Capítulo 18: uma pequena aventura

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A noite foi difícil, quando Adhara olhou no espelho estava com olheiras tão profundas que resolveu se maquiar.

Já fazia algum tempo que não usava suas sombras escuras... Depois de maquiada e arrumada ela desceu desanimada para o café da manhã. Sentou perto das pequenas que tentavam a animar mas em vão.

Olhava para Jorge e o via rindo o que fazia sentir seu coração apertado com a hipótese de tirar dele a felicidade. Ela sabia que essas coisas passariam, assim como devia ter passado para Breno, Jorge logo esqueceria também.

As conversas ao redor a irritavam, os olhares, as pessoas felizes, tudo a estava irritando. Em um impulso ela se pôs de pé chamando alguma atenção para si.

— Preciso conversar! — disse ao chegar em frente a Jorge.

— Certo.

Ele concordou pois percebeu que ela falava sério e não queria esperar, então deixou seu café e caminhou com ela em silêncio até o gramado frio e vazio as margens do rio.

— Eu... — Ela não sabia como dizer, não conseguia formar uma frase.

— Por que está chorando? — Jorge perguntou delicadamente.

— Eu, não sei.

Ela realmente não sabia, nem havia percebido suas lágrimas escorrendo sobre as bochechas até que ele comentou.

Ele a puxou suave contra o peito e a abraçou, e ali ficaram mais uns minutos em silêncio. Ate que finalmente ela se acalmou e conseguiu falar.

— Sabe, tudo que a gente tem vivido foi algo único e mágico. Você me fez muito feliz — ela falava calma visando as ondulações do lago e ouvindo as batidas suaves do coração dele —, eu sempre, sempre mesmo, quero ter você na minha vida. Mas...

Novamente uma lágrima correu por seu rosto.

— Mas, você não está mais apaixonada. Não que antes tenha sido mentira, tudo foi verdade, tudo foi real porém, mudou. E você passou dias pensando se devia continuar ou conversar e acabar tudo porque você estava com medo de perder a amizade para sempre. Certo?

Adhara se afastou do abraço para olhar nos olhos dele.

— Como você?...

— Você é a garota mais incrível que eu conheço. E me apaixonei profundamente por você, mas sinto o mesmo que você agora. — Jorge disse solene.

— Foi real, incrível e maravilhoso. Mas passou. — Adhie disse aliviada.

— Sim.  

— Então, você não está bravo comigo?

— É claro que não. Estamos bem, como sempre estaremos. — ele disse com confiança, mas por um momento duvidou. — Certo?

— Certo! — Adhie respondeu com um leve sorriso.— Até porque se um dia você arrumar outra melhor amiga eu mato ela.

— Essa é a marrenta que eu conheço. — Jorge disse rindo. — Vamos voltar para o café?

— Acho que preciso ficar aqui mais um pouco.

— Mas você está bem?

— Sim, obrigada.

Ele se retirou e ela permaneceu sentada na grama sozinha se perguntando porque coisas boas acabavam. Ela sabia que na maioria das vezes as pessoas não casavam com o primeiro namorado, as vezes nem casavam, como Sirius. Mas ficou ali se questionando, e aliviada por ainda ter seu melhor amigo.

⭐⭐⭐


O dia passou lentamente, como os seguintes também e Adhie pensava apenas em sua poção. Por três vezes pensou em pedir ajuda a Snape, mas nas três seu orgulho falou mais alto.

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