Segredos

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P.O.V MARINETTE

No caminho à casa de Mestre Fu, eu e Alya não falamos nada. Se tocássemos naquele assunto antes que eu tivesse tempo de raciocinar todos os acontecimentos, eu entraria em colapso. Ela também não parecia muito confortável para falar sobre, apenas me seguia.

De repente, o formato das pedras na calçada parecia muito interessante. Levantei meu olhar para Alya, seu olhar era vazio. Parecia igualmente interessada na calçada. Nunca havia visto Alya com uma expressão tão perdida.

Isso fez eu me sentir mal. Mas em maioria, não era por te-la feito ficar daquele jeito, e sim pois eu nunca a vi naquele jeito. Eu nunca estava lá para apoiá-la em momentos difíceis, sempre vi seu lado feliz. Alya, que sempre esteve ao meu lado. Eu infelizmente não conseguia rebribuir. Prometi a mim mesma que me esforçaria mais para estar com ela a partir daquele momento. Tanto os momentos tristes, quanto nos felizes.

Depois do que pareceram horas de caminhada, chegamos. E eu bati na porta.

— Pode entrar minha jovem! Estou preparando chá. A porta está aberta! - Mestre Fu, grita, da cozinha.

Fazia dias que eu não vinha, e o local estava uma bagunça. Havia vários papéis jogados a cada canto da sala, que normalmente era organizada até demais.

Explorava a sala com o olhar, nunca tinha notado muito dela. Toda aquela bagunça fazia eu notar que a sala era mais espaçosa do que aparentava. Mas esses espaços eram normalmente inutilizados.

Observando, meu olhar se concentra em uma pequena pilha de papéis, que chamaram minha atenção. Eles estavam jogados em cima da mesa de canto. Me aproximei para vê-los.

Eu não acho que deveria ver isso, eu tenho certeza de que não deveria. Mas a curiosidade é maior.

— Alya! - sussurro. Ela, que estava observando a sala, com um olhar interessado, veio até mim.

— Esse lugar é assim, sempre bagunçado? - pergunta, passando a língua entre os lábios ressecados. Agora, úmidos. Não arriscava me olhar, concentrava a visão nos papéis.

— Não, ele está sempre, incrivelmente bem organizado. - fiz uma pausa para não misturar os assuntos - eu achei uns papéis estranhos aqui. Preciso do seu celular, rápido. - já estava aflita, se Fu me pegasse mechendo nisso, eu não sei o que faria.

Alya nem questionou, me deu o celular e eu abri a câmera. Enquanto tirava fotos dos papéis, ela me pergunta.

— Você não trouxe o seu? - roe a unha de seu dedão, tão aflita quanto eu.

Não sabia que Alya tinha problemas com ansiedade. Mais uma vez, me senti culpada por estar tão distante desde que nos conhecemos. Distante o suficiente para não notar algo que era bem óbvio, devido a quantidade de coisas do tipo que ela fazia por dia.

Meu rosto foi tomado por uma expressão de enjoo ao pensar nisso. Porém, ela nem viu.

— Não, estava sem bateria. Depois você me manda essas fotos, e as apague do seu celular. Ninguém além de nós pode saber disso. - passo a língua entre meus lábios, mesmo eles não estando ressecados.

Termino de tirar as fotos e coloco os papéis no local de antes. Devolvo o celular para Alya, e a puxo para sentar comigo no tatame do meio da sala.

— Finja que nunca saiu dessa posição - sussurro em seu ouvido. Ela apenas assente. Olhando para frente.

No segundo seguinte, Mestre Fu entra na sala com uma bandeija, nela havia um bule de chá, e duas xícaras.

— Vejo que trouxe Rena Rouge aqui. Quando que ela descobriu sua indentidade, minha jovem? - ele pergunta calmamente - oh, que falta de educação a minha. Deixe-me pegar outra xícara. Com licença.

Ele vai até a cozinha e logo volta. Eu e Alya não trocamos nenhuma palavra, e nenhum olhar. Arrisquei olhá-la de relance, mas seu olhar estava perdido no toca discos que na verdade, era a caixa dos miraculous. Ela começou a balançar a perna, ansiosa. Não a culpo, na primeira vez que vim eu não estava muito a vontade.

