Chapter thirteen

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Morangos

Já é noite e há possas d'água em volta de seus pés na rua, seus sapatos estão molhados, ela pensa. Papai vai questioná-la e falar sobre como ela é desajeitada nas próximas horas, se descobrir.

Provavelmente os mantimentos também estão molhados, mas ela não liga para isso, no final será ela quem os colocará na despensa quando chegar em casa, para que o pai não os veja. Sua mente se desvia para o banquinho que ela tem que subir para chegar aos armários superiores, e ela diz a si mesma que, quando começar a trabalhar, comprará novos banquinhos para a cozinha, porque os que eles têm agora balançam quando ela está sobre eles, e ela tem medo de cair.

Ao fazer a curva que leva à sua rua, ela percebe o que parece ser um monte de roupas, todas jogadas em uma pilha à beira da estrada. Ela vai buscá-los —porque eles estão se molhando— mas eles se movem de repente, fazendo-a pular para trás e cair de bunda no chão.

Uma cabeça cheia de cabelos loiros aparece da pilha de roupas, assustada. A mais jovem fica sentada no chão, os mantimentos que estavam dentro do saco plástico agora estão espalhados atrás dela, e ela mais uma vez, pensa nas roupas dela agora molhadas.

—Oi. Desculpe se te assustei. Qual o seu nome?— pergunta a jovem, curiosa. Ela rasteja lentamente até a outra e senta-se com os joelhos apoiados no peito, apoiando-se nas pontas dos pés.— Meu nome é S/n.

A loira olha para ela surpresa, com sua gentileza. S/n espera uma resposta, mas desiste ao ver que a outra não consegue ou não quer falar.

—Onde estão seus pais?— ela pergunta novamente, sem sucesso. Ela decide que está tudo bem se a loira não quiser conversar, e pega um pacote de scones que comprou no caminho para casa. Arranca as partes encharcadas e entrega para a garota.— Aqui, eles são os meus favoritos.

Os olhos da loira parecem brilhar de fome por um segundo, e uma de suas mãos sai de seu cobertor improvisado para pegar a massa, mas S/n não consegue segurar o suspiro que sai de sua boca. Ela rapidamente esconde o braço novamente.

—Tudo bem!— S/n joga as mãos na frente dela e arregaça as mangas para mostrar as feridas em seus braços.— Meu pai fica bravo às vezes também. Está tudo bem.— Ela dá um sorriso tranquilizador.

A mais velha parece relaxar um pouco, mas ainda se recusa a aceitar o que S/n está oferecendo a ela. S/n pensa que deve ser algum 'trauma'.

Ela ouviu a vizinha, Carla, falar sobre isso com o filho dele, disse a ele que era assim que crianças como Mikasa —filha adotiva da Carla— tinham, e por isso reagem de forma diferente a algumas coisas.

—Você pode ficar aqui até amanhã?— S/n pergunta.— Terei problemas se chegar tarde em casa.

S/n se levanta e deixa uma caixinha de leite e o saquinho de papel com scones entre os dois.

—Eles estão um pouco molhados, mas são muito saborosos se você tirar as partes ruins. Eu voltarei.

Sem esperar por uma resposta, ela pega suas coisas e continua seu caminho para sua casa. Quando ela fecha a porta atrás dela, ela ouve a TV alta no quarto de seu pai. Ela está feliz por ele não estar na sala de estar, então ela pode trocar de roupa rapidamente e evitar uma bronca.

Depois de enxugar tudo com papel-toalha, coloca os mantimentos dentro dos armários, evita quase cair do banquinho frágil algumas vezes.

Ao anoitecer, ela se senta na cama para descansar e pensa na loira sob a pilha de roupas. Como ela pode ajudá-la? Seus braços estavam machucados e ela tem certeza de que o resto de seu corpo tinha outras feridas.

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⏰ Última atualização: Apr 20, 2021 ⏰

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One drink (yelenaxFemreader) - tradução.Onde histórias criam vida. Descubra agora