Capítulo 5

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Capítulo 5

Hannu Hämäläineni

Nunca odiei tanto aqueles perturbados, como eu os odiava agora. Nick, John e Adam me fitaram abasbacados, como se nunca tivessem visto mulher na vida.

- Aquela era mesmo quem eu acho que era? – Nick perguntou ainda parado na porta.

- Tive que pegar umas aulas extras, não quero me ferrar de novo – falei tentando disfarçar a acidez do meu mal humor. Desviando minha atenção para o sofá, notei a calcinha bege que Scarlet usava. Era inacreditável que uma mulher se prestasse a usar uma coisa daquelas. A enfiei no bolso da calça ainda sem acreditar no quanto ela era verde e inexperiente, o que só aumentou o tensão que eu já tinha de comer ela.

- Você está andando muito na companhia do seu pai porra, tá ficando um velho chato – reclamou Adam.

- Agora estuda e só quer beber no finais de semana. Cadê o Hannu? – Nick me provocou.

Peguei as cervejas e distribui, sentindo algum alivio da tensão após alguns goles generosos.

- Precisamos de você no sábado a noite. Perdemos duas partidas, se perdermos mais uma, estaremos desclassificados do campeonato de inverno.

- Você vai pagar as minhas contas? – perguntei irritado. Já estava cansado de dizer que estava fora. Não era fácil pra mim ter que abandonar os esportes, mas depois que fui reprovado, precisava tomar um rumo sério na vida.

- poxa cara, não seja um pé no saco, as garotas estarão todas lá, até a Ellen – Adam sorriu quando eu o fitei, ele sabia como eu havia ficado na foça quando ela foi embora para Paris.

- brigou com o francesinho e agora está de novo na parada.

- Esqueça... aquela ali eu não pego mais nem se eu tiver drogado – cuspi as palavras.

- Ela merece mesmo uma fria, mas a Valeria disse que a primeira coisa que ela perguntou foi por você quando chegou.

- Posso dar uma força na partida de sábado, mas não me falem mais da Ellen, já estou em outra.

- E quem é a outra? Suzy Guiara?

- Esquece... não é da conta de vocês.

- É mulher casada porra! – Nick gritou em um estrondo espalhafatoso. Não dava para levar aquela turma a sério.

Nos dias seguintes a professora Limburg não apareceu na faculdade. Segundo o professor substituto, ela estava com a mãe doente. Obviamente não acreditei naquela conversa. Ela só reapareceu na segunda-feira, com sua pose de dama de ferro, três vezes mais reforçada.

Quando a aula terminou, antes que eu pudesse alcança-la, ela escapou, se enterrando dentro da sala dos professores. Nunca fui de perseguir mulher, mas precisava falar com ela e acertar as coisas entre a gente.

- Qual é o problema agora? – perguntei ao entrar na sala dos professores.

- Não pode entrar aqui – falou arrumando os fichários na mesa.

- Não tinha nenhuma placa informando que era proibida a entrada de alunos – provoquei. Nesse momento três professores entraram na sala, nos fitando com seus olhares curiosos.

- Já pode ir sr. Hämäläineni – ela repetiu meu sobrenome com perfeição.

- Ainda não terminei de falar o que me trouxe aqui – anunciei despreocupado e ela corou.

- Está certo. Vamos ver se tem esse assunto na biblioteca – ela pegou duas cadernetas e saiu da sala emputecida. Dava para ver pelo andar dela o quanto ela queria a minha cabeça e cá entre nós, isso só aumentava o meu tesão.

Ela seguiu para os últimos corredores da biblioteca e quando chegou la, cruzou os braços sobre os seios e me confrontou cheia de si.

- O que quer para esquecer o que aconteceu e mudar de turma? – perguntou com rispidez.

- Se eu falar você vai me dar? – respondi no mesmo tom.

- Se estiver ao meu alcance – ela respondeu decidida.

- Qual a graça de pedir algo que não estaria ao seu alcance? – enfiei as mãos nos bolsos do jeans. Ela queria me tratar como qualquer um, eu também a trataria como uma qualquer. Como eu disse, gosto de deixar as coisas equilibradas.

- Muito bem. Pode dizer... Quer que eu te passe de ano é isso?

- Não. Tenho certeza de que consigo passar sem precisar comprar o professor – eu a provoquei e ela ficou perplexa, pois tinha certeza de que era isso que eu queria dela.

- Então o que quer? – ela perguntou sem saber o que esperar.

- Quero que realize um fetiche meu.

- Um fetiche? – ela ficou tão vermelha que fiquei até com dó de falar, mas não era do tipo que desistia de meus objetivos.

- Que fetiche? – ela perguntou mais por curiosidade do que por outro motivo.

- você vai fazê-lo?

- Vai me deixar em paz depois disso?

- Se você quiser sim, se você quiser não... é você quem sabe.

- Diga logo sr. Hämäläineni – ela tentou me intimidar.

- Quero te dar um beijo grego.

- Um beijo grego? – ela sorriu aliviada, então eu logo vi que ela não tinha a menor ideia do que era um beijo grego.

- Tudo bem. Pode beijar – ela descruzou os braços. Então eu aproximei a minha boca do ouvido dela e sussurrei.

"Acho melhor você pesquisar na internet primeiro, vai precisar se preparar antes de eu te chupar" – apertei o queixo dela e depositei um selinho nos lábios dela. 

Beijo GregoOnde histórias criam vida. Descubra agora