O paredão

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Oi Poliettes! Na one shot de hoje, minha versão do dia do paredão da Pocah e a vitória dela na prova do líder. Espero que gostem.

Me acompanhem que eu vou postar aqui versões de vários momentos das duas. Se vocês querem ler uma releitura de algum momento específico delas, comentem aqui!

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Juliette se sentia tensa, angustiada. Ela e Pocah já tinham meio que feito as pazes na festa e tinham voltado a se falar, mas não era a mesma coisa de antes. Elas não conversaram sobre o que aconteceu; o medo de a situação ficar pior era maior que a esperança de um entendimento.

Mas a paraibana se preocupava de Pocah ir embora e elas não terem uma resolução. Se preocupava que se isso acontecesse elas poderiam se afastar tanto que talvez nunca mais se falassem, talvez apenas algum cumprimento em um evento com ex-BBBs. Essa possibilidade a assustava muito, era algo impensável.

Foi essa preocupação que fez Juliette engolir um pouco o orgulho e ir falar com a funkeira. Usando a desculpa de devolver um lenço, a advogada chegou no quarto colorido.

- Pocah, tá aqui, obrigada!

- Por nada.

- Tu tá no paredão, então deixe eu te dar um abraço!

Assim que os corpos das duas se encontraram, Juliette sentiu o nariz da outra mulher encostar em seu pescoço, fazendo suas pernas tremerem. E tremeram mais ainda quando ouviu a mulher falar com a voz abafada pela proximidade com o seu corpo:

- Independente de qualquer resultado, foi bom te conhecer, ter a oportunidade de realmente conhecer você melhor, apesar das nossas farpas.

Juliette sentiu um alívio imediato ao ouvir essas palavras. Passava a certeza de que tudo ia ficar bem, que o que elas viveram não foi uma mentira. Foi essa impressão que a deprimiu tanto com a briga das duas. Ela precisava deixar isso claro pra Pocah, que a história delas não precisava terminar ali.

- Eu também, você é maravilhosa... não sei o que vai acontecer, mas a gente viveu muita coisa boa aqui e lá fora a gente vai se encontrar, se Deus quiser.

E falando isso, a nordestina saiu imediatamente do quarto. Sentia que seus olhos se enchiam de lágrimas e não podia chorar na frente dela, de jeito nenhum.

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- Quem sai hoje... é o João.

Juliette se sentiu um lixo por não ter ficado triste pelo amigo, porque só conseguia sentir alívio por Pocah ter ficado. Depois se sentiu um lixo de novo   porque achou que pra ela seria melhor se a funkeira tivesse saído. Com Pocah ali ela teria que conviver mais alguns dias entre o climão ou a tentação: o climão se decidisse continuar afastada e a tentação se se aproximasse de novo. Só de pensar nisso ela se lembrava das noites que dormiram abraçadas, de como ela se sentia tranquila, feliz.

O devaneio dela foi interrompido por Camilla, que a chamava para se despedir do amigo, e ela conseguiu por uma hora esquecer totalmente do tema Pocah, em meio à emoção da prova do líder. Até que Pocah ganhou a prova e chamou o seu nome pra ir pro VIP. Ela quase desejou não ter recebido esse privilégio do VIP, por medo do que aquilo poderia desenrolar.

Depois que o ao vivo terminou, Ju abraçou Pocah. A intenção dela era que fosse um abraço breve, apenas de felicitação, mas a funkeira não quis soltá-la e ela se entregou a esse abraço. Ainda com os braços envolvendo a cintura de Juliette, ela se afastou um pouco e disse:

- Você me falou que a gente viveu muitas coisas boas e que lá fora a gente iria se encontrar, mas agora que eu fiquei a gente pode se encontrar aqui mesmo. O que você acha? Podemos começar de novo?

Juliette olhou fixamente para Pocah, buscando encontrar no fundo dos olhos dela uma resposta pra suas dúvidas e viu tanta sinceridade que não pode deixar de dizer sim.

