The Stripper | Jikook

four

Debruçado sobre a carteira desconfortável da escola e contando os minutos para o intervalo acabar, Jimin se recordava como o começo daquela manhã fora incomum.

Saiu do apartamento com Olívia, a menina estava quieta como em todo o clarear do dia, ela acordava mal-humorada e conversava apenas com sua pelúcia rosa, o Cooky.

Isso era normal, se repetia diariamente.

Mas no momento em que fechou a porta e assistiu o novo vizinho, Jeon, fazer o mesmo...

Pensou que isso não era normal.

Jimin não estava acostumado com a figura do homem na vizinhança.

Eles moravam no mesmo prédio e estudavam na mesma escola... consequentemente, o caminho que percorriam também era semelhante.

E fora demasiadamente embaraçoso, pois todas às vezes em que olhava para trás, a sombra estava lá...

Jungkook parecia vestir somente preto e nitidamente carregava um desgosto pelo uniforme escolar, já que mal o vestia completamente.

Jimin, culpando a paranoia, poderia pensar que ele estava lhe seguindo, isso se não soubesse que o moreno estudava junto consigo.

De todo modo, era estranho...

O novato era uma incógnita, havia chegado há um dia e Jimin já estava receoso em tê-lo tão próximo. Fisicamente é claro, eram vizinhos e colegas de classe, mas conversaram uma única vez.

O Jeon não era sociável, tampouco Jimin.

O garoto bocejou e se remexeu desconfortável na cadeira, com sono. Havia feito duas performances e permaneceu o restante da madrugada auxiliando no bar. Seu corpo inteiro estava dolorido e a sensação de ardência nos músculos era trivial.

Ignorou o celular vibrando escandalosamente no bolso do seu moletom e fechou os olhos.

As vozes dos alunos eram fracas e não haviam gargalhadas. Caso os colegas que ficaram na sala estivessem falando sobre si, Jimin não dava a mínima. Estava novamente anestesiado pelo sono.

Queria aproveitar o horário de intervalo para descansar e conseguiu durante mágicos minutos, mas naquele momento, o aparelho em seu bolso estava vibrando tanto, que lhe preocupou.

Não havia um grupo grande de pessoas que tinham o seu número, então quem estaria ligando?

Seu chefe? Não poderia ser, muito menos Jongmin.

E se fosse a educação infantil querendo lhe avisar que algo aconteceu com Olívia?

Com esse pensamento em mente, Jimin levantou o tronco e ajeitou a postura na cadeira, agarrando o celular em seu bolso.

— Bom dia? — Levou o telefone à orelha.

— Park? — Franziu o cenho ao não reconhecer a voz grave, de um homem.

— Depende. Com quem eu falo? — perguntou, hesitante.

— Spider.

Jimin sentiu um calafrio percorrer toda a sua pele. Lhe causando uma sensação de nervosismo avassaladora.

— Parece que me conhece. — O homem gargalhou, uma risada terrivelmente rouca e ardilosa. — Ficou silencioso.

— Como você tem o meu número? — Jimin tentou manter a voz firme, apertando fortemente o celular em seus dedos.

— Não foi difícil conseguir.

— O que... você quer?

— Precisamos conversar, mas você sabe que telefone não é um lugar seguro para homens de negócios como eu. — Negócios? Jimin quis rir. — Enviei um dos meus, ele já te espera, nos fundos. Ele vai apenas conversar, não tente ser espertinho.