A cópia de Laísa e Pedro entraram no quarto da verdadeira. Assim que a falsa se aproximou da janela, ela a abriu. Depois, foi até Pedro e pegou as mãos dele.
- Agora que sabemos que gostamos um do outro, vamos fazer um teste de confiança. Você confia em mim, Pedro? - ele balançou a cabeça em afirmação. O que eles não sabiam é que a verdadeira Laísa estava ouvindo detrás da porta.
- Sempre confiei em você, Laísa. – a cópia sorriu com a sua autoafirmação.
- Ótimo. Então, eu quero que você pule da janela, que eu te segurarei lá embaixo. - ele balançou novamente sua cabeça, já caminhando para a janela.
Ouvindo isso, a real Laísa abriu a porta desesperadamente. Portanto, eles a olharam, o que a fez ver a expressão confusa de Pedro, por parecer que a porta se abrira de repente, e de raiva de sua cópia.
Ela correu em direção à falsa, pegando-a de surpresa, pois, finalmente, havia conseguido tocá-la, o que fez Pedro se despertar e parar sua caminhada.
- Duas Laísas? O que está acontecendo aqui? – perguntou Pedro, confuso. - E quem é a verdadeira?
- Eu sou a verdadeira. - disseram as duas em uníssono.
- Não acredite nela. Eu que sou a verdadeira. - falou a falsificada.
- Isso é mentira. – elas se entreolharam, fuzilando-se.
- Esperem, - começou a dizer Pedro, intervindo no meio da confusão. - só há uma maneira de descobrir quem é a verdadeira Laísa. É verdade que você gosta de mim?
- Sim, eu já havia te falado isso. Não se lembra? - respondeu a falsa, enquanto a outra permanecia calada. Percebendo quem era a verdadeira, ele se posicionou ao seu lado e segurou sua mão.
- Você é a cópia. – disse Pedro, apontando. - A Laísa que eu conheço não gosta de falar sobre seus sentimentos, apesar de eu já saber. - ele olhou para a verdadeira. Apesar de recentemente ela saber disso, ainda não acreditava que Pedro vinha escondendo todo esse tempo. Por isso, corou.
- Não! Eu sou a verdadeira Laísa e eu posso te provar. - então, sua cópia o beijou a força, fazendo ele ficar em transe novamente. - Agora, pule da janela. - como um zumbi, ele foi caminhando em direção a ela.
- Não, Pedro! - a verdadeira pegou sua mão e virou seu corpo. Depois, colocou as mãos dela em seu rosto. - Pare com isso, por favor.
- Não vai adiantar, Laísa. Ele não vai te escutar. Agora, pula, Pedro. - disse sua cópia, já irritada.
- Não, não a escute. Por favor, Pedro, eu... - começou a choramingar silenciosamente. - te amo. - sussurrou essas duas palavras, pois ainda não estava preparada para dizê-las.
Sua imitação, percebendo que Laísa ia beijá-lo, fez um simples movimento de mão, que a arremessou para cama, fazendo-a cair deitada nela.
Depois, Pedro começou novamente a sua caminhada até a janela. Quando ele se aproximou, Laísa tentou se levantar, porém ela a impedia, devido a sua mão estar esticada na direção dela.
- Você não vai fazer nada, apenas assistir. - então, Pedro se sentou na janela. Quando ele pulou, ela fechou os olhos e as lágrimas começaram a escorrer.
Após, olhando em volta, notou que sua falsificação havia sumido. Portanto, conseguiu se levantar e, sem querer observar abaixo da janela, ela olhou mesmo assim, pois sua preocupação foi maior.
- Pedro! - soltou um grito agudo, ao mesmo tempo que suas lágrimas desciam, enquanto observava o corpo morto dele caído no jardim.
Vendo que não adiantaria ficar chorando, secou as suas poucas lágrimas. Depois, seguiu rumo a uma direção que poderia mudar esse destino.
