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É isso coisas lindas.
Boa leitura nenéns!

Às vezes penso que a minha vida é entediante demais para que eu algum dia seja protagonista da minha própria história

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Às vezes penso que a minha vida é entediante demais para que eu algum dia seja protagonista da minha própria história.

Quer dizer, sempre levo meus dias do mesmo jeito. "Plantão na UTI, casa; casa, Plantão na UTI". Nem amigos de farra tenho, daqueles que te chamam para beber e depois nem ligam se você está passando vergonha ou vomitando no sapato de alguém.

Meu maior companheiro é meu notebook, onde assisto meus filmes e séries e esqueço do mundo à minha volta. É meio solitário, eu sei, mas não me importo.

Nem sou do tipo que faz programas em família mesmo. Até porque aquela que deveria ser minha mãe me abandonou quando eu era criança. E o fez para ficar com um traficante qualquer. Deve estar vivendo um amor bandido até hoje. O meu pai, que se casou novamente quando eu tinha 10 anos, esqueceu-se que tinha um filho.

Caminhando em direção ao banheiro do setor onde eu trabalho, recebo uma mensagem de texto no celular que logo é ignorada, por ser dele. Do meu pai.

Chega a ser engraçado como hoje ele tenta manter contato comigo, mas quando eu mais precisei do seu apoio, na minha infância e adolescência, ele preferiu ceder aos caprichos da esposa, quando ela impunha diversas regras na nossa casa apenas porque não gostava de mim.

Eu não podia chegar atrasado em casa após sair da escola, senão ficava sem jantar. Na adolescência, se eu chegasse da casa de algum amigo após às 19 horas, ficaria do lado de fora do apartamento. Se eu batesse na porta pedindo o auxílio do meu pai, este defendia a mulher dizendo "Desculpe meu filho, mas são as regras".

Claro, afinal, estar bem com a esposa era mais conveniente do que defender o próprio filho. Aquele homem nunca teve um trabalho fixo, então passava seus dias sendo parasita de uma companheira que era bem remunerada em seu emprego.

Devolvo meu celular ao bolso, e suspiro cansado de mais um plantão noturno que se encerra às sete horas da manhã. E ocupo-me em olhar meu reflexo no espelho acima da pia. As olheiras embaixo dos meus olhos já estão arroxeadas. Os fios castanhos dourados gritam por uma hidratação.

Tudo bem, esse é o rosto de um trabalhador que dá plantão dobrado, mas paga suas contas em dia.

Tenho orgulho de ser técnico em enfermagem, de ter uma profissão para chamar de minha. De, contra toda a probabilidade que eu tinha de crescer como um sem lei, por causa da criação que tive, eu ter tido força o suficiente para sair de casa e me livrar das humilhações que vivi ainda tão jovem.

Isso porque na época do meu primeiro emprego, que foi numa lanchonete, eu ganhava pouco, pelo fato de o trabalho não ser registrado em carteira. Porém, juntei dinheiro até conseguir pagar meu curso técnico.

Ponto de Paz (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora