Receios

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P.O.V MARINETTE

Depois de uns longos minutos, lutando contra a dor de cabeça. Meu cansaço finalmente venceu. E eu adormeci.

Não tenho nenhum sonho. Mas por algum motivo, acordo assustada. Olho para meu divã, e lá esta Alya. Observando meu quarto.

-- Alya? O que esta fazendo aqui? - pergunto.

-- Que bom que você acordou Mari!! Eu já a ia te acordar, são duas da tarde.- ela fala se aproximando de minha cama. Com um sorriso no rosto.

-- Estou com fome, venha comigo pegar algo e vai me falando qualquer seja a coisa que queira me falar, no caminho. - digo me levantando com um olhar triste.

-- Nossa. Esta bem mesmo? - ela me segue, preocupada.

-- Mais ou menos. Tive uma noite difícil. Você deve ter visto na TV o que aconteceu ontem - abro a geladeira e pego uma maçã.

-- Sim, - seu sorriso desaparece - eu vi. Como você está lidando com isso? Como Adrien está lidando com isso? - Alya se senta no balcão da cozinha e eu vou até ela. Me apoiando a seu lado. Como um pedaço da maçã.

-- Eu não entendo muito bem, essa coisa toda de akumatização me trouxe de volta uns receios que tive assim que ocorreu a descoberta das indentidades. Já Adrien, eu realmente não sei. Ele estava estranho hoje pela manhã. Mas acho que apenas estava cansado. - falei observando o horizonte. O olhar desfocado.

-- Você estava com ele de manhã?

-- Sim. Não sei direito o que ocorreu ontem a noite. Só sei que acordei no quarto dele. Ele aparentava estar cansado. Mas eu não faço ideia do que se passava em seus pensamentos naquele momento. Ou o que aconteceu depois que saí.

-- Entendi. Quais são os receios que você tem, Mari? - ela muda um pouco o rumo da conversa, mas ainda por dentro do assunto.

-- Quando descobrimos as indentidades, eu tive sonhos em que eu ou ele eramos akumatizados. Por isso, fiquei com medo de me envolver com ele.

-- Mas você já foi akumatizada. Mesmo sem se envolver com ele. Agora você poderia viver seu romance com Adrien, então. Faz um tempo que você quer isso - ponderou Alya

-- Esse é o problema. No meu sonho eu usava as maria-chiquinhas, e uma roupa preta e vermelha. Não estava do jeito que ele me descreveu: roupa branca e preta com rabo de cavalo.

-- O que você quer dizer com isso Marinette? - ela começa a balançar suas pernas, ansiosa

-- Quer dizer que talvez, essa akumatização não tenha sido referente ao sonho. Aquela é outra, que vai ocorrer se nós fiquemos juntos. E se for para ficarmos juntos e eu ser akumatizada de novo, ou ele ser akumatizado. Eu prefiro que não fiquemos. Igual da primeira vez. - sinto lágrimas no canto dos olhos, mordo a maçã, e engulo o choro junto com um pedaço mal mastigado da fruta.

Alya não responde, então eu complemento.

-- Eu tenho medo de machuca-lo. Eu tenho medo de ter que lutar com ele. Não quero vê-lo daquele jeito, e não quero que ele me veja assim novamente - sinto as lágrimas novamente e dessa vez deixo-as escorrem por minha bochecha. Continuo falando - eu não quero ter que passar por isso, o amo demais pra isso.

Eu paro por uns segundos e penso. O que Adrien poderia estar sentindo naquele momento.

-- Eu não quero passar - engulo em seco - pelo que ele passou. - agora eu realmente começo a chorar. Alya desce do balcão e me abraça por trás. Solto a maçã, ela vai rolando até cair com um baque no chão.

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