- Obrigada por isso. Por me colocar no VIP.

- Eu que vou ficar grata de ter você comigo.

Depois de conversarem sobre a eliminação do João com o resto da casa e de jantarem, estavam todos cansados, já que aquele tinha sido um dia de muita tensão e desgaste emocional. Um a um os brothers foram saindo da cozinha e ficaram apenas Pocah e Juliette.

- Você quer dormir comigo hoje? Em memória dos velhos tempos?

- Tu me dissesse que queria começar de novo e agora tá falano de velhos tempos?

Pocah deu uma gargalhada e refez o pedido:

- Tá bom. Você quer dormir comigo hoje? Em comemoração aos NOVOS tempos?

- Seria falta de educação negar esse pedido.

E as duas foram, de mãos dadas, para o quarto do líder. Se arrumaram para dormir e deitaram na cama, ainda tímidas. Por alguns minutos ficou um silêncio constrangedor no quarto, ambas deitadas de barriga pra cima, olhar para o teto. As duas queriam que a situação fosse diferente, mas não tinham coragem de dar o primeiro passo.

- Graças a Deus que você ganhou a prova do líder, se não tivesse ganho com certeza estaria no paredão.

- Você esqueceu que se eu não tivesse ganho teria sido você quem ganharia? - disse Pocah, se virando de lado para olhar Juliette.

- Lógico que não esqueci, mas mantenho o que disse. Estou feliz por você.

Aquelas palavras tiveram um efeito profundo dentro de seu peito, como uma injeção de adrenalina que trazia o seu coração de volta à vida. A funkeira se aproximou lentamente da outra mulher e, sem dizer nada, começou a fazer carinho no rosto dela: bochecha, têmpora, testa, nariz...

- Pocah... - sussurrou Juliette. Seu coração parecia que ia sair pela boca, todo o seu corpo pulsava. Principalmente quando ela achou que o próximo passo da morena fosse tocar seus lábios. Não tocou, no entanto.

- Viviane

- Ãn?

- Me chame de Viviane. Eu acredito que nossa conexão vai além disso aqui, vai além da minha imagem, do meu CNPJ. Você sabe quem eu sou, viu os meus erros, e ainda assim está aqui, comigo.

- Você é maravilhosa. Não é perfeita e eu admiro muito que tu não tem medo de admitir que não é. Você é real, e eu gosto disso. - respondeu a paraibana, pegando a mão da mulher que repousava em seu rosto e apertando forte.

As duas se olharam de maneira intensa, o desejo percorrendo todo o seu corpo. Eram apenas poucos centímetros de distância e só bastava um segundo de loucura pra acaba com a dor que o desejo reprimido causava. Pocah já sentia o sabor de seu próprio sangue em sua boca, escorrendo do corte que ela fazia ao morder a parte interior da sua boca pra conter seus impulsos. Ela sabia que se continuasse olhando aquela mulher não iria mais conseguir se segurar e ela não podia fazer isso com Ronan. Não sem falar com ele, não em rede nacional. Não assim.

Pocah virou o rosto e respirou fundo, mas sentia que a mulher ainda olhava. Sentia o que ela estava pensando agora pela mensagem que a mão dela na sua passava: gelada, trêmula, o aperto mais frágil. Juliette queria isso tanto quanto ela, mas entendia que não era possível naquele momento. Agora um pouco mais centrada, Pocah a olhou de novo:

- A gente vai se encontrar lá fora.

Juliette não respondeu nada. Apenas encurtou a distância entre as duas e envolveu a cintura da mais nova com seus braços, apoiando a cabeça em seu ombro. Pocah respirou fundo e apoiou sua bochecha no topo da cabeça da nordestina, fazendo carinho no braço que a envolvia. Elas desejavam mais, mas por enquanto era suficiente.

Quando tudo mudou - Poliette [ONE SHOT]Onde histórias criam vida. Descubra agora