesmo dia em que virei Chat Noir, e conheci Ladybug, eu estava me sentindo sozinho. Pode-se dizer que eu estava machucado mentalmente. Solitário.

Mas não foi tão forte quanto agora. Ver Mari, sendo akumatizada, destruindo a cidade e a si mesma, me trouxe um sensação ruim. Péssima.

Durante toda a madrugada, eu estava segurando lágrimas e a observando. Medo. Era uma grande parte do que eu sentia. Angústia, sofrimento, cansaço, enjoo, dores de cabeça, aperto no coração.

Parecia que parte do meu coração havia sido completamente arrancado, e até agora ele estava rasgado, quebrado, rachado... Ainda faltava parte dele ali. Uma grande parte dele.

Tudo isso, além da dor física. Mal me cuidei a noite. Eu só queria que Marinette ficasse bem o mais rápido possível. Ela nem estava tão machucada, pois a versão akumatizada dela era incrivelmente resistente. Mas por algum motivo a pele dela estava suja com uma espécie de mancha, preta. Saiu com água, não foi difícil de lavar.

Já eu, estava pior. eu só limpei meu nariz, lavei minha boca sangrenta, e coloquei uma camiseta por cima de todos os hematomas de meu abdômen. Nada que sangrasse nele. Mas doía muito.

Eu me sentia fraco em todos os sentidos possíveis. E ainda, preocupado com Marinette.

Continuei chorando deitado em minha cama. Abracei meu travesseiro. E ao contrair meu abdomem, soltei um gemido de dor em meio as lágrimas. Minha mente era um nó. Eu não estava entendendo nada que acontecia lá dentro. Eu só sentia o desespero e a dor de cabeça.

Depois de um tempo, meu cansaço venceu, e eu adormeci.

Como se já não estivesse ruim o suficiente, tive pesadelos. Eu estava com uma roupa branca, ladybug estava sangrando por todo o corpo, deitada em minha frente. Provavelmente, morta.

Passo as costas da mão sobre a boca, e sinto gosto de sangue - provavelmente, resquícios de memória da luta - Eu começo a observar minhas mãos. As garras e luvas estão sujas com sangue, sangue fresco.

Acordo suando, meus travesseiros estão molhados. Não sei se estão assim de lágrimas ou de suor. Vejo meu celular e são 11 horas. Decido tomar um banho, estava suando frio. Um banho quente me faria bem.

Adentro meu banheiro e observo meu rosto: lábios secos, bochechas vermelhas - em contraste com o rosto pálido - olhos inchados e cabelos molhados. Meu nariz estava doendo, e minha boca ainda estava um pouco vermelha, pelo sangue que vomitei no dia anterior. Um desastre. Pelo menos combinava com meus pensamentos.

Tomo banho. Saio do banheiro apenas com bermuda, e me dirijo até o armário para pegar um moletom, e cobrir meus hematomas.

— Nós precisamos conversar. Você claramente não está bem. - Plagg aparece em minha frente, e observa meu abdômen manchado com roxo.

— Estou bem Plagg. - Respondo com um pouco de dificuldade. Não estava nada bem.

— Não, você não está. Nem tente me enganar. Eu vi tudo, desde você quase chorando a noite, até você adormecendo, se debatendo, suando. Derramando mais lágrimas no chuveiro. Não me venha dizer que está tudo bem, claramente não está. - ele disse, sério. Foi a primeira vez que vi Plagg sério em todo meu tempo como Chat Noir. Realmente vou ter que colocar para fora, algo tão confuso que eu não sei nem classificar o que é.

— Ok então. - visto o moletom - Eu realmente não sei o que estou sentindo, estou enjoado, não como a várias horas. minha cabeça continua doendo, e, é como se quando ladybug foi akumatizada, a akumatização levou parte do meu coração junto. E aí ver Marinette acordada hoje mais cedo, não fez com que ele consertasse.

Eu faço uma pausa. Plagg espera que eu continue, mas quando vê que não vou, ele continua sozinho.

— Eu posso não entender muito dessas coisas. Mas tem algo faltando, algo que você nunca teve, você quer ter a tempos. Esse buraco no seu coração sempre esteve aí. Mas você o preencheu com algo que é quase transparente, como se não tivesse preenchido.

Não sei quando é nem como Plagg aprendeu essas coisas profundas sobre sentimentos, mas de certa forma, poderia me ajudar.

— O que você quer dizer com isso? - pergunto, curioso e surpreso.

— Você ama Marinette.

— Disso eu sei, Plagg.

— Mas eu quero dizer que você quer um romance com ela, quer tê-la por inteiro. Esse buraco no coração está aí desde que você conheceu ela. Mas você não pôde o preencher com o romance, e ainda não pode. A amizade com ela, é este "algo transparente". Você sente como seu coração estivesse completo, porque ele ocupa o espaço em aberto, mas é como se ele não estivesse ali. A qualquer momento simplesmente se esvairá, e seu coração ficará aberto novamente.

Ele fez uma pausa para eu raciocinar. Logo continuou.

— A princípio você estava bem com a amizade, porque ela havia dito que o romance aconteceria, e você confia nela. Não estou dizendo para parar de confiar. Ela tinha seus motivos para não querer o romance naquele momento. Porém, quando ela foi akumatizada, o medo de perdê-la roubou o lugar que o "algo transparente", ou a amizade, ocupava. Então assim que esse medo se esvaiu, seu coração voltou a ficar vazio. E agora preenche-lo com a amizade não vai mais adiantar.

— Mas... Ela já deixou claro que tem medo de se envolver agora, e eu também não estou gostando muito dessa ideia depois desse pesadelo - indaguei. Mesmo depois da explicação de Plagg, minha mente ainda estava confusa. Mas, eu já me sentia mais leve.

— O medo dela era de ser akumatizada, ou você ser akumatizado... - ele falou com calma, e esperou que eu assentisse para continuar. Eu assenti.

— Só que ela já foi akumatizada, vocês estando juntos ou não. Se já aconteceu, não teria porque ocorrer novamente. E se acontecer novamente, está no destino. Se está no destino, não importa se vocês estão envolvidos ou não.

— Então você está me dizendo para me envolver com Marinette? - eu havia entendido, mas queria uma confirmação.

— Exato. Assim ela te salvaria, como você disse hoje de manhã, por completo. Você estaria completo novamente. E dessa fez não seria apenas uma fachada. Os dois ficariam felizes - eu travei na parte "fachada".

— Minha amizade com ela não era, ou é, só fachada!! - digo com raiva.

— Eu sei, mas a sua amizade com ela está em outro lugar do coração, estou dizendo a que ficava no lugar do romance. Agora você teria o romance de verdade para deixar seu coração completo. E como eu disse, vocês dois seriam felizes. Claro, não se esqueçam de que temos ainda um vilão para derrotar.

— Claro Plagg. - penso um pouco, ate formular uma resposta. Tanto para Plagg, quanto para mim mesmo. - Então é isso, eu tenho que falar com ela. Acho que dessa vez poderemos ficar juntos. Obrigado, Plagg. Você me ajudou muito.

— Eu estou aqui para isso - sorri, eu sorrio de volta

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Ai meu coração

só piora, só piora
vcs já vão prever o que vai dar errado no próx capítulo

terminei teto para dois hoje (5 estrelinhas) recomendo, clichê mto bom

Always for AlwaysOnde histórias criam vida. Descubra agora