Capítulo 9: o Banquete

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o Expresso de Hogwarts começou finalmente a reduzir a velocidade até parar de todo na escuridão de breu da estação de Hogsmeade.

Quando as portas do trem se abriram, ouviu-se uma trovoada no alto. Adhie agasalhou Niett na capa e Lottie fez o mesmo com Loki ao desembarcarem, as cabeças abaixadas e os olhos apertados para impedir que o temporal os molhasse.

A chuva caía em tal volume e rapidez que até parecia que alguém estava esvaziando baldes e mais baldes de água gelada na cabeça dos garotos.

— Eu não gostaria de atravessar o lago com esse tempo — exclamou Gina com veemência, tremendo durante a caminhada lenta pela plataforma escura com as outras colegas.

Cem carruagens sem cavalos os aguardavam à saída da estação, ou melhor, com cavalos alados e quase esqueléticos que faziam Adhara se arrepiar.

— Tudo bem? Lottie perguntou quando ela parou ao ver os animais.

— Sim, vamos.

Adhara, Charlotte, Gina e as Jakcson embarcaram agradecidas em uma delas, a porta se fechou com um estalo e momentos depois, com um grande ímpeto, a longa procissão de carruagens saiu roncando e espalhando água trilha acima em direção ao castelo de Hogwarts.

As garotas passaram pelos portões, ladeados por estátuas de javalis alados, e as carruagens subiram o imponente caminho oscilando perigosamente sob uma chuva que parecia estar virando tromba-d’água.

Curvando-se para a janela, Adhie pôde ver Hogwarts se aproximando, suas numerosas janelas borradas e iluminadas por trás da cortina de chuva.

Os relâmpagos riscaram o céu no momento em que a carruagem parou diante das enormes portas de entrada de carvalho, a que se chegava por um lance de degraus de pedra.

As pessoas que tinham tomado as carruagens anteriores já subiam correndo os degraus para entrar no castelo, as meninas saltaram da carruagem e correram escada acima, também, só erguendo a cabeça quando já estavam seguras, no cavernoso saguão de entrada iluminado por archotes, com sua magnífica escadaria de mármore.

Lottie sussurrou alguma coisa que Adhara não entendeu, ela apontou a varinha para su, depois para as outras quatro e logo estavam secas. Mas as ondas rebeldes dos cabelos de Adhie estavam com o dobro do volume.

— PIRRAÇA! — berrou uma voz zangada. – Pirraça, desça já aqui, AGORA!

A Profª Minerva McGonagall, subdiretora da escola e diretora da Grifinória, saiu correndo do Salão Principal; a professora escorregou no chão molhado e agarrou Hermione pelo pescoço para evitar cair.

Adhara teve que se segurar muito para não rir, e desviar o olhar de Fred e Jorge.

— Ai... desculpe, Srta. Granger...

— Tudo bem, professora! — ofegou Hermione, massageando a garganta.

— Pirraça, desça aqui AGORA! — bradou ela, ajeitando o chapéu cônico e olhando feio pelos óculos de aros quadrados.

Só então Adhie notou Pirraça, o poltergeist, um homenzinho de chapéu em forma de sino e gravata-borboleta cor de laranja, o rosto largo e malicioso.

— Não tô fazendo nada! — gargalhou Pirraça, disparando uma bomba de água contra várias garotas do quinto ano, que gritaram e mergulharam no Salão Principal. — Já molharam as calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhhhhhhh! — E mirou mais uma bomba em um grupo de alunos do segundo ano que tinha acabado de chegar.

— Vou chamar o diretor! — ameaçou a Profª Minerva. — Estou lhe avisando, Pirraça...

Pirraça estirou a língua, jogou a última de suas bombas de água para o alto e disparou pela escada de mármore acima, gargalhando feito um louco.

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