Então, ela abriu a porta do quarto e começou a caminhar em direção ao lugar que estava antes, ou seja, em direção à biblioteca. Chegando lá, foi direto para as prateleiras a fim de procurar pelos livros que poderiam lhe dar alguma resposta de como salvar seus amigos.
Quando foi puxar um deles, as prateleiras começaram a se mexer, dando espaço a um vão escuro. Com a sua curiosidade vencendo o seu medo, ela seguiu para dentro dele. Assim que o ambiente começou a clarear, olhou em volta e notou que estava em uma espécie de sala.
Laísa arregalou os olhos, quando notou que existiam tubos com um líquido borbulhante, os quais pareciam estar conectados à casa por meio de fios. Mas o que mais a surpreendeu é que, dentro deles, estavam seus amigos: Alicia, Bernard e Pedro.
Enquanto se aproximava, ela ouvia um barulho do lado de fora, o que aparentava que as prateleiras estavam se mexendo novamente, dessa vez para fechar o vão.
- Como é que eu tiro vocês daí de dentro? - Laísa pensou, pois não havia botões que poderiam estar interligados aos tubos.
- O que você pensa que está fazendo? - assustada, virou-se para ver de quem era aquela voz que havia surgido atrás dela.
Quando ela se virou, arregalou seus olhos, pois viu sua cópia, um palhaço e uma menina de cabelo loiro.
- E, então, o gato comeu a sua língua? - voltou a perguntá-la, já perdendo a paciência. - O que você veio fazer aqui?
- Vim salvar meus amigos. – Laísa estranhou o fato de eles terem começado a rir estrondosamente.
- Não há como você salvá-los. Eles pertencem à casa agora. - ela sorriu maliciosamente. - Na verdade, há uma maneira, mas você seria muito tola para tentar.
- Que seria? - arqueou a sobrancelha.
- Nos matar, mas nós somos imortais. Então, boa sorte. – disse em um tom de deboche, acompanhado por um sorriso.
Laísa olhou para os tubos novamente e pensou na história da casa. Então, em uma fração de segundos, pensou em uma solução. Antes de prosseguir, engoliu em seco.
- Na verdade, há duas maneiras. - a sua cópia a olhou, encarando-a de forma incrédula. - Eu sei que a casa precisa que vocês matem todo mundo que entrar nela. Então, eu quero propor um acordo.
A imitação de Laísa olhou para o palhaço e para a menina e viu que eles pareciam estar interessados.
- Continue.
- Tirem uma semana de férias. Vocês me matam e eu sirvo a casa para vocês em troca da liberdade de meus amigos. - viu que ela ia começar a rir. Então, logo se apressou. - Isso é uma promessa. – então, por um breve momento, sua cópia pareceu ficar pensativa.
- Tudo bem. Acordo fechado? - estendeu sua mão na direção de Laísa.
- Antes de eu aceitar, - deu uma olhadela no tubo de Pedro. - prometa que, quando eles reviverem, vão se esquecer dessa casa e de mim. - sua cópia balançou a cabeça em concordância. - Será melhor para todos. - pensou Laísa, dando um suspiro.
Então, apertou a mão dela e sentiu uma coisa estranha tomar conta de seu corpo. Quando olhou para os tubos, viu que seus amigos sumiram e que seu corpo tomou forma dentro de um deles. Depois, ela se olhou e estranhou o fato de estar parecendo consigo mesma ainda.
- Você virou uma espécie de fantasma. - disse a falsa Laísa, como se tivesse lido seus pensamentos. - Prepare-se. Espero que você não tenha mentido para mim quanto a sua promessa. - ela balançou a cabeça em afirmação.
Enquanto isso, Pedro, Alicia e Bernard acordaram em suas respectivas camas, como se tudo que eles presenciaram não passasse de um sonho.
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[Short History] A Lendária Casa Mal Assombrada
HorrorVocê já ouviu falar sobre lendas, mas você acredita nelas? Um grupo de amigos foram passar suas férias em uma casa, mas não era o que eles estavam esperando. Fatos inesperados ocorrem, o que faz esse grupo se perguntar, quem realmente é o assassino?