Ele serve o chá para nós duas, o silêncio era reconfortante, mas eu quero resolver meus problemas logo.

— Obrigada Mestre, Alya está aqui comigo pois naquela viagem para orlando, ela descobriu minha indentidade. Estou passando por uns problemas relacionados a minha akumatização, se ela puder ouvir seus conselhos, ela talvez possa me ajudar melhor.

Sei que os conselhos dele não vão ajudar a resolver um terço do que estou sentindo. Nem sei se o que ele falar pode entrar na categoria conselhos. Mas essa a única desculpa viável pra Alya estar ali, já que o motivo era ela simplesmente querer vir.

— Entendo - toma um gole de chá. Aparenta estar cansado, não tem a energia de sempre - O que precisa saber?

Ele desvia o olhar para a mesa de canto - onde estão os papéis que tirei foto - e se engasga. Com certeza tem algo estranho ali. Me sinto satisfeita por ter tirado aquelas fotos, e solto um sorrisinho de canto.

— Algumas coisas - me ajeito, organizando meus pensamentos - a akumatização vai mudar algo em meu miraculous? Por que algumas coisas se arrumaram depois, mesmo sem meu poder? É normal que isso afete tanto minha vida pessoal/emocional?

— Marinette - começa ele, com a voz trêmula, não tão calmo quanto antes. - você sabe que não tenho as respostas para esse tipo de pergunta. Imagino que não mudará nada em seu miraculous. Porque as coisas se arrumaram, não faço a mínima ideia, posso consultar o livro depois. Sobre sua vida pessoal, não sei também, depende. Normalmente as pessoas podem ficar um pouco traumatizadas depois da akumatização, mas nunca vi nada muito grave, grave a ponto de estragar as relações dessas pessoas com outras.

Eu escutava atentamente, e percebo que Alya também.

— E quando você já tem uma relação complicada com a pessoa, são amigos acima de tudo, mas os dois querem viver um romance - bato um indicador no outro, como gesto de demonstração - algumas coisas impediram isso, eles entraram em um acordo: "Forever and Ever". Porém, você não consegue olhar na cara da pessoa novamente, porque você se sente culpada. - paro a explicação por aí. Se continuar será tão confuso pra eles quanto é para mim

— Essa é sua relação com Chat Noir? - pergunta Mestre Fu, impaciente

— Sim, e tem muito mais. - digo ficando impaciente também- Mas vou poupar seu tempo de escutar algo que você não vai entender, e me poupar de ter outro ataque - respiro fundo e me levanto - vamos Alya, por favor. Já está bom por hoje, preciso me deitar.

— Okay Mari - move seu olhar para Mestre Fu - Obrigada por não ter me expulsado de sua casa... Mestre - agradece Alya, se levantando

Ele apenas acena, e antes de fechar a porta, vejo ele correndo nervoso até a pilha de papéis que vi mais cedo.

Eu e Alya seguimos para minha casa, tão nervosas quanto antes. Metade do caminho ficamos quietas. Porém, a calçada não é mais tão interessante quanto antes.

Antes mesmo de começar a pensar em um assunto que não me faça chorar. Alya suspira.

— Parece que essa visita não foi de grande ajuda. Mas pelo comportamento dele em relação a aqueles-papéis, nós pegamos informações, provavelmente, importantes. - pela primeira vez em uma hora, aproximadamente, Alya me encara nos olhos e sorri genuínamente.

Para quem estava tão ansiosa com a situação, ela prestou muita atenção nos detalhes.

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gente eu tô amando

os personagens sofrem e a gente sofre junto HEHEHHEHEHE

eu vou começar o próximo cap agora

tipo, na hora que tô postando msm
eu escrevo essa parte logo antes de postar

deem uma olhada nas minhas outras fics plis

comenta e vota se gostou
bjos, até o próx capppppppppp

Always for AlwaysOnde histórias criam vida. Descubra agora