Capítulo 18🏍O que é meu, é meu!🏍

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Bento

Empurro a porta dupla de madeira maciça e entro no saguão do casarão feito um furacão. Jogo a mochila em um canto, atravesso o corredor central que dá acesso a sala de estar. Paro no arco de pedra e encaro meia dúzia de rostos assustados.

_Que isso?! Parece assombração, menino! Como chega assim?! Quer nos matar de susto?_ Tio Vladimir se exalta.

_ Bento, meu filho! Finalmente! _  Minha mãe parece aliviada em me ver.

_ Bentinho, meu amor! _ Gisele dá um gritinho, se levanta do sofá e corre ao meu encontro. Seguro seus braços no ar antes que enlacem em meu pescoço.

_ Nem se atreva. Pule essa parte do teatrinho, porque não estou com a mínima paciência para falsidade.

_ Bento! _ Dona Betina me alerta apenas com o olhar.

Solto Gisele e me afasto em direção à escadaria.

Poucos minutos depois, desço de banho tomado, roupas limpas e a chave da moto na mão.

_ Ué! Mal chegou e já vai sair?! _ Dodô reclama com uma bandeja nas mãos. _ Acabei de esquentar uma refeição para você. Ia levar em seu quarto.

_ Estou sem fome Dodô, mas obrigado. Mais tarde como alguma coisa. _ Beijo sua testa.

_ Bentinho, mas e eu?! Precisamos conversar! _ Gisele reclama choramingando.

A encaro sério e em silêncio. Parece que isso é o suficiente para se calar e sentar por enquanto.

_ Cuidado. Não demore. _ Minha mãe suplica.

_ Deixe comigo, mãe. _ Beijo seu rosto e saio...

Acomodo a moto em uma vaga no estacionamento de rua e sigo para o restaurante bar onde encontrei o carro de Murilo parado.

Até que não foi tão difícil de encontrá-los. Circulei pelas ruelas do centro da cidade e logo encontrei a picape prata adesivada com o nome da livraria do pai de Murilo.

_ Bento?! _ Ainda na entrada, uma garota me chama.

Reconheço-a da época de escola, mas não me recordo o nome. O rosto bonito é o mesmo, apenas adquiriu um estilo mais fatal.

_ E aí?

_ Não se lembra de mim? Cíntia.

_ Tudo bem, Cíntia? Por acaso viu o Murilo lá dentro?

_ Você veio para o encontro com o pessoal da escola organizado por Murilo?

_ Vim! Isso mesmo. _ Respondo rápido.

Quer dizer que o malandro do Murilo organizou todo um circo para "cair em cima" de Vanessa?!  Por que será que não fez questão de me convidar? Afinal, também estudamos juntos.

_ Ele já chegou sim. Está lá dentro. _ Cíntia aponta com a cabeça.

Em seguida, a garota avança, suspende um braço e agarra a gola de minha jaqueta.

_ Mas me fala, o que acha da gente matar a saudade dos velhos tempos, Bentinho?

Encaro a garota que praticamente se esfrega em meu peito. Forço um sorriso.

_ Não, obrigado. Vim buscar minha garota.

_ Sério?!

_ Sério. _ Seguro seus punhos e a afasto. _ Boa sorte aí, Cíntia.

Ainda na entrada, onde tenho uma visão privilegiada, circulo o olhar pelo ambiente de iluminação moderada. As mesas estão todas ocupadas. Há movimento em uma pequena pista de dança. E os assentos no balcão também estão todos preenchidos.

Fazenda 3 Irmãos-Um bad boy apaixonado. Vol.3Onde histórias criam vida. Descubra agora