seven

951 180 39
                                    

- Jisung?- Minho perguntou, perplexo. -O que você está fazendo aqui?

O garoto loiro balançou a cabeça furiosamente, negando a acusação. Ele começou a falar com o sotaque que Felix o treinou alguns minutos atrás.

- Discúlpame, por favor señor! Eu não Jisung, Eu Ronaldo!-Ele exclamou, torcendo o bigode falso.

Minho revirou os olhos para a pequena exibição do loiro. Ele estava prestes a arrancar o bigode postiço quando, de repente, uma música espanhola alta explodiu por toda a sala e uma enorme banda espanhola entrou no salão, usando sombreros e tocando violões e maracas.

A confusão foi completa quando a banda começou a fazer as pessoas dançarem ao som da nova música e, para piorar as coisas, uma fileira de dançarinos exóticos os seguiu, dançando o samba com todos os convidados.

Minho estava tão confuso com o que estava acontecendo que nem percebeu o touro vindo em sua direção. Mais precisamente, quatro pessoas fantasiadas de touro.

O "touro" correu entre eles, separando Minho do Han disfarçado, e dançando ao redor dele.

- O que diabos está acontecendo aqui changbin?!- minho gritou em seu microfone.

- La Tomatina? - changbin ofereceu, referindo-se ao festival anual de luta do tomate que acontece na Espanha.

- Este não é realmente o momento para o seu humor sarcástico,changbin .- Minho rosnou, irritado com o touro estúpido, ainda pulando em volta dele.

Uma pessoa usando um enorme sombrero dançou em direção a Jisung e o envolveu em um abraço.

- Mi amigo, Ronaldo! Venha cantar comigo! Pasito a pasito, suave suavecito, Nos vamos pegando poquito a poquito!

Os dois machos perseguiram seu caminho descendo as escadas, deixando Minho parado lá com o touro, se perguntando que tipo de pesadelo louco ele estava tendo.

[...]

Quando eles finalmente entraram na colorida van da banda espanhola, lotada com o que parecia ser uma centena de pessoas, Felix tirou seu sombrero, alisando seu cabelo laranja.

- Ufa, essa foi por pouco.- Ele suspirou, olhando para Jisung.

Jisung sentou-se, desconfortavelmente preso entre dois instrumentos musicais, enquanto Felix estava sentado entre duas dançarinas.

Jisung umedeceu os lábios com a língua em nervosismo. - Acho que ele descobriu que fui eu,Lix .- Ele disse, olhando para baixo, desapontado.

Felix acenou. - Não se preocupe com isso, esta noite foi um carnaval horrível. Duvido que ele pense que alguma coisa foi real.

A van dirigiu pela estrada e parecia que o motorista tinha como missão encontrar todos os buracos na estrada e passar por cima deles.

A viagem foi desconfortável para dizer o mínimo, Felix ainda conseguiu bater a cabeça no teto da van três vezes.

O loiro brincou com os dedos, sem saber se Minho deixaria o incidente passar tão facilmente.
Ele já estava sentindo que o garoto de cabelos negros não estava muito satisfeito com o que acabara de acontecer e estava tentando encontrá-lo.

Felix percebeu o quão quieto seu amigo estava- Ei, Jisung.-Ele cutucou o loiro.- Você se saiu muito bem hoje. Estou muito orgulhoso de você. Você lidou com tudo como um profissional! E seu sotaque espanhol era impecável.

Jisung tirou o bigode falso e deu a Felix um pequeno sorriso com o elogio. - Obrigado Lix.

[...]

Depois de uma viagem longa e acidentada na van, eles foram deixados no hotel.

- Muito obrigado, pessoal! - Lee gritou, acenando enquanto a van continuava descendo a estrada.

Felix olhou para Jisung. - Estou tão feliz por não ter jogado fora aquele panfleto anunciando aquela banda. Eles foram incríveis! -Ele disse com um sorriso.

Jisung simplesmente acenou com a cabeça, não se sentindo nada bem sobre sua primeira missão.

