Amigas

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Depois da minha conversa cheia de significado com a minha filha, eu já me sentia mais confiante. Ela saiu em missão, e mais uma vez eu me via completamente sozinha na "Mansão Uchiha".

Resolvi que chamaria Ino mais tarde para um chá, e hoje havia me dado folga. Na verdade, ia tirar férias... Fazem anos que não tiro férias e iria aproveitar para resolver minhas pendências.

Havia filiais da clínica psiquiátrica infantil em todas as vilas da aliança e eu periodicamente as visitava. Muitas das vezes com Sarada e outras com Ino. Pensei em extender as minhas visitas para um mês em cada local, assim que eu voltasse das férias.

Iria hoje mesmo falar com Naruto sobre a minha pequena missão, ele provavelmente vai se opor, mas sabe que é necessário.

Caminhava despretensiosa por Konoha, cumprimentei todos que me paravam, eu era muito conhecida na vila. Muitas Kunoichis me procuravam para treinar, mas nenhuma me pareceu realmente interessada em receber o legado que tão generosamente Tsunade-sama me passou.

Já era obrigatório pelo menos um ninja com conhecimento médico por equipe e eu esporadicamente fazia treinamentos com eles.

Passei em frente a floricultura Yamanaka e vi Ino e Sai arrumando alguns arranjos de flores.
Sai foi o primeiro a me ver e a acenar e logo Ino me chamou.

— Sakura! – Ela gritou.

— Oi Ino... Sai... Eu queria mesmo falar com você.– Eu disse sorrindo.

— O que queria testa.– Aquele apelido que com o passar dos anos virou algo carinhoso entre nós, não me incomodava mais e até me arrancou um sorriso.

— Queria te convidar para um chá. Preciso conversar com você.

Ela olhou para Sai e apenas com o olhar ele concordou. Ela largou o que estava fazendo, começou a andar ao meu lado quando segui meu caminho.

Eu respirei fundo antes de resignar um choro.

— Eu vou me separar.

Disse de uma vez, vendo Ino abrir os lábios de maneira involuntária.

— Eu não entendi...– Ela estava ainda em choque.

— Não aguento mais essa vida. Quero ter a mim mesma de volta, o Sasuke não me dá notícias a anos e eu não aguento mais ficar no escuro.

— Vamos para a sua casa, falar sobre isso no meio da rua não é legal.

Eu concordei, e seguimos para minha casa, era muito silencioso e quando Sarada não estava aqui, parecia um mausoléu. Eu havia enterrado minha vida aqui, juntamente com a morte do clã.

Ino segurou na minha mão e me acompanhou até a cozinha, onde fiz um chá de ervas calmantes. Essa seria um conversa muito difícil.

— Sakura... Me diz, o que aconteceu?

— Antes de tudo, não quero que me julgue...

Eu estava com os olhos ardendo pelas lágrimas, pareciam ácidas em meus olhos.

— Jamais Testa. Acho até que demorou muito, mas mesmo assim quero saber o que levou você a tomar essa decisão.

— Bem, eu conversei com Sarada ontem. E ela me incentivou a pedir o divórcio. Passei a noite em claro pensando nisso, e só faltava ela me entender para eu começar o processo. Acho difícil que Sasuke se oponha, pois fazem dois anos que não manda nenhum bilhete para casa.

Minha fala era carregada de dor e mágoa.

— Eu entendo seus motivos, e não vou te convencer a reconsiderar. Você merece ser feliz Sakura, é jovem, bem sucedida e se sua filha acha que você merece essa chance, é porque você mais do que nunca precisa dela.

Quem é Sakura?Onde histórias criam vida. Descubra agora