Capítulo 6
Scarlet Limburg
Confesso que peguei meu smartphone e fui pesquisar o que afinal era esse tal beijo grego. Meu celular quase se estatelou no chão quando eu descobri que "beijo grego" significava um beijo no anus. Não sei o porquê da minha surpresa, o que mais eu poderia esperar da juventude de hoje?
Deixei a biblioteca muito enfurecida, aquele havia sido o maior desrespeito que eu já havia enfrentado em toda a minha vida. Só de lembrar do significado daquelas palavras, eu tinha vontade de vomitar. Nojo. Isso foi exatamente o que senti e quando eu encontrasse aquele patife novamente, ele ia me pagar por ficar brincando com a minha cara.
Voltei para casa amargurada, revoltada e indignada. Todo mundo achava um jeito de zoar com a minha cara. Chorei dentro do carro. Chorei de raiva, chorei de frustração. Tive vontade de jogar tudo para o ar e me mandar da cidade. Já havia passado por tanta humilhação que chega um momento que a gente não dá mais conta.
Abri a porta do apartamento e lá estava Debora com Lídia, as duas peças que faltavam para acabarem com o meu dia.
- Como conseguiram entrar? – Perguntei sem disfarçar a insatisfação.
- Walter nos deu a senha – Debora respondeu sentada no sofá, com as pernas cruzadas, sem tirar os olhos da televisão. Eu já devia ter trocado a senha, mas era uma procrastinadora.
- O que vieram fazer aqui?
- Viemos para o jogo de hockey dos Titãs contra os Espartaques.
- Que lindo e não podiam ir para um hotel?
- Como pode tratar suas primas desta maneira? Sinceramente tenho dó do Walter, ele aguentou demais – Lídia falou com o intuito de me provocar. Suspirei fundo e fui tomar meu banho, não iria permitir que elas conseguissem me atingir. Eu amava fingir que nada me abalava, mesmo estando na lama.
No dia seguinte, me vi obrigada pela tia Margo a acompanhar as garotas até o estádio. Como uma tinha dezesseis anos e a outra dezessete, fui eu quem tive que bancar a babá, coisa que antes o Walter fazia sem reclamar. Ele era um cafajeste, mas tinha suas qualidades.
Não vou dizer que assisti ao jogo porque estaria mentindo, fui prestar um pouco de atenção somente quando ouvi Lídia dizendo que Hannu estava olhando pra ela. Para minha surpresa, era mesmo Hannu Hämäläineni quem estava jogando. Não dava para ver o rosto dele por causa do capacete, mas era o nome dele que estava registrado na camisa. Não sei por que fiquei tão nervosa. O coração parecia disposto a sair pela boca e as mãos começaram a sua frio.
Quando a partida terminou, adivinhem! As garotas queriam autógrafos dos jogadores e pra minha completa insatisfação, o que não faltava eram mulheres passando as mãos no tórax nu dos jogadores. No tórax nu de Hannu. Ele precisava mesmo ter tirado a camisa? – eu me perguntei diante do corpo sarado e suado dele.
Aguardando as garotas, fiquei de pé a uma certa distância só observando a confusão que marchava em minha direção. Para o meu completo desespero, Hannu me puxou pelo cotovelo, como se eu estivesse ali por causa dele e me enfiou dentro de seu carro esportivo.
- Você ficou maluco? – Perguntei fazendo menção de abrir a porta do carro.
- Precisamos sair daqui – ele respondeu ligando o carro.
- Minhas primas estão lá fora, não posso deixa-las para trás.
- Está de babá? – ele fitou o pátio ainda cheio.
- só vim por causa delas – fiz questão de deixar claro.
- É mesmo? – Ele não pareceu afetado e por que deveria?
- São aquelas duas loiras ali? – apontei e ele manobrou o carro, parando perto das garotas, que ao me verem entraram no carro em um grande entusiasmo.
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Beijo Grego
RomanceScarlet Limburg não pensou duas vezes antes de me reprovar de ano por causa de alguns décimos. A maldita sabia sabia que eu estava mergulhado nos treinos de hockey, todos sabiam naquela merda de faculdade e ainda sim, a caneta dela deslizou sem pied...