O2.

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Atenção! 

O capítulo a seguir tem descrição gráfica de um ataque de ansiedade!

Cuidado ao ler.


. . . . . 


O som do mar invadiu meus ouvidos repentinamente, assim como o cheiro forte de maresia e água salgada. Contraí meu nariz pelo cheiro forte, minhas mãos se moveram inconscientemente enquanto meus olhos lutavam para abrir, uma sensação desconfortavelmente quente se apoderou do meu corpo antes que eu pudesse me situar do que estava ao meu redor. Os flashes dos acontecimentos anteriores me pegaram de repente e, com um ímpeto doloroso, abri meus olhos mesmo com a claridade cegante torturando-os momentaneamente.

Lembro de ter sido vítima de uma chuva de raios violenta, lembro bem de ter sido atingido por um. E diante da violência a qual fui atingido, sei bem que não era para eu ter sobrevivido a algo assim, mas por algum motivo desconhecido, estou vivo e num lugar totalmente diferente do parque que eu estava anteriormente.

Morto eu não estava, por alguma razão que desconhecia e embora soubesse, tal constatação não respondia nenhuma das minhas perguntas, visto que os meus arredores não condiziam com a realidade anterior. Meu corpo que outrora era grande, musculoso e esguio, agora pareciam drasticamente menores, quase como se eu fosse... uma criança?

Ergui meus braços, agora menores e mais finos do que me lembro, minhas mãos eram pequenas, infantis. Cerrei os punhos, sentindo a fadiga me pegar por um breve momento antes de eu me levantar num esforço melindroso. O mundo ao redor era maior e mais colorido do que estava acostumado. Uma floresta estava atrás de mim, enquanto identifiquei o lugar em que eu estava deitado antes como uma praia deserta, o mar quase tocava meus pés.

Depois de me recuperar totalmente, vaguei para mais perto da floresta, mas não adentrando-a totalmente. Caminhei com os pés descalços sobre a areia fofa e ligeiramente quente, procurando alguém que pudesse me informar o que estava acontecendo.

Eu sabia que já não estava no mesmo lugar, era fácil deduzir que não era nem mesmo o mundo que eu vivia antes, já que mais ao longe era possível ver criaturas marinhas estranhamente grandes pulando e entrando novamente na água. Me lembravam dos reis dos mares de One Piece.

O som de animais selvagens podia ser ouvido uma vez ou outra, mas como eu estava desarmado e num corpo muito pequeno para me defender direito, decidi apenas seguir reto, até ver o que encontrava.

A sorte, pela primeira vez, bateu na minha porta. Avistei um pouco ao longe o começo do que seria uma vilazinha, a estrutura não muito afortunada, mas simples e clara, me lembrou de lugar que havia visto em One Piece. Por que tudo estava me lembrando One Piece, afinal? Minha cabeça em resposta, deu uma latejada, mas ignorei.

Andei até a vila, vendo algumas pessoas trabalhando, mulheres arrumando suas costas, estendendo roupas, alguns homens perambulando entre as casas, alguns segurando redes e itens de pescaria. Quando me aproximei melhor, algumas mulheres que estavam reunidas na frente de uma casa próxima olharam para mim e imediatamente começaram a cochichar alto, seus rostos contorcidos de forma estranha. Elas vieram rapidamente ao meu encontro.

"Ora, garotinho, o que está fazendo andando sozinho por aí?" Uma perguntou, a voz melosa demais. "Onde estão seus pais?" Em resposta, dei de ombros, encarando as três que me cercavam. Por que tudo parecia tão cartunesco...?

"Ele parece perdido, Chiken! Será que devemos levá-lo até o prefeito?" A outra perguntou, eu suspirei sutilmente, tentando achar uma forma de me livrar daquelas três. "O prefeito estava no bar da Makino quando fui falar com ele mais cedo, vamos até lá!"

ALL I WANT - One Piece x Male!Reader. [DESCONTINUADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora