The Stripper | Jikook

twenty-nine

Seu rosto perdeu a cor e Jimin não suportou manter o sorriso mentiroso para agradar os clientes. Mesmo forçando, seu rosto simplesmente não o obedecia.

Seu amigo se encontrava sentado ao lado de capangas em uma festa privada, apenas para os membros da gangue.

Quem diabos era Kim Taehyung?

Jimin pensou que o conhecia, mas pelo visto, estava enganado.

Encarou Taehyung com pesar e analisou que ele era bem diferente sem uniforme, tinha até mesmo uma tatuagem de um corvo no pulso. O que lhe lembrou da conversa que tiveram dias atrás:

"A manga da sua blusa levantou, deixando exposto o pulso esquerdo com um pequeno desenho tatuado na pele.

Fora tão veloz que Jimin não conseguiu identificar o que era.

— Obrigado... é... você tem uma tatuagem?

Taehyung arregalou os olhos de coruja e escondeu as mãos nos bolsos do blazer.

— Não, não, não. — Riu, envergonhado. — É só uma marca de nascença.

O garoto ficara tão constrangido, que Jimin resolveu não insistir no assunto. Contudo, sabia que a marca que vira, era sem dúvidas, feita de tinta escura, uma tatuagem."

Ele havia mentido para si escondendo uma mera tatuagem, que era algo pequeno, então Jimin mal conseguia somar a possibilidade de grandes mentiras que ele proferiu.

Sem conseguir suportar a ideia de que seu amigo, sem dúvidas, estava envolvido com a gangue que o machucou tanto, Jimin deu as costas e andou apressado.

Precisava de ar, sequer era capaz de respirar adequadamente.

Foi aos fundos e saiu no beco, fechando a porta atrás de si com força. Largou a bandeja que segurava, sem se importar com o barulho estridente que o metal fez ao cair no chão.

Seu peito doía, estava se controlando para não chorar.

— Jimin! — Escutou a voz grave de Taehyung atrás de si. Virou-se a tempo de ver ele fechando a porta, deixando apenas os dois no beco frio e imundo. — Me escuta... vamos conversar.

O loiro mordeu o lábio inferior com força. Era preocupante, porque não sentia raiva, só tristeza.

E doía muito.

— Jimin... a minha intenção nunca foi te fazer mal, eu juro, não é o que parece.

Silêncio.

O menor não sabia o que dizer, não sabia o que pensar e não sabia o que fazer.

— Por favor, Jimin, fala alguma coisa.

O jeito de falar era calmo. A doçura de Taehyung permanecia.

A pessoa que falava consigo naquele momento, não parecia o mesmo homem sentado com os capangas a momentos atrás. Os olhos de coruja de Taehyung pareciam sinceros e isso era o que mais machucava Jimin.

— Falar o que? — retrucou.

Taehyung abaixou a cabeça, encarando o piso sujo do beco.

— Sinto muito... sinto muito mesmo, Jimin. Não queria que acontecesse assim.

— Então você faz parte da gangue? — perguntou, quase sussurrando.

— Sim.

Uma resposta curta, mas verdadeira.

Jimin entendeu quando se deparou com Taehyung sentado ao lado dos capangas em uma festa privada, mas escutar a confirmação saindo da boca dele, foi terrível.