- Não seja tão duro consigo mesmo . Tudo vai ficar bem. Você salvou aquela garota e Minho. Você já é um herói. E olhe o lado bom, ele nem está mais no hotel, então não tem como você topar com ele.

O loiro acenou com a cabeça novamente.

- Ouvi dizer que vai haver um bufê especial hoje. Você está com fome?- Felix perguntou a seu amigo, tentando encontrar maneiras de fazer com que ele voltasse a ser seu eu alegre.

Jisung se animou com a menção de comida. Ele deu uma risadinha. - Yay, bufê! -Ele exclamou e correu para a sala de jantar.

Felix balançou a cabeça com a natureza de seu amigo e seguiu atrás dele.

[...]

Jisung estava sentado na parede do terraço do hotel, olhando para o céu noturno. Félix estava de volta ao quarto do hotel, dormindo profundamente, mas por algum motivo Jisung não conseguiu.
Então ele subiu ao terraço, para dar uma olhada em sua casa de que tanto sentia saudades.

'Parece tão diferente daqui.'

Ele pensou consigo mesmo enquanto olhava para o céu escuro com algumas estrelas cintilantes espalhadas ao seu redor.
Sua casa parecia tão distante e inatingível.

- Eu sinto muito sua falta chan hyung....- Ele sussurrou, estendendo a mão para o céu. -Não sei o que estou fazendo. Não sei se estou piorando as coisas nesta missão. Não sei como devo mudar Minho. Estou tão perdido

O cabelo do loiro ficou mais opaco e ele começou a chorar- Eu preciso de você, hyung.- Ele chorou.

Ele pegou as lágrimas nas palmas das mãos, olhando para elas, confuso.- Por que meus olhos estão chovendo? - Ele se perguntou, enquanto as lágrimas continuavam caindo por seu rosto.

Foi a primeira vez que Jisung chorou.

A tristeza não existia entre os anjos. Pelo menos não a ponto de invocar lágrimas neles.Chorar era algo que os humanos faziam, por causa da escuridão e da miséria que envolvia este mundo.

Jisung sendo um anjo puro, nunca tinha sido humano antes. Ele sempre soube que os humanos sentem emoções muito mais fortes do que os anjos.
Ele também sabia que havia algumas emoções que eles sentiam que os anjos nunca sentiam. Já que todos os outros anjos já foram humanos antes, ele sempre se sentiu um pária.
Houve mais de uma ocasião em que ele desejou que ele também pudesse saber o que era ser humano. Para sentir o que eles sentiram e viver a vida como eles viveram.

Foi a primeira vez que Jisung quis tirar esse desejo.
Foi a primeira vez que ele ficou tão caído. Foi a primeira vez que sentiu um vazio no peito.Foi a primeira vez que ele entendeu porque chan não queria que ele entrasse no mundo humano.

[...]

Demorou algum tempo para sung finalmente parar de chorar.
Ele enxugou as lágrimas com as mangas e fungou, fazendo beicinho ao olhar para as estrelas.

Ele ouviu o som de sinos ecoando no ar. Ele percebeu que era seu telefone e puxou-o do bolso, pensando que Felix acordou e viu que ele não estava na cama.

Jisung franziu a testa quando viu que era um número desconhecido na tela.
Felix foi o único que ligou para ele. Ele não conhecia mais ninguém que o fizesse.

O telefone continuou tocando enquanto Jisung lutava para decidir se atenderia ou não.

O quão ruim poderia ser atender uma ligação? Ele pensou consigo mesmo enquanto atendia.

- Olá?

- Não sei quem você realmente é, para quem está trabalhando ou quais são seus motivos. Mas se você cruzar meu caminho de novo, vou matá-lo.

Antes que Jisung pudesse dizer qualquer coisa, a linha ficou muda.

E então o anjo sentou lá, sozinho e com medo, sabendo que o humano que ele tinha sido enviado para salvar iria tentar matá-lo.

Fallen Angel- MINSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora