Capítulo 11

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Davinna Lee narrando:

Os dias passaram rápido e estou começando me adaptar com tudo, por aqui a cidade gira em torno das guerras entre gangues, se eles estão tranquilos tudo e todos ficam bem mas se algo sai errado gera um efeito dominó e todos são atingidos. De um lado tá a polícia na caçada dos comunistas que tão em regime. É comum passar na rua e ver comunista sendo espancado e até morto pela própria polícia e tudo isso por que eles querem um pais justo e sem desigualdade social. De outro lado tem Thomas Shelby e os mafiosos mechendo sempre os pauzinhos.

Do outro lado estou eu, que também vivo sendo caçada como um rato, desconfiada até da minha própria sombra e com os demônios do passado gritando dentro de mim.

É certo que viver "escondida" não é nem de longe como eu gostaria de aproveitar meus dias mas mas não tenho escolha e não vou reclamar pois tenho saúde, minha tia e um lar.

Alguns dos homens que eu chamei estão trabalhando com o Thomas ele separou os os que "levam mais jeito", o resto ajuda com uma coisa ou outra. Minha tia fala que seria bom se eles voltassem pra Rússia mas agora eles sabem que ela e eu estamos aqui e não vou arriscar manda-los pra lá.

O cassino vai ser exportado essa semana então preciso de uma ajudinha extra.

E bom, eu tento parar de pensar em tudo que aconteceu ontem, principalmente a parte que eu quase dei pro Tommy e não foi culpa da bebida porque eu estava sóbria e queria aquilo. Mas preciso controlar o fogo quando tô perto desse homem se não, não vou me segurar e ele é... O Thomas Shelby, um sociopata inconsequente e criminoso que não tem problema nenhum em prejudicar ou matar alguém e eu não tô acreditando que me sinto atraída por alguém assim.

E sobre o Curly, achei uma sacanagem o que fizeram com ele por isso atirei naquele homem. Quando criança eu treinava tiro ao alvo com meu pai então tenho prática em manusear armas. O lado bom de ser filha de um gangster é que você é criada como um deles...

O homem vai ficar bem, foi um tiro de raspão e a bala atravessou o braço então nessa altura ele já está pronto pra outra.

-- Bom dia filha, como foi o show?

-- Bom dia, só cantei uma música não teve show. -- Quer? -- Levantei a chaleira com café.

Ela fez que sim com a cabeça e eu botei na xícara dela.

-- Aposto que o Thomas ficou babando, você saiu tão "divina"-- ela disse me fazendo lembrar do pequeno Finn. Eu ri.

-- Nem o vi lá. Para tia. -- digo.

Ela me olhou com cara de paisagem e disse: -- E aquele casaco que tá pendurado lá no seu quarto?

-- Tava bisbilhotando minhas coisas dona Úrsula?

-- Eu não, você deixou a porta aberta eu passei e olhei. -- Tomou do seu café.-- Ele veio aqui?

-- É, mas não aconteceu nada demais. Ele só me trouxe em casa e eu chamei ele pra subir.

-- Está bem... Eu chamei o Will pra me levar na casa de banho.

Eu acabei meu café e fui lavar as louças.

-- Tá bom eu vou na Polly ver o Finn.

A tia subiu pro quarto e eu fui pro meu, me arrumei e vesti um vestido no comprimento do joelho na cor verde claro.

Sai de casa e cheguei em poucos minutos. Polly me recebeu com um copo de Whisky na mão, avisando que o Finn estava ajudando o pai dele com as apostas.

Ela estava estranha demais então me atrevi perguntar: -- Você tá bem? -- olhei para ela cuidadosa.

-- Porque a pergunta? -- ela disse me olhando séria tentando esconder seu semblante triste.

𝐀 𝐥𝐮𝐳 𝐝𝐨 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲 | 𝐏𝐄𝐀𝐊𝐘 𝐁𝐋𝐈𝐍𝐃𝐄𝐑𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora