2. 𝒔𝒉𝒆 𝒌𝒏𝒐𝒘𝒔 𝒆𝒙𝒂𝒄𝒕𝒍𝒚 𝒘𝒉𝒂𝒕 𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒘𝒊𝒕𝒉 𝒎𝒆𝒏 𝒍𝒊𝒌𝒆 𝒚𝒐𝒖

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NOTAS INICIAIS

Olha eu aqui de novo! Ansioses pelo desfecho daquele beijo ~inesquecível~? Espero que sim. Até as notas finais.

Estava quase amanhecendo (no sentido do relógio, não do céu, que continuava tão escuro quanto um quarto sem velas no meio do nada) e Gareth seguia os passos de Hyacinth como se fosse um menino perdido

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Estava quase amanhecendo (no sentido do relógio, não do céu, que continuava tão escuro quanto um quarto sem velas no meio do nada) e Gareth seguia os passos de Hyacinth como se fosse um menino perdido. Apesar de pequena, ela era bastante ágil, e desviava com facilidade de hidrantes e de velhos bêbados pela calçada. Após uma longa caminhada, quando estava prestes a perguntar se faltava muito, foi surpreendido pela própria voz dela afirmando que já estavam próximos. Uma viela aqui, outra ali e finalmente chegaram a um condomínio muito mais abastado do que seu dinheiro poderia comprar, com uma fachada impecável. Ele jamais imaginaria que uma mera dançarina teria dinheiro suficiente para bancar aquilo, mas ele não fazia ideia de que estava envolvido com uma herdeira com segurança financeira para algumas gerações. Uma bem importunadora e mentirosa, por sinal, já que havia ganhado este apartamento de presente da mãe ao prometer que não levaria estranhos para dentro — um dos motivos pelo qual Violet concordou em deixá-la morar na república e não sozinha.

Subiram até o décimo quinto andar, num elevador quase tão grande quanto a sala em que Gareth dormia na casa de seu amigo, e deram de cara com seis portas, seis apartamentos. Hyacinth fez um pedido silencioso para que segurasse sua bolsa enquanto girava a chave numa lentidão que soava quase premeditada, porém não conseguia entender se era para provocá-lo ou para testá-lo. Quando a porta se abriu, Gareth ficou tão boquiaberto que deixou escapar um "uau" sem querer. E Hyacinth riu; não um riso convencido de quem sabe que tem uma casa realmente bela, mas um riso de quem achou fofa a reação exagerada diante de uma realidade tão comum para ela. Afinal, nascera numa mansão, e aquele era apenas um apartamento bem mobiliado.

Não trocou nenhuma palavra com ele, apenas pendurou o casaco e abaixou-se para desamarrar um dos sapatos. Aquela mulher sabia como fazer os homens pegarem fogo e sempre adorou suas reações ao vê-la comendo pelas beiradas. Em um movimento bem calculado para que ele visse o contorno de suas curvas num ângulo favorecedor, pôs-se a desamarrar o coturno que faltava. Levantou-se. E sorriu. Usando aquele sorriso.

— Estou imunda, não irei encostar em você antes de um banho. E espero que a recíproca seja verdadeira — seus olhos azuis estavam mais escuros do que o normal, cobertos de certa... expectativa? Gareth não soube dizer. — Na segunda porta à direita desse corredor tem outro banheiro, um armário com uma toalha nova e todo tipo de produto que você quiser usar. Fique à vontade — ela disse, enquanto andava em direção à outra porta, mas parou abruptamente, como se tivesse lembrado de algo. — Você poderia, por favor, me ajudar com essa roupa?

Gareth gelou, e nenhuma reação teria causado tanta raiva para si mesmo quanto esta. Ele era o que, afinal? Um virgem? Um tapado? Com certeza, um doido. Porque nada justificava o desespero que subiu por sua espinha quando se viu de frente às costas esguias de Hyacinth. Ela era tão pequena... E tão absurdamente maravilhosa, mesmo que seu rosto não estivesse ao alcance da vista no momento.

Naked • hyareth au!Onde histórias criam vida. Descubra agora