II.

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Plaza Hotel, 2015 | 8:19 pm

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Plaza Hotel, 2015 | 8:19 pm

Noah sentia-se inferior enquanto encarava o hotel à sua frente.

Estava num lado da cidade ao qual não pertencia e não conseguia sentir-se confortável, como uma carta fora do baralho.

Estava usando as costumeiras roupas que vestia para trabalhar, segurava com força a barra da saia jeans entre os seus dedos e mordia os seus lábios. Estava inseguro, não queria estar ali, mas precisava, porque lhe renderia um bom dinheiro, e dinheiro quando se é pobre, é quase como ganhar uma passagem direta pro céu antes mesmo de morrer.

No meio do conflito interno, uma figura de um jovem saiu pelas portas e andou em sua direção. Os mesmos ternos de grife cobriam o seu rosto, o cabelo bem arrumado, o piercing no lábio inferior e a postura ereta invejável, exalando poder.

Era Krystian, Noah o conhecia bem. Afinal, quem naquela cidade não o conhecia?

— Noah! Você veio, que ótimo.

Forçou-se a sorrir.

— Obrigado.

— Vem, vamos entrar. A festa a qual eu te convidei é na cobertura.

Noah engoliu em seco e assentiu. Já tinha passado por essas ruas uma vez ou outra, mas nunca parou pra apreciá-las, muito menos esteve na cobertura de um hotel tão chique como aquele.

Sua insegurança aumentou mais ainda.

Enquanto caminhava até o elevador, sentia os olhares dos demais hóspedes sobre si e Noah odiava aquilo. Odiava porque sabia que era um olhar julgador, por ser um homem vestindo roupas femininas e maquiagens extravagantes.

Aquilo o afetava mais do que ele poderia admitir. Noah queria poder repreender todas essas pessoas e dizer que se vestia daquela forma porque gostava, mas ele estaria sendo hipócrita, porque ele as odiava. Não odiava por ser roupas femininas e sim porque faziam parte do seu trabalho, da parte de sua vida que ele tentava esconder, mas que estava o tempo todo ali, grudado na pele como tatuagem, uma marca que ele nunca esqueceria. E quando as pessoas lançavam aqueles mesmo olhares para si, Noah tinha certeza que elas conseguiam o ler por completo e isso só fazia com que ele tivesse vontade de fugir para longe de tudo e chorar até não aguentar mais.

E ali, pensou que a noite seria mais longa do que ele imaginou.

Pode soltar o ar que estava segurando no momento que entrou no elevador e viu que estava vazio.

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