II - A Loira do Banheiro

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Alicia fechou a porta do banheiro, enquanto choramingava baixinho. Ela se aproximou da pia e se observou no espelho, que apesar da casa ser precária, ele era enorme.

 Ela se aproximou da pia e se observou no espelho, que apesar da casa ser precária, ele era enorme

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— Deixa de ser boba, Alicia. — Pensou, enquanto limpava as poucas lágrimas que escorriam por seu rosto.

Após, abriu a torneira para molhá-lo e tentar se recompor. Depois de tê-la fechado, sentou-se no vaso para fazer as suas necessidades. Por fim, deu descarga.

— Ah, fala sério. — Deu descarga novamente, porém não havia funcionado. — Vamos, colabora comigo, funciona. — Deu novamente e, felizmente, dessa vez, funcionou. No entanto, a luz do banheiro, que estava acesa, se apagou.

Portanto, deu um gritinho, porém, tapou logo sua boca. Alicia acendeu a luz e ela se apagou de novo. Bufou e a acendeu mais uma vez. Quando viu que ficou, sorriu para si mesma.

Depois, ficou assustada, assim que reparou o que estava escrito em várias partes das paredes. 

— Loira do banheiro, loira do banheiro, loira do banheiro. — Leu baixinho. Após, riu, devido à bobagem que aparentava ser.

Quando abriu a porta do banheiro para poder sair, estava trancada. Então, Alicia ficou mexendo na maçaneta para verificar se estava emperrada, porém estava realmente trancada.

A luz se apagou e se acendeu de novo. Assim, ela tomou um susto, quando viu uma imagem feminina no espelho. Olhando mais de perto para ver se era ela mesma, gritou, pois, além de não ser ela, a imagem saía do espelho, enquanto a fitava.


— Vocês também ouviram o grito? — Perguntou Pedro, assustado. Laísa balançou a cabeça em afirmação.

— Pessoal, acho que a porta está trancada. — Disse Bernard, tentando abri-la.

— Você não pode fazer isso, cara. Isso é falta de privacidade. — Falou Pedro, envergonhado.

— Isso realmente importa? — arqueou a sobrancelha para ele.


— Socorro, socorro! — Alicia gritava, enquanto girava a maçaneta. Batia à porta várias vezes, porém ninguém aparecia. Portanto, começou a chorar desesperadamente.

Quando se virou para ver se a imagem ainda estava lá, assustou-se, pois ela havia sumido. 

— Por favor, que seja apenas uma ilusão, por favor. — Pensou. Porém, após algum tempo, algo atingiu sua cabeça com tanta força, que ela apenas viu a luz.


— Parem vocês dois. O que é aquilo ali no chão? — Laísa apontou. Todos olharam assustados, pois havia se formado uma poça vermelha em frente à porta.

 Todos olharam assustados, pois havia se formado uma poça vermelha em frente à porta

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Pedro a tateou. Ela viu a sua expressão aterrorizada e percebeu que ele estava prestes a chorar, então se apressou a perguntar. 

— O que é? — Questionou-o, curiosa, mas, ao mesmo tempo, receosa.

— É... sangue. — Sussurrou, incrédulo.

— Alicia! — Laísa gritou, enquanto batia à porta.

— Temos que tentar abrir essa porta de qualquer jeito. — Disse Pedro, desesperado. — Já sei.

— Sério mesmo? Vocês não acham que estejam se precipitando? — Perguntou Bernard, enquanto Pedro se afastava para tomar distância.

Quando Pedro começou a correr, Laísa se apressou e conseguiu abrir a porta. Portanto, estranhou, pois antes parecia estar mesmo trancada. 

— Acho que eu consegui.

Então, eles entraram e, assim que viram o corpo morto de Alicia caído no chão, perceberam que o sangue vinha dela.

— Uou. Essa é a pegadinha mais incrível que eu já vi. Nem eu conseguiria fazer uma melhor. — Disse Bernard.

— Isso não é pegadinha, Bernard. — Falou, com raiva.

— Quem se garante, não é mesmo, Laísa?

— Está insinuando que fui eu que a matei?

— Nunca se sabe. Todo mundo sabe que você e ela não se davam bem, por causa do Pedro. — Pedro arregalou os olhos, pois, finalmente, pareceu ter se tocado de algo.

— Isso não vem ao caso. E não tem como ter sido eu, porque você me viu vindo do jardim. — Falou mais alto, devido a sua raiva. — E, olha, por alguém que entende de pegadinhas, isso é bem do seu feitio. — Apontou para o corpo de Alicia.

— Você tá falando que quem fez isso aí fui eu? Por acaso, você tem provas? — Arqueou a sobrancelha.

— Não, mas você estava agindo de uma forma bem estranha. — Bernard ia prosseguir, porém ouviram alguém bater à porta da frente.

— Parem vocês dois de novo e deixa que eu vá atender a porta. — Prontificou-se Pedro, já se dirigindo para o local.


Pedro caminhava em direção à porta, enquanto pensava em Laísa e no que Bernard havia falado, ainda incrédulo.

Quando chegou à porta da frente, abriu-a e viu duas pessoas que pareciam ser um casal por estarem de mãos dadas.

— Olá, posso ajudar? — Perguntou, despreocupado.

— Você poderia nos dar um abrigo? — Perguntou a jovem moça. — O nosso carro quebrou e ficamos sem sinal aqui.


Quando Laísa viu Bernard seguindo Pedro, interviu.

— Me ajude a limpar. — Falou, já abrindo a gaveta e pegando um pano, um saco de lixo e luvas.

— Você acha mesmo que eu vou te ajudar depois da nossa briga? De jeito nenhum.

— Para de falar e anda logo. — Disse, jogando um pano em sua cara. 

Bufando, ele começou a limpar o chão, enquanto ela colocava luvas para poder pegar o cadáver de Alicia. Depois, abriu o saco de lixo e, com dificuldades, conseguiu colocar o corpo dela para, enfim, seguir em direção ao jardim e deixá-lo lá.


Após Bernard ter acabado a limpeza, ele havia chegado ao lado de Pedro e se pronunciado.

— Desculpe, mas não temos quartos suficientes para hóspedes.

— Está tudo bem. — Disse o rapaz. — Mas poderia cuidar do nosso filho só por um dia? Não podemos deixá-lo sem seus cuidados. — Ele sorriu.

— Claro. — O casal deu espaço e apareceu um menino branco e de cabelos negros, que mais se parecia com um boneco. Quando ele olhou para Bernard, deu um largo sorriso amedrontador. — Seja bem-vindo ao seu novo lar.


Laísa levava, com dificuldades, o saco até o jardim. Quando chegou, deixou-o na grama para que o corpo de Alicia pudesse se decompor.

Lembrando que havia deixado seu bloco de notas e seu lápis no local, apanhou-os. Portanto, ela se assustou, quando viu que alguém havia pegado seu lápis e escrito com letra em bastão e no canto da folha de seu desenho: Bernard será o próximo!

[Short History] A Lendária Casa Mal AssombradaOnde histórias criam vida. Descubra agora