7. eu serei a sua adrenalina violenta durante a noite.

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Jisoo está parada na frente da pia do banheiro, com o rosto úmido por ter acabado de ser lavado, quando Chaeyoung entra no cômodo e envolve a sua cintura com os braços.

— Bom dia.— Ela murmura.

— Bom dia, loirinha.— Jisoo diz, pressionando a cabeça para trás no ombro de Chaeyoung e fechando os olhos. Ao abri-los, ela encontra Park olhando para ela no espelho.

— O que foi?— Ela pergunta.

Chaeyoung coloca a mão esquerda no ombro de Jisoo e estende a outra mão para tocar sua bochecha. Ela pressiona a cabeça contra a da mulher em um pequeno abraço e olha por cima do ombro para o reflexo delas, emoldurado no espelho do banheiro. Elas ficam em silêncio. Ela move a mão e se observa acariciar o rosto da morena, traçando seus traços com as pontas dos dedos suaves, sobrancelhas, pálpebras, testa, queixo e mandíbula. Quando ela termina, ela retorna a mão à bochecha de Kim e se olha no espelho por um longo tempo.

— Quando te conheci, achei que sua boca era a sua melhor característica.— Ela finalmente diz. — Eu tinha razão. Seus lábios são lindos. Pálidos, cheios, com a textura mais bonita do que qualquer outra que eu já vi. Eu não consigo tirar meus olhos deles.

Jisoo sorri e a loira coloca a ponta dos dedos na parte mais larga do lábio inferior. — Eu quero tocá-los, beijá-los, o tempo todo.

Kim dá um beijo na palma de Park, tentando se virar nos braços dela, mas Chaeyoung a segura pelo ombro. Ela segura o rosto de Jisoo para frente para que elas fiquem novamente se olhando no espelho, sua mão ainda segurando a bochecha da morena.

— Você sabia que os rostos têm uma proporção particular, quase universal? Quando está incorreto, reconhecemos instantaneamente, como quando vemos o rosto de uma pessoa com síndrome de Down. Mesmo que as proporções estejam apenas ligeiramente erradas, podemos não saber o que está errado, mas ainda assim o sentimos. Estamos programados para processar isso.

— Quando eu olho para o seu rosto, eu reajo às suas simetrias e proporções como faria com qualquer outro rosto. É lindo e parece exatamente como deveria. Mas também sinto algo mais, algo que não sinto quando olho para outros rostos.— Ela faz uma pausa.

— Você se lembra quando me disse que experimentava palavras quando criança? Que você experimentou a linguagem através de dois sentidos?

— Sim.— Jisoo diz, acenando levemente com a cabeça.

— Bem, embora eu experimente esse sentimento que estou descrevendo, essa reação a você, por meio de apenas um sentido, minha visão, ainda é uma dualidade. Eu vejo duas coisas diferentes ao mesmo tempo. Ou talvez eu sinta duas coisas. Não sei como explicar.— Ela suspira.

Kim aperta a mão em seu ombro.

Chaeyoung coloca o dedo indicador na lateral da boca de Jisoo, apontando para cima. — As bordas da sua boca se alinham com suas pupilas. Você vê?

A morena acena com a cabeça. Park faz uma forma de C com o polegar e o indicador, colocando o dedo o mais próximo que pode alcançar do topo da cabeça de Jisoo e o polegar no canto do olho. Em seguida, ela move a mão para baixo, mantendo os dedos separados na mesma distância, e mede do olho ao queixo.

— Os olhos estão na metade do rosto. Pessoas que estão aprendendo a desenhar geralmente colocam os olhos muito altos e seus desenhos parecem estranhos, não importa o quão belos detalhes possam ser.

Ela segura a bochecha de Jisoo novamente. Seus olhos são suaves quando seus olhos se conectam no espelho.

— Quando eu olho para o seu rosto, não vejo apenas a sua aparência. Também noto especificamente a simetria, as proporções, o equilíbrio de suas características. Eu os meço. Não é minha intenção, mas é a maneira como vejo tudo, como se houvesse uma grade invisível que me ajuda a colocar as coisas em perspectiva. Por isso, quando olho para você, minha reação é em parte estética e em parte emocional. Um dirige o outro.

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