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Depois de uma madrugada fatigante, dançando durante horas para homens que não ocultavam a malícia ao lhe assistirem e suportando inúmeras mãos perversas apertando seu corpo, Jimin voltava para o prédio no qual morava.

Sentia-se extremamente exausto, dolorido e sujo.

As escleras dos olhos com íris castanhas, encontravam-se avermelhadas por falta de sono, junto das olheiras roxas. As bochechas estavam pálidas, atribuindo-lhe um ar enfermo. No pescoço, uma marca de chupão manchava a pele evidente.

Um cliente na boate havia lhe agarrado contra o seu desejo, mesmo Jimin afirmando várias vezes que não fazia programas. Odiava quando lhe confundiam dessa forma. Foi preciso de um segurança para o cliente babaca largá-lo.

Puxou o capuz de seu moletom para cobrir seus fios descoloridos e protegeu as pequenas mãos no bolso, andando lentamente pela rua escura e deserta. A mochila em suas costas parecia mais pesada do que realmente era.

O asfalto estava orvalhado abaixo dos seus tênis e o frio tornava-se cada vez mais intenso, todas as vezes em que o garoto expirava, o vapor esbranquiçado saía de seus lábios ressecados. Os pés e mãos, ainda que vestidos, congelavam.

Não havia circulação de pessoas pela rua naquela hora.

Nenhuma mente consciente sairia de madrugada em um bairro tão perigoso e também, devido ao tempo congelante do inverno. O vento poderia cortar de tão frio, juntamente à leve garoa que caía sobre o asfalto úmido, dando um cenário inoportuno para passeios noturnos.

O céu jazia em um breu total, onde nem as estrelas se mostravam presentes. A precária iluminação naquela rua melancólica, provinha dos postes de luz em um estado deplorável, que ameaçavam queimar a qualquer momento.

As únicas vidas que se arriscavam a aparecer durante a noite, eram as ervas daninhas — escapando pelas aberturas das calçadas imundas — e pessoas como Jimin.

Seus pés, protegidos pelos tênis surrados, pisaram na calçada em frente ao prédio pequeno em que vivia, havia somente dois andares e a tintura laranja colorindo as paredes estava descascada e cheia de rachaduras em diversos pontos. Era um bom lugar para quem não continha condições de pagar por uma moradia decente.

E por dentro, era... um pouco melhor, é... um pouco.

Jimin caminhou e adentrou pela porta central do prédio livremente, já que não havia tranca alguma. Suspirou e continuou andando pelo corredor sujo e repleto de pichações nas paredes, nitidamente negligenciadas pelo administrador do prédio.

Mesmo que fosse de madrugada, os barulhos exorbitantes facilmente vazavam das moradias, como ruídos de televisões, cachorros — esses proibidos no lugar — latindo, bebês chorando, vozes exaltadas gritando e outros sons que causavam náuseas em Jimin.

Suspirou ao chegar rente à porta de seu apartamento e não hesitou em entrar e trancá-la.

Havia um grande cômodo que tornava a sala e a cozinha um lugar apenas, um corredor com três portas que levavam respectivamente, para o quarto do seu irmão mais velho, um banheiro e o quarto que Jimin dividia com a pequena irmã caçula.

Ele tirou o capuz que protegia a cabeça, viajou os olhos em Jongmin sentado no sofá e um calafrio receoso tomou o corpo pequeno ao avistar garrafas de cerveja jogadas no chão e uma sendo segurada pelas mãos do seu irmão.

Se o maior não tivesse lhe visto, tentaria passar despercebido, mas era tarde demais, Jongmin o encarava com os olhos alterados, evidentemente vivenciando os efeitos da embriaguez.

— Preciso conversar com você — disse ele, se levantando.

Droga...

Jimin tensionou os ombros, agarrando as alças da mochila com força contra seus dedos. Sabia exatamente o que esperar de Jongmin bêbado...

The Stripper | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora