Capitulo 3
Hannu Hämäläineni
Apesar da minha raiva, eu tinha que admitir que ela era uma gracinha. Se soltasse os cabelos, que insistia em manter presos, se trocasse aquelas roupas de tecido pesado por uma seda fininha, ou apenas ficasse sem nada... meu pau pulsou várias vezes durante aquela aula. Só me sentiria satisfeito depois que comece o cu daquela vagabunda. Literalmente.
O professor Richter veio atrás de mim querendo que eu jogasse algumas partidas. Recusei contrariado, ninguém do meu time havia ficado para trás, não aceitaria fazer parte de um time que ninguém me respeitava, por ser um repetente. Além disso eu só tinha reprovado em análise financeira, não existia mais nada pra fazer naquela merda de faculdade, até as garotas eram as mesmas e eu já estava sem saco pra todas elas.
Eu nem havia chegado em casa e os moleques me ligaram querendo farrear em plena segunda feira, dei uma desculpa e desliguei o telefone. Se eu saísse com eles seria mais um dia descontado do meu salário. Eles não eram filhos do meu pai e não sabiam como as coisas funcionavam. Minhas noites de farra agora se resumiam a sexta e sábado a noite e ponto final. Claro que se eu conseguisse fazer a professora abrir as pernas, as coisas mudariam.
Dei uma arrumada no apartamento, limpei a pia e sumi com as roupas sujas. Scarlet parecia bem fresca e sistemática, não ficaria bem eu passar por desleixado. Como era de se esperar, ela foi pontual, tocando a campainha as oito horas da noite.
Estava vestida em suas roupas grossas e sem formas, me fazendo duvidar se eu realmente conseguiria me livrar de tantos obstáculos. Sem dúvidas ela seria a mulher mais difícil de levar pra cama, mas isso não era um problema, eu adorava desafios, principalmente quando eles envolviam uma calcinhas.
Relutante ela entrou no apartamento, observando atentamente a organização de cada coisa. Não sei por que ela parecia tão surpresa. Era como se aquela fosse a primeira vez dela dentro do apartamento de um homem solteiro. De repente me dei conta de que não sabia praticamente nada sobre ela.
Toquei no casaco dela, uma mera formalidade, mas ela reagiu com um sobressalto. Não consegui me conter e acabei deslizando meus dedos contra seus ombros frágeis, de forma sutil, como que sem nenhuma maldade, mas meu corpo crescia em expectativas, principalmente quando o cheiro perfumado dos cabelos dela dançou pelo ar.
Os cabelos castanhos, macios e ondulados, estavam presos em uma liga preguiçosa e sem adornos. Mesmo com todo o seu desleixo, ela trazia uma pequena pérola enfeitando cada orelha delicada, implorando em silencio por uma carícia.
- Onde fica a mesa de estudos? – Ela perguntou adentrando o apartamento com seus olhos de águia.
Era possivel encontrar de tudo naquele apartamento, um minibar, um jogo de sofá, uma cama de casal no quarto, até uma mesa de sinuca no canto mais afastado, mas eu não tinha uma mesa de estudos. Nem mesmo na cozinha tinha mesa, apenas um balcão de mármore, onde o fogão se ajustava com precisão.
- Pode sentar no sofá – ofereci desconcertado – aceita uma água, uma cerveja... – pensei em oferecer uma vodca, mas decidi parar por ai. Ela não tinha cara de quem bebia.
- Eu estou bem, obrigada. Traga seus livros, só temos uma hora de estudos - Falou em seu tom profissional.
Abri uma água com gás, precisava prestar atenção naquela aula, ou pelo menos tentar. Peguei os cadernos com os exercícios.
- Traz a sua prova do ano passado. O que acha de corrigirmos os erros?
- hum... – eu cocei a cabeça pensativo. Ela só podia estar curtindo com a minha cara! Não era possivel que ela acreditasse que aquele maldito papel sobreviveria depois de tudo – Deixei a prova na casa dos meus pais.
- Tudo bem – Ela se ajustou ao sofá macio de couro, como se tentasse ficar mais a vontade. Sentei ao lado dela já sabendo que ela seria projetada em minha direção, visto que eu pesava quase noventa quilos, enquanto ela não chegava aos sessenta.
- Me desculpe – ela pediu se apoiando em minhas pernas, tentando impor alguma distância entre nós. Entreguei os cadernos a ela e percebi pelo rubor de seu rosto o quanto ela estava desconfortável.
Eu podia não entender nada de analise clínica, mas não tinha ninguém melhor do que eu para entender um corpo feminino. Scarlet poderia até não admitir, mas eu corpo estava dando todos os sinais verdes que eu buscava.
Ela puxou uma mecha de cabelo inexistente para trás da orelha, passando as páginas do caderno com atenção. Não sei o que ela olhava, não tinha nada escrito nele.
- Está vazio – Falou sem conseguir me fitar.
- Não gosto muito de escrever.
- Tudo bem – ela alcançou o estojo e tirou dele um lápis e uma borracha. Quem na faculdade usava lápis e borracha? Ninguém que eu conhecesse. A maioria dos meus amigos nem caderno tinham.
Deslizando o lápis no caderno, ela começou a desenhar gráficos, de forma bem metódica ela ajustava as linhas com uma régua, sempre com muito cuidado. Aquilo era um grande problema. Ela era perfeccionista e muito certinha. Certamente nunca tinha trepado fora da cama. Lembrei do professor Walter e o odiei. O sacana deixava a mulher de molho em casa e aproveitava na rua.
- Pronto. A primeira coisa é desenhar os gráficos e destacar todas as informações dadas no problema. Se não fizer isso, dificilmente conseguirá chegar ao X do problema – Os lábios dela eram carnudos e macios, só agora de perto conseguia notar isso.
- O X? – Eu fitei a boca dela de forma descarada e safada. Precisava estudar sua reação.
- Você está prestando atenção no que eu digo? – Ela me fitou impaciente, decidida a jogar um balde de água fria no clima.
- É claro – me aproximei o suficiente para sentir o perfume dela de perto.
Ela voltou a ler a perguntar e a sublinhar o que julgava importante. Porra! Não dava mais para levar aquele lengalenga adiante. Segurei o queixo dela e cobri a boca dela com a minha. Quem precisava de aulas particulares era ela, não eu.

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Beijo Grego
Storie d'amoreScarlet Limburg não pensou duas vezes antes de me reprovar de ano por causa de alguns décimos. A maldita sabia sabia que eu estava mergulhado nos treinos de hockey, todos sabiam naquela merda de faculdade e ainda sim, a caneta dela deslizou sem pied...